Seja digno e correto até o fim de qualquer relação

Muitos reagem com absoluta falta de preparo emocional, infantilidade, imprudência e irresponsabilidade quando uma relação chega ao fim: seja ela amorosa, de amizade ou comercial.

Antigos casais apaixonados que deixam a raiva, a mágoa, a cólera e a amargura lhes cegarem, e saem falando mal de seus antigos pares pelas redes sociais, rodas de festas e em aplicativos de mensagens (em grupos, para piorar). Denigrem a imagem do antigo par sem pensar que um dia podem voltar (o mundo gira cada vez mais rápido) ou que aquilo simplesmente depõe contra si mesmo: pessoas mal-intencionadas, fofoqueiras e ardilosas simplesmente querem ver o circo pegar fogo e saem contando a outras (em grau aumentado) tudo o que ouviram do outro, piorando ainda mais a situação e fazendo com quem contou (o cônjuge magoado) passe por mal-resolvido, infeliz, etc.

O mesmo se passa em uma relação de amizade que estremece, e muitas vezes por isso, chega ao fim. A parte machucada, muitas vezes incapaz de conter seus próprios sentimentos, sem conhecer bem a si mesma, procura desabafar e se sente melhor ao denegrir a parte que em teoria a machucou. E aí esta outra parte fica sabendo, e a amizade vai de vez para a berlinda, com o esfriamento e distanciamento decorrentes de tal situação.

NÃO faça isso! Cale-se! Recolha-se! Reflita! Exercite a arte de criar empatia com o próximo. Mesmo que não consiga no começo devido ao excesso de sentimentos envolvidos, e muitas vezes conflituosos (saudade vs. raiva, amor Vs. vontade de quebrar a cara do outro), dê ao Tempo aquilo que ele precisa para atuar: tempo. Sim, porque ele de fato cura tudo, esclarece, acalma, abaixa a poeira.

Criar empatia requer limpeza mental, autoconhecimento e um ego bastante desinflado, artigo raro nos dias de hoje onde todos nós queremos estar certos o tempo todo. Já ouviu falar da Quarentena dos executivos? Ela também deveria ocorrer nos relacionamentos pessoais, pois as pessoas surgem em 30 dias com um novo melhor amigo ou um novo amor eterno sem a menor responsabilidade com os sentimentos alheios e com os próprios – todos sabemos que aquilo é carência e mágoa disfarçadas de segurança e superação.

Aí, aproveito para falar sobre relações comerciais

Que vergonha alheia de fornecedores que agem de maneira absolutamente indiferente ao saber que perderam um contrato. Que começam a esvaziar um atendimento, dar pouca ou nenhuma atenção ao contratante e a seus usuários. Como disse há pouco, o mundo dá muitas e muitas voltas, e esta relação pode (e provavelmente vai) voltar a existir.
Apenas não vai se o fornecedor “descartado” não agir com nobreza, seriedade, respeito e cuidado com o próximo.

Mostra-se assim um bom perdedor, fator essencial a todos nós – pois nunca ganhamos todas. Mostra-se assim uma empresa digna e respeitável, que merece uma nova chance no futuro – por agora, a relação comercial não faz sentido, mas ela sempre pode recomeçar. E me espanta ver Presidentes, VPs ou Diretores com anos de bagagem e experiência tomarem deliberadamente este tipo de decisão: “ah, vão sair? Deixa qualquer um lá atendendo eles” , ou “quando tinha contrato eu fazia isso, agora não quis ir pro outro? Não faremos mais”.

Falta só estes executivos lembrarem que o contrato dura até seu último dia. E que são exemplo para a base da empresa, e que da forma que tratam alguém, serão devidamente tratados – pois a Lei do Retorno é IMPLACÁVEL.

Isso porque quase não falei de fins de relação de trabalho: um aviso prévio ou uma decisão do funcionário em sair. Antes disso, já existe um desgaste, que levou uma das partes a decidir romper o contrato de trabalho existente. Para um dos lados será um alívio, portanto, a saída da outra, mas sejam respeitosos com este momento. Se for o funcionário, seja o melhor, entregue tudo acertado para seu sucessor – é a sua reputação que está em jogo, e a gratidão por tudo que aquela empresa lhe ensinou e deu.

Se for a empresa (o gestor no caso), seja generoso com o funcionário que se vai – permita que saia para fazer entrevistas (quando necessário), converse bastante com ele (inclusive se for alguém que está se aposentando), não o exclua de eventuais reuniões. Seja humano, inclusivo, agregador!

Não adianta de nada fazer milhares de MBAs, cursos online, ler Exame, Você S.A e estudar em Harvard se você não aprendeu com seus pais a respeitar o próximo. Neste caso, sugiro um bom tratamento terapêutico e um banho de realidade, pois não há curso que ensine o que não se recebeu em berço.

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