1- Palestrante Marcio Nami, é uma grande honra tê-lo conosco, gratidão desde já por se dispor a compartilhar seu amplo e rico conhecimento conosco e com os leitores.
As nossas decisões financeiras passam longe do racional, não é verdade? Sabendo disso, como gestores de empresas; gestores de RH; diretores e presidentes de cooperativas financeiras, podem ser orientados no sentido de tomarem as melhores decisões? Nosso emocional é um fator traiçoeiro nos negócios?
Prefiro pensar no emocional como fator de aprendizado e diferencial competitivo, por mais que seja bem preparada tecnicamente, uma pessoa ou uma equipe, somente alcançará o verdadeiro diferencial se também for preparada emocionalmente, o que leva a melhores comportamentos e melhores decisões.
O divisor de águas vem, quando as equipes e pessoas entendem que a regularidade no olhar comportamental proporcionará mais resultados, eficiência e qualidade de vida.
2- A economia comportamental, termo do qual você é uma das grandes referências, creio que não só no Brasil, como no mundo, se vale de elementos da psicologia, da psiquiatria, da neurociência, da antropologia e da sociologia para estudar o comportamento das pessoas e seus hábitos financeiros. Como a compreensão deste conceito pode beneficiar uma organização?
A visão econômica de uma forma geral é a de uma ciência exata, isso se deve principalmente à forma com que os conceitos e teorias foram disseminados ao longo do tempo.
Quando a visão econômica começa a “oxigenar” um pouco e os conceitos levam para o lado humano da ciência, aí surge com toda sua força o conceito comportamental, oriundo de nossos instintos reptilianos básicos, onde estudamos decisões, aceitações e recusas, em um ângulo muito rico e com resultados imediatos à partir de sua assimilação.
3- Partindo do princípio de que as cooperativas podem ser agentes mais eficientes no oferecimento de uma educação financeira para seus cooperados, quais estratégias elas podem adotar para ganhar assertividade?
O ponto de vantagem base é o fato de serem sociedades de pessoas, assim, uma abordagem focada no comportamental tende a reforçar este conceito, gerando sócios e comunidade mais fortes, conscientes financeiramente e com sua capacidade de aprendizado e resiliência profundamente potencializados.
4- Como você define o conceito de empreendedorismo e como você vislumbra o futuro para o cenário empreendedor em nosso País?
Todos são empreendedores por definição e, quando conseguimos dar um foco claro em nossos objetivos, aí o cenário se torna mais interessante ainda.
Sou extremamente otimista com relação ao nosso povo e recursos, somos dotados de uma capacidade de aprendizado e adaptação ímpares, à medida que a sociedade, autoridades e entidades se organizam em torno do tema empreendedorismo, o resultado só pode ser de crescimento e evolução.
5- De maneira sucinta, de que maneira você acredita que a economia comportamental pode contribuir para uma maior consciência da importância da educação financeira cooperativista?
Levando elementos de ação e compreensão de forma imediata para cooperados e comunidades, sobre investir, consumo consciente e visão de futuro, mudando comportamentos para mudar resultados.
6- Levar uma cultura da construção criativa e formação de pensamentos e estratégias baseadas em soluções, é um desafio que muitos empresários, líderes, gestores e empreendedores precisam lidar. Quais orientações você daria para estes profissionais que, embora conscientes dessa necessidade, não conseguem colocar em prática na empresa em que atuam?
Por mais preparados e estruturados que eventualmente estejamos, líderes, gestores, decisores de uma forma geral sempre possuem um “ponto cego” com relação a comportamentos.
A maior forma de perceber isso é quando achamos que todas as medidas e ações possíveis foram tomadas, mas ainda assim vem a sensação de que “falta alguma coisa”.
Assim, fazer uma profunda análise de comportamentos, individuais e coletivos, buscar orientações, mentorias e materiais sobre o tema trarão benefícios imediatos e duradouros.
7- “O mundo não existe, o que existe é como vemos o mundo”. Diante de cenários de crise, como a recente pandemia e caos econômico, como o Marcio Nami enxerga o mundo?
De uma forma positiva e realista, percebo e acredito que temos todos os instrumentos de insumos e conhecimento para tornar este mundo cada vez mais consciente, produtivo e igualitário. Mas como toda maturação, temos de respeitar o tempo das coisas e ter a humildade de agir em prol de todos, e não somente focados em interesses individuais.
8- Conta um pouco pra gente sobre o método que você criou, o MegaEstratégia, e quais resultados você tem conquistado e promovido para as empresas e cooperativas.
O MegaEstratégia une conceitos da estratégia pura, com elementos de Programação Neurolinguística e inteligencial emocional, temperados, quando for o caso com economia comportamental.
Desta forma, são oferecidos Workshops, palestras e mentorias que unem os temas atuais com elementos de ação e aplicação imediatas, pois atuam de forma inconsciente, facilitando sua assimilação e aplicação.
Para empresários, decisores e gestores de uma forma geral, funcionam como um diferencial competitivo, onde é sedimentado o conceito de Pensamento de solução.
9- De que forma as técnicas de PNL (programação neurolinguística) e de inteligência emocional podem contribuir com o trabalho em equipe na esfera corporativa?
Dando oportunidade de perceber melhores comportamentos, palavras e ações, que sejam consoantes ao objetivo da empresa, equipe ou cooperativa, entretanto com a capacidade de adaptação de acordo com as mudanças de cenários e possibilidades.
10- Para um profissional que busca evoluir na carreira e crescer nos negócios, numa escala de 0 até 10, em linhas gerais, qual a importância dele buscar uma mentoria?
10 sem medo de errar. Justifico, uma mentoria mostra maturidade e adaptabilidade ao mesmo tempo, dois elementos básicos para um mundo em constante adaptação e mudanças. Assim a mentoria é o alicerce do autoconhecimento.
11- Em que sentido a dúvida contribui para uma jornada de sucesso no mundo dos negócios
Dúvidas são elementos de construção e compartilhamento, além de possibilitarem a ampliação do senso coletivo e de cooperação.
Pensando filosoficamente, podemos dizer que a dúvida é o elemento que dá combustão ao pensamento criativo e disruptivo.
12- Quais ferramentas, estratégias e possibilidades, líderes e gestores podem lançar mão, para incentivar e investir nos seus colaboradores na aquisição de novos conhecimentos e experiências?
Investir nos colaboradores é investir no que realmente importa em sua empresa, não falo de retenção, mas de evolução pura e simples.
Um colaborador bem treinado e preparado fornece retornos exponenciais para si e para a empresa.
Em síntese, mudamos comportamentos e mudamos resultados….
13- Fale um pouco mais sobre o conceito de modelagem e biomimética, tema do seu livro “Ciclos do Poder Empreendedor”.
Em um mundo onde criação e inovação são palavras da moda, a capacidade de observação do já existente às vezes passa ao largo.
A modelagem, é um conceito de profunda observação, sem julgamento, daquilo que dá certo e funciona, e sua adaptação e replicação para mais equipes e pessoas.
Em termos práticos, uma equipe de vendedores tem alguns elementos que se destacam em resultados, quando observamos suas características e performances, podemos extrair com as técnicas adequadas, elementos replicáveis a serem expostos e ensinados aos demais integrantes da equipe.
14- Como um empreendedor pode identificar a necessidade de uma assessoria estratégica para seu negócio?
Como todo empreendedor é um apaixonado pelo seu negócio, é importante que ele perceba que toda paixão tem uma armadilha, o desejo de olhar sempre pelo melhor ângulo.
E é aí que entra a assessoria estratégica, com um olhar isento e ao mesmo tempo assertivo, conseguindo gerar provocações e ações, que levam a novos e consistentes resultados potenciais.
15- Quais ações são necessárias para desenvolver processos de escuta ativa entre líderes e colaboradores? Quais são os ganhos para a empresa?
Treinamentos e mentorias em escuta ativa ajudam a quebrar a barreira existente entre saber se estou ouvindo, ou se estou esperando a minha vez de falar…
Ampliar a capacidade de ouvir de uma equipe ou pessoa, trará uma riqueza imediata de caminhos e possibilidades de ações e resultados.
16- Quais lições ou inspirações você assimilou e gostaria de compartilhar, dos seguintes nomes:
- Nassim Taleb
Nassim Taleb demonstra de forma clara que o mercado e as probabilidades podem ser discutidas e entendidas de forma clara e sem rodeios.
- Yuval Harari
Yuval Harari um farol para o pensamento disruptivo, de forma isenta e firme, provoca reflexões que trazem ganhos pessoais e profissionais.
- Tony Robbins
Tony Robbins um exemplo de superação e garra, conseguiu desmistificar conceitos de coaching e liderança, levando o público a ampliar suas crenças e perspectivas.
- Jamisson Ferreira .
Jamisson Ferreira tem uma trajetória espetacular que em razão de sua narrativa consistente, mostra a todos os empreendedores que com método e perseverança, tudo potencialmente é realizável.
17- Obrigado pela gentileza em nos atender, deixe uma mensagem aos nossos leitores.
Em cenários calmos ou desafiadores é fundamental ter a consciência que evolução é sempre possível, com muita perserverança, humildade e cooperação. Sucesso e Prosperidade.