Palestras de Sucesso Entrevista Paulinho Siqueira

1- Palestrante Paulinho Siqueira, é uma honra tê-lo conosco. Para começarmos: quais são os sinais secretos revelados pela linguagem corporal e como podemos nos beneficiar dela para obter uma comunicação assertiva e evoluir na carreira?

Um exemplo que sempre dou é o timing, ou em português claro, o “semancol”, saber o que falar e na hora certa é algo para poucos.

Imagine que você quer negociar um aumento salarial ou ainda uma promoção, o que você deve observar? Se o seu líder direto chegar sério, com punhos cerrados, respiração ofegante, mal deu bom dia para um ou outro e está já há um momento do dia com uma fisionomia preocupada, não precisa ser nenhum expert para saber que esse não é um bom momento para qualquer tipo de negociação, ou seja, usei o “semancol”, porém, se eu entrar na sala dele, pedindo licença e disser: “Bom dia, parece que você está com uma preocupação a mais, não quero te incomodar, pois já tem tanta responsabilidade e parece que tem algo lhe aborrecendo.

Bem, há algo que eu poderia fazer para ajudar a resolver esse problema?”

Nesse caso eu crio uma abertura para ajudar, ceder, e assim poderei influenciar uma decisão no futuro.

2- De que forma a programação neurolinguística e a autoconfiança se relacionam e como uma empresa pode estimular a confiança de seus colaboradores para atingir melhores resultados?  É possível desenvolver uma postura autoconfiante com gestão emocional e transmitir confiança pela voz? Como?

A programação neurolinguística é um modo de se comunicar, para mim. Eu sempre digo que quando você aprende a ler, é impossível não ler, não é verdade? Então quando eu sei PNL, é impossível não usar.

Dentro da PNL, a abreviação da programação neurolinguística, existe um estudo de Robert Dilts, que é um dos mais falados e conhecidos trainers em atuação, que fala de uma pirâmide de níveis neurológicos. A base da pirâmide é o ambiente, depois o nível de comportamentos, subindo para capacidades, crenças e valores, identidade e legado no topo. Quanto mais alto o nível que atuo a mudança pessoal, mais sustentável será a transformação.

Se eu quero emagrecer e eu mudo o ambiente que frequento, mas não mudar comportamento e capacidade, vou voltar aos velhos costumes. Caso eu mude o comportamento, vou ter um sucesso maior, pois vou, por causa do comportamento, mudar os ambientes. Mas e se eu não aumentar minha capacidade, meus conhecimentos?

E se algo afetar minhas crenças, valores ou até a identidade? E é nesse nível que está a autoconfiança, na identidade, é uma crença em si mesmo, mas além disso, molda a pessoa, então a mudança precisa passar dentro de um processo para que a pessoa comece a se identificar como Autoconfiante.

Dentro desse processo, para que as empresas tenham pessoas autoconfiantes, devem dar capacidade e voz, autonomia para tomada de decisões e ajudar a enxergar os futuros passos, além disso, ter participação estratégica dentro do planejamento da empresa, não só com as metas que o pessoal faz, mas também enxergando os ganhos, com direção clara do que pode alcançar para sua vida pessoal, sempre no nível de crenças, valores e principalmente identidade. E aqui eu trabalho no nível das emoções.

Há uma neurocientista chamada Amy Cuddy que viu um documentário onde macacos comemoravam uma vitória com os braços levantados e levantou uma curiosidade, onde depois ela percebeu que maratonistas faziam a mesma posição quando cruzavam a linha de chegada. Levando para os estudos ela chegou a conclusão que aquela pose eleva a testosterona e esse hormônio está ligado à autoconfiança. Ela e a equipe descobriram que se uma pessoa fizer essa posição durante 1 minuto e 59 segundos, a pessoa aumenta a testosterona em cerca de 30% e ainda reduz o cortisol, hormônio ligado ao stress em mais de 20%.

Se a minha comunicação é boa parte não verbal, e eu consigo realizar um trabalho para aumentar a autoconfiança através da minha postura, e dessa posição do poder, ou da vitória, e a autoconfiança atua no nível emocional, sim, mudando a postura, melhora minhas emoções e ainda a forma como posso transmitir meu conhecimento.

Uma emoção é uma reação natural e fisiológica de algum estímulo externo, recebido por qualquer um dos sentidos, essa reação nos gera sentimentos, esses sentimentos externam para o mundo através da fisiologia e comportamentos e a forma como falo. E a proposta aqui é exatamente fazer o contrário, eu mudar a forma como falo, me sentindo autoconfiante, através da postura e da repetição da pose do poder, unindo a técnicas específicas de PNL, trazendo um sentimento de confiança e assim trabalhar a melhora das emoções.

3- O atendimento ao cliente é uma das ações mais importantes para qualquer negócio e ao mesmo tempo, está entre os setores que mais recebem reclamações em uma empresa. Conta pra gente 3 estratégias e/ou ferramentas capazes de otimizar o atendimento ao cliente e de levar ao público, uma experiência inovadora e única.

A primeira coisa que a empresa precisa entender é que o atendimento ao cliente, mesmo sendo um suporte técnico, pós venda, principalmente esses, são vendas. Tudo é venda. Não é só eu gerar um produto, você ir lá e comprá-lo e deixar em sua casa. O pior é quando você tiver um problema com esse produto e precisar consertar. Ou imagine cancelar um cartão de crédito ou linha telefônica?

Muitas vezes temos um trabalho excelente nas vendas, treinamentos, motivação e técnicas, mas na hora de suporte e pós-venda, ficam a desejar. Conhece alguma empresa assim?

A estratégia principal é a comunicação pela empatia, mas aqui tem um segredo de como ter uma comunicação empática.

Para entender isso, primeiro a pessoa precisa entender suas emoções, como eu reajo fisiologicamente a essas emoções.

Com isso, ensino o estabelecimento do rapport, a conexão com a pessoa, então se eu entendo as minhas emoções e reações, fica mais fácil eu entender as emoções do outro e estabelecer essa conexão pessoal.

Outro conceito que explico e aplico para ficar melhor ainda a parte emotiva e o rapport é a escuta ativa e o que alguns chamam de auto-escuta, mas eu chamo de escuta super ativa, que é entender conscientemente o processo de não julgamento, através do não saber.

Ao unir esses três conceitos, a pessoa fica mais sensível a ser empática e se comunicar, mesmo que não precise dizer nada (e isso é uma das mais poderosas formas de se comunicar), somente dar atenção para o outro falar. O que mais falta para as pessoas? Alguém que dê atenção. Se o atendente, através da empatia, rapport, souber dar atenção, ele ganha o cliente mais do que qualquer outra técnica.

4- Em linhas gerais, quais são as transformações que a Programação Neurolinguística pode promover:

Em um negócio/empresa

Pode haver um crescimento organizacional através do entendimento do planejamento estratégico e duas técnicas específicas, a modelagem e o TOTS. A modelagem é aplicada nas melhores habilidades e comportamentos dos melhores colaboradores, clientes, vendedores e outros, e o TOTS é o Testa, Opera, Testa, sai, ou seja, verificando e fazendo testes se determinada ação dá certo e se trouxer resultados, implemente e modele para outros setores, se não der, teste outra ação e assim por diante. Digamos que assim implantamos o ciclo PDCA no modo como a empresa opera, do ponto de vista da PNL.

Na liderança de equipes

O líder pode aprender a desenvolver a autoconfiança e com essa habilidade saberá que pode sair de férias e a equipe vai rodar perfeita e não tem medo ou ciúmes de alguém. O líder aprende a se comunicar com eficiência, ajudando as equipes a criar caminhos para desenvolvimento pessoal e por consequência ajudando a empresa a crescer.

No trabalho em equipe

Quando se aprende PNL, posso criar âncoras emocionais e trabalhar o meu rapport em outro nível, trabalhando minha conexão com as outras pessoas da equipe e ressignificando alguns fatos e acontecimentos.

Existem pessoas que são propensas a estopins, ou como chamam vulgarmente, tem “pavio curto” e existem técnicas específicas para trabalhar e diminuir a frequência desses estopins. Um outro trabalho a ser realizado é para que a equipe atue em conjunto, entendendo as necessidades um do outro e trabalhando na real coesão.

Nos relacionamentos de modo geral

A PNL é um modelo de uso na comunicação que ajuda as pessoas a criarem conexões fortes e a entender o seu papel no mundo. Além da PNL, eu aplico técnicas de comunicação baseada na psicologia positiva aplicadas especificamente a relacionamentos, não só amorosos, mas também interpessoais.

5- Você é considerado um verdadeiro mestre na arte de se conectar com as pessoas. Sendo assim, revela pra gente: como criar conexão completa com a plateia através da arte do improviso?

Duas regras do improviso que eu levo para mim são o poder do sim, da aceitação e o erro. Errar conecta a todos, pois errar é humano.

Ao estar num palco, o palestrante tem a posição do saber, e muitos assumem o arquétipo do Sábio, “eu sei e você não”, “O que direi aqui você não sabe”, não é muitas vezes assim?

Eu entro assumindo o arquétipo do bobo, do palhaço, mas sem me vestir de palhaço. O bobo da corte tinha mais influência que o rei, sabia? Porque ele falava para o rei os problemas e desgraças do povo em forma de piada, de canções e trazia o conhecimento que a nobreza não tinha.

O palhaço não tem medo de errar, e, essa é, talvez, a maior razão das pessoas que tem fobia de falar em público manifestam, o medo do erro em público, o outro seria o julgamento das pessoas.

Se eu chego conversando com as pessoas, perguntando de onde são, desenvolvendo por uns 10 minutos uma conversa, estou aceitando as pessoas que estão ali e estou dando atenção. Erro uns nomes, às vezes erro meu próprio nome na escrita e você não tem ideia de como as pessoas se abrem, se conectam e aceitam o que vou falar depois.

Inclusive, por falar em improviso, tenho um modelo de palestra, com número de improviso, criando metáforas com a participação da plateia. Eu uso 15 minutos das outras palestras geralmente para dedicar a isso e o pessoal se conecta ainda mais.

6- Dor recorrente nas organizações em geral, a falta de motivação e engajamento nas equipes traz diversos problemas para a empresa, refletindo tanto na queda de produtividade, baixa nas vendas e até mesmo um mal atendimento ao cliente.

Quais são as possibilidades que um líder e gestor tem em mãos para solucionar essa problemática?

É sabido que muitos motivam por dinheiro, por valores meios e não por valores finais. Essa, na minha opinião, é o pior tipo de motivação e muitos não entendem isso.

Eu devo entender o que o valor da PLR, que a divisão de lucros dará para a pessoa no nível de Identidade e valores finais, lembra da Pirâmide do Robert Dilts? É disso que falo.

Trazer a motivação para algo que dê um significado para a pessoa, do ponto de vista de bem estar, qualidade de vida, segurança, estabilidade para o futuro é um desafio, mas é esse trabalho que deve ser feito em um processo de descoberta da empresa.

Outra forma é dar autonomia para a solução dos problemas e proximidade na aplicação, ajudar a própria pessoa a desenvolver o seu estudo e sua carreira do ponto de vista pessoal e como vai auxiliar não só na vida familiar, mas também na carreira.

Existem ainda trabalhos a ser realizado nos relacionamentos para uma pessoa assumir o erro, quando errar, o líder pedir ajuda quando não souber algo e ajudar as pessoas na jornada de saber que não precisam dos holofotes, pois sabem que são suficientes para gerar transformação e conhecimento.

7- Estamos em uma era onde temos a chamada “doença da pressa”, automatismo crônico e a sensação constante de falta de tempo. Dizem que falta de tempo não existe, mas sim, falta de prioridades. A pergunta que não quer calar é: como um profissional moderno pode lidar melhor com essas questões? Afinal, como realizar uma gestão de tempo efetiva?

Um ponto que sempre bato é que a procrastinação não é uma causa, e sim um efeito. Como engenheiro mecânico, sempre penso em causas e efeitos. Temos muita informação e o termo produtividade/eficiência nas linhas de produção trouxe um mau entendimento para a produtividade/eficiência pessoal. Temos que entender que não somos máquinas e que nos cansamos e nos esgotamos.

Para entender a gestão do tempo é necessário saber quais são os problemas crônicos, que eu chamo de dores, que se repetem durante a semana. Esses são os problemas que afetam a mente e tiram você de sua produtividade, baixando muitas vezes a autoestima, que vai afetar a autoconfiança, baixando seus resultados.

Eu uso um acrônimo chamado HERO, que dentro da psicologia positiva trata-se do estudo do Nível de Esperança (H-Hope) que é a forma como você enxerga soluções (atuando na proatividade) e atua para que essas soluções sejam feitas, E de eficácia, ou autoeficácia que é a aplicação do conhecimento das soluções e um planejamento estratégico pessoal para definir as prioridades da vida. Já o R é de resiliência, onde podemos verificar o que não deu certo no planejamento e aplicar soluções para a mudança de rota, e o O de otimismo, mas não do ponto de vista utópico. O otimista enxerga melhor as soluções através do simples fato de enxergar os resultados bons pelo exercício da gratidão. Trabalhando isso, terei mais esperança, eficácia, aumenta a resiliência e o otimismo, ou seja, um ciclo sem fim de melhoria contínua.

8-Vamos falar sobre empreendedorismo. Qual é a importância da elaboração de um planejamento estratégico de negócios ao iniciar um negócio? Quais os primeiros passos neste sentido?

O primeiro passo sempre é verificar os objetivos, quais são? Traçar um planejamento sem objetivo é algo sem fundamento. Dentro desses objetivos para os empreendedores, é possível traçar metas e trazer estratégias condizentes com o negócio. Claro que a elaboração do plano de negócios hoje não é só o que é necessário.

Definir o público alvo dentro de um nicho e a estratégia de conexão via redes sociais é um outro passo para divulgação do negócio. Após isso, definir a estratégia de conexão através de um storytelling dos produtos é uma boa saída.

9- Você disse que seu primeiro emprego lhe permitiu ter acesso a fitas cassetes de grandes palestrantes. Quem foram esses palestrantes? Quais ensinamentos você lembra de ter adquirido com eles?

Isso mesmo, eu lembro mais claramente dos brasileiros Daniel Godri, Roberto Shiniashiki, Dr. Lair Ribeiro e alguns outros que hora ou outra as classes de administração pegavam as fitas, não lembro de nome agora, e do americano Anthony Robbins, na época e agora conhecido só pela abreviação Tony Robbins.

O que eu aprendi, além da forma como motivavam e sua visão para empresas, era a maneira como se comportavam no palco e como prendiam a atenção das pessoas da plateia. O interessante é que naquele momento eu tinha o desejo de estar no palco, mas via que era algo improvável para mim, porém em uma das palestras do Tony Robbins, mal legendado ele diz que o impossível é só impossível até você dizer que quer mudar e isso me levou a pensar melhor sobre aquilo.

10- Ter uma grande ideia é o mais importante para empreender?

Talvez quando se trata de um produto inovador, pode até ser, mas o que é mais preciso são habilidades de ação, atitude para manter o foco dentro do objetivo e o planejamento estratégico.

Sabe o que mais fecha uma empresa? Não executar o que se planejou. Muitos empreendedores não traçam um planejamento com estratégias e se o fazem acabam não executando, não monitorando e acabam dizendo que algo não deu certo.

11- Conta um pouco mais pra gente sobre seu projeto Coachcast Brasil

Quando eu estava na faculdade, em trabalho, me chamaram para cobrir um dublador na rádio universitária e o pessoal elogiou minha voz e disse que seria bom eu trabalhar nessas habilidades, isso era em 1997, anos depois, acredito que em 2013, em uma das formações de coach que fiz eu pedi o microfone para fazer uma pergunta e algo aconteceu: muitas pessoas levantaram para ver de onde era que saia aquela voz poderosa, mas nem liguei muito. Nesse período já ouvia podcasts, como Jovem Nerd, Café Brasil e outros, mas ainda não pensava em produzir o meu. Em 2015 eu estava me recuperando de um burnout, um outro que me acometera depois de 4 anos. Eu procurei um podcast sobre motivação e não encontrei. Em setembro, comecei a fazer um peer coaching, que é quando coaches trocam conhecimento, cada um em sua área. Um amigo era personal trainer e eu da área de positive coaching, cada um estava fazendo o processo do outro e eu queria emagrecer. O meu desafio era eliminar mais de 20kg até o final do ano. Uma das tarefas que decidimos é que eu deveria compartilhar esse meu processo nas redes sociais, para criar mais compromisso e eu pensei: que tal se eu treinasse minhas habilidades vocais e ainda criasse o podcast sobre motivação que não existia? Assim estreou em Janeiro de 2016 o diário Coachcast Brasil, um programa original e com a proposta de ter 100 episódios na sequência para mostrar o final do meu processo de emagrecimento. Após os 100 episódios, passamos para semanal, mas devido a pedidos dos ouvintes voltamos para diário em Setembro de 2016 e hoje já passamos da marca de 1.600 episódios publicados e mais de 15 mil assinantes nas mais diversas plataformas. Recentemente fomos para o youtube a fim de ter mais uma oportunidade para as pessoas ouvirem.

12 – Como desenvolver uma escuta ativa e o que ela traz de positivo para o ambiente corporativo e carreira?

A escuta ativa é um lifestyle, e isso traz você para um estado de atenção plena e foco no momento presente. Essa habilidade permite perceber não só as suas próprias emoções e sentimentos, mas também perceber como as outras pessoas estão se comportando à sua volta, é quase como um poder de ler mentes.

Perceber que eu sou o único responsável por minhas emoções e reações e não o que acontece do lado de fora, é libertador e trazer isso para o ambiente corporativo ajuda a pessoa a olhar realmente de “fora da caixa” e entender conscientemente alguns problemas que podem estar ainda ocultos.

13- Pensando em soft skills para líderes, quais são as que você considera essenciais para se tornar um líder melhor?

Olha, sou meio suspeito para essa resposta, mas costumo dizer que a comunicação é a habilidade do futuro, mas para aprimorar a comunicação, deve-se aprender persuasão e influência, linguagem corporal, gestão das emoções, aplicação prática da empatia e rapport. Com isso o líder pode ter uma liderança autoconfiante e construir relacionamentos sólidos com seus liderados e pares.

14-  De que forma encontrar novas oportunidades de negócios?

Estar sempre conectado com pessoas que querem crescimento é a forma ideal de encontrar novas oportunidades. Já ouviu aquela do Jin Rohn: Você é a média das 5 pessoas que convive?

Se quer novas oportunidades de negócio, esteja com pessoas que criem e tenham negócios, se conecte a elas de uma maneira que todos possam ganhar. Clubes de empresários, BNI e outros tipos de associações são realmente boas áreas para se conectar.

15-Em cenários de crise, é muito comum vermos pessoas afirmarem que se trata de um momento propício para enxergar oportunidades e se reinventar. O que você pensa sobre essa visão?

Como uma empresa que está com dificuldades perante um momento de crise, pode reestruturar seu trabalho ou alavancar seus negócios?

O primeiro ponto é estar atento a essas oportunidades para nos reinventarmos. Uma moça que trabalha como manicure, quando iniciou a pandemia estava acabando com seu negócio. Ela havia investido um dinheiro que não tinha em equipamentos e profissionalização e de repente estava sem clientes que não queriam marcar por causa da restrição que havia, mas os clientes ainda precisavam fazer as unhas e se cuidar. Então ela teve uma ideia, experimentou com algumas clientes o seguinte: ela ensinava como cada uma poderia fazer os próprios cuidados e ela fornecia os equipamentos, enviando de uma forma segura e livre de bactérias, com todo o tratamento esterilizável. Assim ela fidelizou as clientes, abriu uma nova forma de renda e cresceu o negócio.

Muitas empresas fecharam, mas muitas dessas se reinventaram totalmente. Temos os casos famosos e antigos da blockbuster que não quis comprar a Netflix no começo e a Kodak que menosprezou a invenção da máquina digital. O ideal é não só em crises, mas estar sempre pronto para alguma mudança de área, sem pensar que já sabe tudo.

16- De que maneira o formato storytelling pode convencer as pessoas, tanto nas vendas quanto em negociações em geral?

O storytelling é muito conhecido hoje principalmente por causa de anúncios de produtos digitais que utilizam essa forma, ou ainda alguns que trazem a reformulação de um produto já existente.

O que trago é o papel do performer, do storyteller e como eu posso envolver todo o meu corpo na contação de histórias propriamente ditas, trazendo os conceitos do improviso e olhar do palhaço.

O storytelling utiliza um formato que estudo e aplico a anos em praticamente todas as apresentações que faço: a jornada do Herói. Inclusive tenho um formato de treinamento de alto impacto que trabalha somente essa jornada do Herói ( se quiserem me fazer uma pergunta a respeito) que pode ser levado para empresas no formato workshop de 1 dia.

A jornada do herói possui 03 atos principais e cada um com seus desdobramentos, mas resumidamente, o ato 1 é a descoberta, o 02, a jornada em si e o 03 o retorno. No ato 1 eu conecto com meu cliente através da descoberta de uma dor em comum, um problema que ele tem e que eu também já sofri, no ato 02, mostro como foi o processo da descoberta para sair do problema e encontrar uma solução, e quando eu trago essa solução, parto para o 03 mostrando os benefícios do resultado de minha aplicação. Se aplicado da maneira correta e no momento certo, você nem precisa oferecer o produto para a venda, o cliente já vai querer que você ofereça a solução.

17- Qual o papel do autoconhecimento para nos tornarmos pessoas bem-sucedidas? Como dar o primeiro passo neste processo?

Sabe a máxima filosófica: já sei que nada sei? É um paradoxo socrático, e sugere que eu descobrindo que não sei algo, já estou à frente daqueles que não sabem o que não sabem.

Quando eu era criança, eu entrava no carro de meu pai e ele dirigia para lá e pra cá, me levava para festas, casa de amigos, igreja e todos os locais. Um dia, já adolescente eu sentei no banco de motorista e me dei conta: “não sei dirigir”. Nesse momento percebi algo que eu não sabia e que iria me diferenciar dos demais adolescentes. Meu pai só começou a me ensinar próximo dos 17 anos e quando fiz 18 tirei minha carta. Mas ainda não tinha as habilidades de um motorista. Eu parti da incapacidade inconsciente, eu criança, para a incapacidade consciente, eu adolescente, fui para a capacidade consciente, como jovem, mas precisava prática para me tornar um exímio motorista, o que acredito ser hoje.

Se autoconhecer é antes de tudo entender que tenho força heroica em meu interior e essa força se chama inconsciente, e ele está aqui para te ajudar. Quando você se dá conta dessa força e o entendimento que ela pode te ajudar, você traça um caminho, uma rota, através de um planejamento de conhecimento pessoal, se dando conta que você faz parte do todo, e que pode ainda deixar um legado para o mundo. Lembra da pirâmide de Dilts? Esse é o último estágio.

18- O que te fez migrar da área de engenharia para o comportamento?

Sempre fui curioso, desde criança, queria saber como as coisas funcionavam, principalmente as máquinas. Inclusive apanhei de minha mãe com 5 anos porque queria desmontar um helicóptero de fricção para ver como funcionava dentro. Essa minha curiosidade me levou para a Engenharia Mecânica.

Desde 2010 eu atuo como engenheiro mecânico na área de confiabilidade operacional, estando dentro das indústrias, treinando pessoal desde o chão de fábrica até a alta direção. Percebi num determinado período que as pessoas são tão primordiais, ou mais para os processos e não as máquinas. As máquinas podemos resolver e impedir as falhas, mas e das pessoas, como trabalhar?

Me formei num MBA de Gestão de Pessoas com foco em Coaching, passando por uma extensa formação em todas as habilidades de Coaching, me formando Master Coach.

Esse meu conhecimento já me habilitava a atuar com pessoas, mas eu queria saber como elas funcionavam, por isso fui me especializar em Hipnose e programação Neurolinguística, podendo ser treinado por um dos co-criadores da metodologia, John Grinder.

19- O que é storytelling Corporal?

Todos nós contamos uma história e é através de nosso corpo que nos mostramos ao mundo. Já disse acima que nossas emoções geram comportamentos fisiológicos, certo?

Nesse caso, o que você veste, o que fala, as opiniões a respeito de um ou outro, sua visão de mundo e outros itens fazem parte de sua história que conta através do comportamento. Essa história traz uma carga enorme de traços limitantes, oriundos de sua vida regressa.

Dentro da Palestra Storytelling Corporal eu mostro como é possível “ler pessoas” através dessas vestimentas, trazendo a plateia para junto de mim e ainda com jogos onde mostro como é possível se conectar através da criação do Rapport.

Assim, a plateia percebe que é possível mudar a história mudando a sua pose, fisiologia, melhorando a voz e a maneira como manifesta as emoções.

20-  Percebi que você fala bastante da Jornada do Herói, tem algum projeto que envolve esse tema?

Realmente, tenho muita paixão pelo tema, que envolve não só a jornada do herói, mas também o estudo dos arquétipos, passando por Jung e por Joseph Campbell.

Eu tenho um workshop, que seria mais para um treinamento de 1 dia inteiro onde aplico toda a jornada do herói nas pessoas participantes e elas mudam a forma, não só como se comunicam, mas também a maneira como se comportam consigo mesmas. É como se fosse um Despertar do Herói Interior na real. E se isso for aplicado nas empresas, não importa se for lideranças ou equipes, é um resultado absurdo que temos conseguido.

21- Gratidão pela atenção, o espaço é todo seu para deixar uma mensagem para os leitores.

Dentro de minha especialidade, a inteligência social, existe a regra de ouro da amizade: Você deve fazer a outra pessoa se sentir bem com ela mesma, mas por sua causa.

Aplicando essa regra, você cede tempo e atenção para ajudar na transformação através do autoconhecimento, por exemplo. Mas atualmente no mundo, muitas pessoas pensam somente em si próprias, e evoluem somente para ter mais bens materiais e status, mas é mais pelo status. A partir do momento que você se der conta que pode evoluir, se desenvolver apenas para ajudar na transformação de outras pessoas, o financeiro é uma consequência e você não estará nem pensando nisso, pois com a vida financeira estabilizada, você poderá ajudar ainda mais pessoas.

Essa é a regra de ouro da amizade aplicada a âmbito universal: Você cede tempo e atenção para outras pessoas se sentirem bem com elas mesmas em uma palestra, treinamento e workshop e o universo te devolve mais conexões de bem.

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