Palestras de Sucesso Entrevista Luciane Botto – Parte 2

12- Quais iniciativas podemos adotar, no sentido de nos tornarmos mais conscientes de nosso próprio potencial de evolução? Quais práticas recomendaria para quem deseja evoluir continuamente?

Estar aberto para se conhecer e mudar. Apostar no autoconhecimento, buscar o diálogo, cursos, vivências, livros que o aproximem dessa jornada. A gente aprende a ser mais humano no convívio com o outro, não tem como fugir. Como seres sociais, fomos feitos para interagir. Diante do contexto que vivemos, entender que todos temos um propósito nesse mundo é algo que torna essa busca por evolução ainda mais urgente. É preciso parar de pensar só “no próprio umbigo” e passar a ver o impacto que causamos no outro e no mundo, a partir das nossas decisões e ações.

13- Quando você fala sobre a “potência de ser você”, como isso se traduz no ambiente de trabalho e nas relações interpessoais?

“A potência de ser você” tem a ver com o fato de cada pessoa reconhecer seus talentos, seus potenciais e ter a coragem de “ser”, de ocupar o seu espaço no palco da vida e brilhar. Falo sobre como despertar para a autoconfiança e a coragem.

14- Seu trabalho enfatiza a evolução pessoal e profissional. Que conselhos você daria para líderes que buscam crescer em ambos os aspectos?

Evoluir, em qualquer esfera da vida, significa nunca deixar de aprender. Estar aberto para o novo, para ver sob uma nova perspectiva e quebrar padrões que não servem mais. “Deixar de ser o dono da verdade” e se abrir para novos pontos de vista e reflexões já é um bom começo.

15- Você publicou um artigo no LinkedIn sobre autoconfiança e superar medos. Como você ajuda líderes na superação de seus próprios medos para que possam liderar com confiança?

A liderança é solitária. As pessoas assumem uma nova posição e nem sempre têm a certeza de que continuarão a ter os resultados que alcançaram antes. Se serão reconhecidas, se as pessoas vão aceitá-las como gestor, se conseguirá lidar com tantos perfis. O frio na barriga sempre estará lá. Alguns se sentem uma “fraude”, por não se sentirem prontos/preparados para o desafio, para o desconhecido. Incertezas costumam deixar as pessoas mais inseguras, ainda mais quando a pessoa ainda não acredita o suficiente que é capaz, ou quando sente que não tem as ferramentas e a experiência necessária. É aí que eu entro com os Treinamentos e Mentorias de Liderança, que acompanham a jornada do líder desde o momento que ele assume essa posição pela primeira vez até o nível de C-Level. Nesses programas, as pessoas têm a chance de refletir sobre as situações vividas e compartilhar, compreender que essas inseguranças fazem parte do processo. Eu compartilho ferramentas e práticas para que a pessoa faça diferente e voe mais alto, de forma segura.

16- Lições do Vale do Silício. Você mencionou ter visitado empresas no Vale do Silício, como Google, Linked In e Facebook, além de aprender sobre Liderança na Universidade de Stanford. Quais lições importantes você aprendeu nessas visitas e como elas impactaram sua visão de inovação e liderança?

A Imersão no Vale do Silício foi um verdadeiro “mergulho” na cultura de empresas inovadoras. Algumas das várias lições valiosas sobre inovação e liderança que tive, foi:

. Cultura de Experimentação: São empresas que promovem uma cultura onde o fracasso é visto como uma oportunidade de aprendizado, incentivando a experimentação contínua e a tomada de riscos calculados. São lugares que as pessoas veem os erros como oportunidades de aprendizado, testando novas ideias rapidamente e fazendo ajustes com base no feedback recebido. Sem tanto medo de errar, sem tanta preocupação com o que o outro vai pensar. 

. Foco no Cliente: O cliente é o centro, ou seja: as necessidades e desejos dos clientes no centro do processo de inovação. As decisões são frequentemente baseadas em dados e feedback de usuários, garantindo que as soluções atendam a necessidades reais. Pude constatar o quanto é importante pesquisar, dar e receber feedbacks com frequência para adaptar soluções e resolver problemas reais de forma ágil. E posso dizer: são extremamente ágeis.

. Ambientes Colaborativos, Diversidade e Inclusão: Criam ambientes de trabalho que incentivam a colaboração e a troca de ideias entre equipes multidisciplinares. O fato do colega ao lado ter outra nacionalidade ou pensar diferente não é problema, muito pelo contrário. Além disso, vi espaços abertos, áreas de descanso e recursos para brainstorming. Tudo isso para ajudar a fluir o processo criativo e gerar um senso de pertencimento.

Essas práticas podem nos inspirar a criar ambientes de trabalho que valorizam a criatividade, a experimentação e a colaboração. Mas sem adotar uma nova mentalidade, essas coisas não acontecem. E foi exatamente o que eu constatei quando voltei para o Brasil. Ainda há muito a ser feito! Precisamos crescer em termos de mentalidade, agilidade e diversidade. Somos um povo extremamente criativo, mas por vezes com limitações. Levamos as coisas para o lado pessoal, quando poderíamos superar e seguir em frente. Deixamos de dar e receber feedbacks, porque temos receio de colocar a verdade na mesa e desagradar. Nos preocupamos em agradar, quando em boa parte das vezes deveríamos nos posicionar e renunciar. Esses são alguns pontos. Por isso, acredito que se a empresa não estiver preparada, continuará replicando padrões antigos que não servem mais.

17- Quais são as soft skills mais importantes para líderes e como elas podem ser desenvolvidas?

Comunicação assertiva, empatia, resolução de conflitos, pensamento crítico, adaptabilidade, e inteligência emocional. Todas elas são temas de Workshops e Mentorias, em que apresentamos ferramentas e geramos práticas como role-play e dinâmicas de grupo e outros.

Comunicação assertiva, para transmitir ideias claramente e inspirar a equipe. Empatia,  para que os líderes compreendam e valorizem as perspectivas de seus colaboradores. Resolução de conflitos, para manter a harmonia na equipe. Pensamento crítico, para a tomada de decisões informadas e estratégicas. Adaptabilidade, para abraçar novas tecnologias e métodos de trabalho, sair da da zona de conforto e fazer mudanças. Inteligência emocional, para ser capaz de reconhecer e gerenciar as próprias emoções e as dos outros. 

Essas soft skills são desenvolvidas continuamente através de experiências práticas, formação contínua e reflexão sobre o próprio comportamento e impacto.

18 – Em uma de suas palestras, você fala sobre “Pense diferente, aja diferente, faça a diferença”. Como líderes podem adotar uma mentalidade de inovação e quais são algumas estratégias para implementá-la?

Nesta palestra, eu gero impacto para mostrar o que as pesquisas indicam sobre como as pessoas inovadoras pensam, agem e fazem a diferença. Compartilho ferramentas e práticas de forma participativa e dinâmica para que as pessoas se autoavaliem, reflitam, aprendam e façam a mudança acontecer. Ou seja, despertem para evoluir.

Despertar para uma mentalidade de inovação envolve adotar várias práticas e atitudes que fomentam a criatividade e a capacidade de adaptação. Se para fazer diferente, é preciso pensar diferente, então estamos falando sobre Mentalidade

Adotar uma mentalidade de inovação requer algumas estratégias, como: 

Ter curiosidade, buscar o Aprendizado Contínuo, manter-se atualizado sobre as últimas tendências e tecnologias e tudo o que puder somar, como livros, cursos, e palestras. É também muito importante investir no Networking, pois ao cultivar uma rede de contatos com outros inovadores e empreendedores contribui para a troca de experiências e diversos aprendizados.

Por se tratar de uma nova Mentalidade, estar aberto para a diversidade e coletividade. Precisamos compreender que o melhor resultado acontece quando todos se empenham. Para isso, muitas vezes torna-se necessário superar barreiras culturais e até mesmo individuais. A colaboração e a troca de ideias com pessoas de diferentes áreas pode ser um grande diferencial, pois é no trabalho em equipe, em frente às diferenças que as diversas perspectivas aparecem e apontam para novas soluções.

Isso significa adotar uma mentalidade de crescimento na qual as pessoas são protagonistas do seu processo de evolução e buscam aprender, se desenvolver não só porque a empresa exige. Pessoas protagonistas não ficam esperando que a empresa entregue tudo pronto e faça o trabalho por ela. Afinal, o esforço pessoal + trabalho duro é o que leva as pessoas a resultados extraordinários. Para isso, não há atalhos.

Somado a isso, recomendo que as pessoas se mantenham sempre abertas para aprender/ utilizar as ferramentas e tecnologias disponíveis e mais recentes, já que isso contribui para aumentar a eficiência e explorar novas possibilidades.

19- Em sua palestra sobre protagonismo, quais são os conselhos que você dá para quem deseja se destacar no mercado atual?

Atitude vale mais do que currículo. Cada dia constatamos mais isso nos lugares por onde passamos. Como clientes, vemos claramente quando as pessoas estão ou não empenhadas em um trabalho. Chama a atenção quando alguém supera expectativas e faz uma entrega excelente, “vestindo a camisa da empresa”. Sabemos o quanto está desafiador selecionar as pessoas certas para poder confiar e contar com elas.

Hoje, as pessoas mentem nas entrevistas, e o currículo se tornou só mais uma referência para começar a conversa – mas não garante que essa pessoa tenha um desempenho acima da média. A grande verdade é que nem todo mundo está disposto a “dar o seu melhor”. Uma boa parte das pessoas quer mais é se manter na zona de conforto, reclamando, terceirizando suas responsabilidades e não fazendo nada para mudar – culpando a empresa e seus gestores. Para ter diferencial na carreira, é preciso ter atitude, ter vontade, disciplina, cumprir compromissos e somar no time. Empresas querem protagonistas, não figurantes. Posso destacar alguns pontos?

1.Proatividade: Tomar a iniciativa de identificar problemas e apresentar soluções.

2.Aprendizagem contínua/ Habilidades Técnicas e Soft Skills: Manter-se atualizado com as habilidades técnicas relevantes para sua área, mas também investir no desenvolvimento de soft skills como comunicação, liderança, e inteligência emocional. Se necessário, buscar mentores que possam orientar a carreira. Comprometer-se com a educação contínua e estar sempre disposto a aprender e a adaptar-se às novas tendências do mercado.

3.Capacidade de Adaptação: Demonstrar flexibilidade e capacidade de adaptação às mudanças. A capacidade de se ajustar rapidamente a novas situações é altamente valorizada no mercado atual.

4.Resiliência: Cultivar a resiliência para enfrentar desafios e superar adversidades. A capacidade de perseverar e aprender com os fracassos faz toda a diferença no sucesso a longo prazo.

5.Colaboração: Estar aberto para trabalhar bem em equipe e conviver com pessoas que pensam diferente.

6.Excelência e foco em Resultados: Não se contentar com o resultado comum. Buscar constantemente maneiras de melhorar o desempenho. Quem busca a excelência está cultivando seu sucesso! Para isso não tem atalhos.

20- O que significa “detox corporativo” para você? Quais são os sinais de que uma empresa precisa de um detox e como isso pode ser implementado?

Antes de falar sobre “Detox Corporativo”, é importante reforçar o que torna uma cultura tóxica. Um ambiente de trabalho tóxico é aquele em que predominam os comportamentos que são prejudiciais ao bem-estar das pessoas, como: Comunicação Deficiente, falta de transparência, fofocas, falta de feedback construtivo, falta de respeito entre colegas e superiores, competição destrutiva. Isso pode ser constatado em Pesquisas de Clima, entrevistas de desligamento, falta de engajamento e aumento do turnover, afastamentos e casos de Burnout. 

Cultura tem a ver com o modo como as pessoas agem e se comportam na empresa. Em muitos casos, os próprios gestores fomentam esses comportamentos, como por meio do microgerenciamento, que sufoca a autonomia e a criatividade dos colaboradores.

Para fazer o “Detox”, o primeiro passo é identificar e reconhecer os sinais de toxicidade e reconhecer seus impactos. Ou seja, despertar para a necessidade real de mudança e aplicar a Segurança Psicológica. Isso tudo eu detalho bem na palestra com exemplos.

21- Como você aborda a questão do estresse e do burnout nas empresas? Quais são as estratégias mais eficazes para criar um ambiente de trabalho mais saudável?

Falo sobre o contexto que estamos vivendo hoje e as altas demandas de trabalho, os problemas com pressão e gestão do tempo – o que torna ainda mais suscetível o Burnout. Toda empresa que valoriza e quer reter seus talentos precisa promover um ambiente que ofereça Segurança Psicológica aos seus colaboradores. 

E aí, tem o lado do indivíduo também, que precisa fazer a sua parte e cuidar da sua saúde física e emocional. Revelo formas para obter o equilíbrio pessoal-profissional, rotinas/ cuidados com a saúde mental e estratégias para manter relações sociais saudáveis.

Um ambiente de trabalho saudável é aquele que oferece uma comunicação aberta e transparente, com feedback contínuo, que reconhece e recompensa as conquistas, fortalecendo, a cada dia, a confiança entre as pessoas.

22- Como a hiperconectividade está transformando o papel da liderança? Quais mudanças você prevê para os líderes com todas essas mudanças?

A hiperconectividade está transformando o papel da liderança ao demandar habilidades e abordagens que valorizam a comunicação constante, a agilidade e a transparência. 

Líderes devem ser abertos e honestos, construindo confiança através de uma comunicação clara e contínua. Cada vez mais a liderança envolve gerenciar equipes distribuídas globalmente, exigindo habilidades em coordenação e motivação à distância. O acesso instantâneo a dados e informações permite uma tomada de decisão mais rápida, mas também requer que líderes sejam ágeis e analíticos.

Isso requer que os líderes estejam flexíveis e abertos a mudanças, adaptando-se rapidamente a novas ferramentas e processos – sem se esquecer da empatia e inclusão. Vale lembrar sobre a importância de criar ambientes de trabalho onde todos se sintam valorizados, ouvidos e estimulados a buscar o aprendizado contínuo.

Líderes são e serão sempre humanos, e não robôs.

Essas mudanças indicam que os melhores líderes serão os humanos. Aqueles que conseguirem equilibrar tecnologia, habilidades interpessoais e a capacidade de se adaptar rapidamente a esse ambiente de trabalho em constante evolução.

23- Obrigado pela sua participação e por compartilhar seu conhecimento. Para encerrar, qual mensagem final você gostaria de deixar para os nossos leitores que buscam evolução pessoal e profissional?

Minha mensagem final aqui é: independente de profissão, função, idade, siga em direção à evolução. Siga aprendendo, buscando ser uma pessoa melhor, fazer o melhor que pode e, com isso, superando desafios, descobrindo coisas novas.

Nascemos para a interação, para a troca, para a descoberta. Não espere que a mudança aconteça de forma automática. Comece por você! Coloque-se aberto para melhorar a cada dia, mesmo que seja passo a passo. Eu espero que aprenda a escutar a sua voz interior, a fazer escolhas felizes e a orgulhar de si mesmo, sem robotizar sua rotina. Lembre-se: você é e sempre será um humano. Isso vale para você, para suas relações e para a vida.

Agradeço pela oportunidade! Foi um prazer conversar com vocês!

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Luciane Botto

Despertar para evoluir !

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