Algumas pessoas costumam estranhar quando eu falo sobre a relação do punk e empreendedorismo.
Afinal, ainda hoje, muitas pessoas têm uma visão negativa e estereotipada do que é ser punk.
Eu não tenho dúvidas de que o punk me agregou conhecimento, cultura, e algo principal: colocar em prática meus projetos.
Na verdade, eu acredito (e te mostrarei com provas e argumentos durante o artigo de hoje), que o punk tem muito mais em comum com o fato de você empreender do que supõe nossa vã filosofia! (Um salve pro Shakespeare).
Quer entender melhor essa relação e aprender com esse movimento muitas vezes subjugado, condenado, criticado e claro, capitalizado? Então continue a leitura que te contarei sobre minha experiência.
Punk e empreendedorismo: O que é punk? O que é empreendedorismo?
Longe de mim querer traçar definições sobre tais termos. Um cara que sempre curti os livros, Oscar Wilde, disse certa vez que: “Definir é limitar”.
Mas, grosso modo, Punk é uma cultura que envolve a música, a arte, a moda ( o aspecto visual diferenciado é um dos itens que mais chamam a atenção em relação ao movimento), ou seja, em poucas palavras, é um estilo de vida.
Ele está atrelado também às questões políticas, a negação e contestação de valores hipócritas. Anarquia é um dos lemas do movimentos, que é polêmico até mesmo na questão da reivindicação de seu surgimento.
Para alguns, ele nasceu na Inglaterra, tendo o Sex Pistols forjado por Malcom Mclaren e Vivienne Westwood, como seu grande ícone.
Para outros, nasceu nos Estados Unidos, em meados de 1974, com bandas que iam contra a chatice predominante das bandas hippies e progressivas. Dentre essas bandas que iam na contramão do rock burocrático chatão, destaque para The Stooges, MC5, entre outras.
Nem Ramones, nem Sex Pistols
Certamente Ramones está como a mais famosa representação do movimento, contudo, estudos mostram que o punk, ideologia e música, já existiam antes mesmo dele existir. Confuso? Nem tanto. O exemplo é a banda Death, que surgiu cerca de 2 anos antes da explosão do movimento nos EUA, com um som proto-punk e garage rock, diretamente das ruas de Detroit.
Beleza, mas e o empreendedorismo? Vamos dizer que empreender etimologicamente vem do Latim, imprehendo ou impraehendo, que significa ‘tentar executar uma tarefa’.
E é bem isso mesmo, fazer algo, ou ao menos tentar. O grande lema punk é Faça Você Mesmo, ou seja Do It Yourself. Sacou a relação?
Tá, e o que você aprendeu com o punk? O que eu posso extrair do punk para o meu negócio? Como é essa fita de punk e empreendedorismo na prática?
O contexto histórico do punk é caótico. Uma contracultura poderosa que tomou o mundo de assalto.
E nesse caos, o que mais tivemos foi disposição em mudar as coisas, criatividade e a postura do faça você mesmo.
Ninguém era músico, ninguém tinha saco para ouvir canções de 45 minutos e solos intermináveis de guitarra, nem aquele papo hippie de paz e amor enquanto as nações viviam colapsos econômicos e sociais.
Mesmo assim, muitos pegaram um instrumento sem sequer saber tocar e fez sua própria canção. Organizou seu próprio evento. Escreveu, produziu. O resultado? Estamos falando disso agora, em 2021.
Disso tudo, o que eu aprendi com meu contato com o movimento na década de 80, quando eu era apenas um pirralho, e assimilei para a vida a adulta ao montar meu próprio negócio foi:
- Eu não posso esperar por nada nem ninguém, eu devo fazer as coisas acontecerem. A atitude do punk gritou na alma e eu fui atrás de tornar a Perossi Conteúdo, uma realidade e não um sonho ou algo somente imaginável.
- Inovar. A mesmice domina? Faça seu próprio corre, diferente dos demais. Muitos cases de sucesso mundo afora deixa claro que um negócio bem-sucedido surge da inovação e da coragem de ser quem se é. Ou seja, originalidade- seja você mesmo!
- Questionar. Ao empreender você deve se questionar, questionar o mundo à sua volta, compreender como funciona o seu mercado. Esse espírito punk de correr atrás, ter curiosidade, de insistir a cada não, vale mil vezes mais que uma palestra motivacional de um dinossauro do mundo corporativo que repete as mesmas coisas há 58 anos, saca?
Mas, a grande sacada do punk mesmo é: o mundo não é perfeito, você vai tomar várias rasteiras, você vai sentir vontade de desistir, afinal, muitas são as dificuldades. Como diz uma banda que eu gosto muito, Dead Fish:
“Somos nós contra todos”.
Muitas vezes você terá uma baita ideia de negócio, e vão rir da sua cara. Ela pode ser ruim, é verdade. Mas, como saber se você nem tentar? Atitude, lembra? Meta as caras, faz parte do jogo.
Pro punk, nada nunca foi fácil e não será agora. Então, encha o peito com sua indignação e teimosia e faça aquilo que faz seu coração vibrar. Contrarie as estatísticas, faça você mesmo!
Quero me aprofundar sobre punk e empreendedorismo, o que eu faço?
O movimento de contracultura ou rotule você como quiser, o qual denominamos Punk, é fascinante e temos diversas referências para aprender, debater, se aprofundar.
Fiz uma pesquisa sobre o tema e encontrei materiais bem legais para quem quer abrir o leque para o assunto punk e empreendedorismo. Deixo abaixo alguns links:
Uma dica de leitura punk para empreendedores
A criatividade e o espírito Punk dos pequenos negócios na internet
BrewDog lança livro sobre negócios
O que o Empreendedor pode aprender com o underground do rock
Faça do seu jeito, faça acontecer. Como dizia o grande professor do punk nacional, Redson, do Cólera: Forte e grande é você!
Bora agitar?