Palestras de Sucesso Entrevista Gio Chaya – Parte 1

1- É com enorme prazer que a recebemos aqui, lendária palestrante de sucesso, Gio Chaya. Gratidão por ceder alguns minutos do seu concorrido dia, com o nobre intuito de compartilhar seu conhecimento com nossos queridos leitores.

Para começar, compartilhe conosco as principais estratégias para desenvolver as mentalidades e habilidades essenciais capazes de expandir o grande potencial e alcançar alta performance?

Mentalidades e habilidades se desenvolvem através de novos saberes, das experiências e do domínio dos fundamentos e princípios práticos, por isso não existe atalho e a melhor estratégia é conhecer, aprender, executar, desenvolver e dominar.

E para que isso aconteça em menos tempo, com menos esforço e menos recursos, ou seja, de forma inteligente, o método é imprescindível, por isso idealizei o M.I.D.A.S que envolve 5 pilares do potencial humano que geram resultados de alta performance.

Na visão moderna da liderança não há como em falar em grande potencial de uma única pessoa, mas a soma de potenciais empoderados onde todos crescem e os resultados se somam e se tornam no tempo exponenciais. Afinal, o todo é maior que a soma de suas partes, como ensina a sabedoria milenar de Aristóteles.

2- Como você define desenvolvimento humano e qual é a importância desse processo para o sucesso profissional?

Nos desenvolver como pessoas e profissionais é o trampolim que impulsiona e nos mantém no fluxo da evolução, lembrando sempre que o que vem antes de um profissional de sucesso, é uma pessoa capaz de gerar tal sucesso.

E quando alguém me faz essa pergunta sempre me lembra o megainvestidor Ray Dalio que no livro imperdível – Princípios, diz que “evoluir é a maior realização e a maior recompensa da vida”, qualquer paralisia é morrer em vida, essa não é uma opção.

Importância para o sucesso? É só você imaginar que sucesso há milhares de anos atrás era se salvar dos predadores na floresta com abrigos em cavernas e fogo, e hoje é se salvar das armadilhas que uma mente autolimitadora nos impõe e dos desafios gigantes da evolução que exige novas habilidades e competências, ou seja, o sucesso é comportamental, sempre o efeito de potenciais desbloqueados e expandidos. 

3-  Ao seu ver, quais os principais fatores capazes de impactar negativamente a produtividade e a qualidade do trabalho dos colaboradores e como lidar com esse desafio? 

O maior deles é o mindset coletivo, que muitos não percebem – as crenças limitantes, atitudes mentais negativas dominantes, pessoas despreparadas em cargos de liderança e gestão, ambientes que não garantem segurança psicológica, autenticidade, pertencimento e uma visão clara que envolva trabalho, propósito e significado.

Com relação a propósito e significado e sua importância para a criação de um ambiente realmente promissor hoje, cito por exemplo a Unilever, empresa multinacional com cerca de 180 mil colaboradores que realizou a um tempo atrás um treinamento envolvendo mais de trinta mil pessoas abrangendo os mais variados cargos, a partir dos líderes.

Daí nós chegamos noutro gap fundamental, que é a necessidade de preparo e treinamento nas mentalidades e habilidades chaves inclusive considerando as pessoas individualmente e padrões como procrastinação, preguiça mental, paralisia, perfeccionismo, falta de autoconfiança e antes de tudo uma mente ágil e forte, como ensina Tim S Grover,  treinador de atletas de elite e durante vinte e cinco anos treinou Michael Jordan –“ ninguém vive a excelência até que sua mente esteja pronta para lhe levar até lá. Então não adianta habilidades, competências sem mentalidade.” Simples assim.

4- Qual a relação entre inteligência emocional e liderança, e como desenvolver essa habilidade pode ser útil para líderes de equipes?

A inteligência emocional, como uma das nossas inteligências assume um papel determinante na atuação dos líderes porque envolve reconhecer e lidar com emoções negativas primárias, mecanismos subliminares e até inconscientes que todos temos de reações aos gatilhos quando diante de ameaças, desconfortos, frustrações, desafios, mudanças, erros e no meio do caos e tão importante quanto, é entender que as vulnerabilidades fazem parte do crescimento e aprender a correr riscos e andar em campo minado sem morrer por antecedência, não é mais uma simples opção, até porque vivemos muito mais no meio do caos e do desconhecido do que daquilo que temos controle.

Aqui falo do primeiro nível de liderança que á a autoliderança, de forma clara, antes de liderar os outros com sucesso é preciso colocar a sua casa em ordem, é princípio básico.

Olhando para a inteligência prática precisamos avançar para a agilidade emocional e usar ferramentas eficazes como o autoconhecimento, encarar as limitações, desenvolver a capacidade de responder e não reagir, alavancagem dos pontos fortes, aprender a pensar de forma estratégica, criar culturas de aprendizagem diante de erros e não de punição, autocontrole, tomar decisões rápidas e mais assertivas, consciência de que nunca estamos prontos e o que nos eleva a outro nível é aprender o que não sabemos, para fazer o que nunca foi feito e gerar resultados diferentes, e tantas outras mais.

Depois de arrumada a casa o próximo passo é projetar a atitude de grandes líderes: educar, acompanhar, corrigir e dar feedbacks construtivos, isso no quesito pessoas, sem falar no que ser ágil mental e emocionalmente potencializa o uso eficaz de ferramentas, estratégias, tomadas de decisão rápida e melhores, pensamento estratégico, além de ser capaz de estar à frente de processos mais eficazes.

Por outro lado, é fundamental compreender que precisamos também desenvolver a racionalidade, a capacidade de usar o raciocínio, o pensamento analítico, e não tem a ver com sermos puramente lógicos, e sim com o uso da razão de forma consciente e de fazermos escolhas, notadamente, a escolha de sermos fortes. Não dá pra ficar de fora nesse contexto a ideia do genial Robert Greene, o mundo não aguenta mais tantas pessoas emocionais. Desenvolver a autoliderança para liderar em níveis mais altos, o jogo é de gente grande.

5- Há no mercado uma grande demanda em relação ao processo de mentoria. Como a mentoria pode ajudar empreendedores e profissionais em busca de desenvolvimento pessoal e profissional? Quais critérios você julga importantes, no momento de escolher uma mentora?

Vou lhe responder como aprendi com um dos meus maiores mentores, Napoleon Hill, quando ele disse que “você só enxerga o que sabe”, e mais à frente me falou nosso imbatível em superação José Luiz Tejon – tenha mentores para se valer da expertise e diminuir os erros na jornada, ganhar tempo e aprender o que você nãos sabe.

Dessas duas falas entendi que a real potência de um mentor está na capacidade de gerar valor pelo conhecimento que tem e sabe transmitir para acelerar resultados desejados e isso só é possível quando se tem o poder de resolver problemas e tocar pessoas a partir de quem elas realmente são – genuinamente humanas com a essência divina. 

Por isso a obra de Tejon – Guerreiros Não Nascem Prontos me causou grande impacto ao resumir anos como pesquisadora do potencial humano, quando ele sintetiza: quem nós somos sempre é maior do que o que somos. É nessa verdade que me apoio.

Às vezes brinco que nem todas as pessoas nasceram para ser mentores, mas sabemos que todas as habilidades podem ser desenvolvidas, a questão é que não envolve só o que se faz, mas o quanto somos capazes de impulsionar as pessoas a se tornarem quem precisam ser para criar a vida que realmente querem e precisam viver, para citar o uber em potencial humano, Tony Robbins.

Na verdade, exige doação, responsabilidade e empatia, quanto mais poder um mentor tem mais responsabilidades tem, e vice-versa, então não dá para mentorear vidas generalizando processos e ferramentas, é preciso domínio de conhecimentos multidisciplinares, neurociências, economia comportamental, ferramentas de tomada de decisão, uso de projetos e planos de ação, estratégias inteligentes e individualizadas, filosofias, e sobretudo, habilidades de inteligência interpessoal e um método eficaz.

Entenda: performance = aprendizado, investir em mentoria é o que pode lhe dar uma vantagem competitiva que em alguns meses lhe leva para outro patamar, sem falar que investir em você é investir no seu maior tesouro, sua vida.

Nunca somos bons demais para ter um mentor, estamos num processo contínuo de aprendizado e autoaprimoramento, e essa mentalidade de aprendiz nos leva mais longe que nos apegar ao que sabemos e que muitas vezes não funciona mais, ou às vezes nem conseguimos enxergar, o que um bom mentor também pode fazer que é trazer luz aos pontos cegos, um dos grandes bloqueios para implementar mudanças na vida pessoal e profissional.

Na real, vale muito a pena investir na melhoria de seu desempenho, o que vai garantir cada vez mais não só o seu sucesso, como se manter no topo.

Mais um ponto notável é que não há como ser um bom líder, sem ter capacidades para ser um mentor, porque naturalmente gerenciar e direcionar pessoas uma hora ou outra vai exigir, é assim que chegamos ao real significado de aprender, que é conhecer e transformar numa experiência de valor para si e para os outros e saber transmitir, claro.

6- Muito tem se falado a respeito do coaching empresarial, e como essa iniciativa tem contribuído com empresas que buscam crescer e se desenvolver. Como você enxerga este mercado e quais as vantagens de investir no coaching empresarial?

Vou citar um exemplo, talvez seja a melhor reposta: não sei se você conhece o coach de um trilhão de dólares, livro escrito pelos três diretores do Google em homenagem a Bill Campbell, que ajudou a construir algumas das maiores empresas do Vale do Silício, num movimento que gerou tal valor, inclusive ajudou Steve Jobs a tirar a Apple da falência, o resto da história, você já sabe.

Investir em alavancar desempenho pessoal e profissional tem por trás dois valores inexoráveis: tempo e conhecimento! 

Quanto mais as urgências de inovação, mudanças aceleradas, desafios e até transformação, além das pessoas envolvidas no processo empresarial, mais os líderes e gestores precisam de tempo otimizado, princípios essenciais e recursos eficazes para desenvolver pessoas e tomar boas decisões.

Tem coisas que a ciência explica, mas nem seria preciso, porque a própria experiência mostra, os resultados resolvem tudo. Fica a dica.

7- Diante da sua experiência, compartilhe com nossos leitores, quais as principais técnicas de vendas que você utiliza em seu trabalho e como elas podem ajudar a alavancar as vendas em um negócio?

No meu negócio a técnica mais eficaz continua sendo para mim “perguntas simples e certeiras que geram respostas essenciais” para gerar conexão e verdadeiro conhecimento das necessidades do cliente e o quanto o serviço ou produto gera valor e atende.

Sempre pede habilidades de persuasão, comunicação, além de nos tornar imunes às objeções, e isso envolve “repertório” , o quanto de conteúdo você tem para tornar a venda numa experiência de valor. 

Nunca esqueci o que Jeb Blount, uma dos maiores experts em vendas hoje, disse no livro Prospecção Fanática, “tenho preguiça com vendedores que não leem, não tem repertório”, essa é uma verdade, com exceções claro, e assim, o mundo é altamente competitivo, temos muito mais escolhas, que tempo disponível.

As empresas precisam investir na construção de seus colaboradores, equipe de vendas, através do conhecimento, por exemplo, eu aplico masterminds literários de livros incríveis, como Pense Rápido e Devagar, do prêmio nobel Daniel Kanehman, As 48 Leis do Poder de Graham Greene, Armas da Persuasão de Robert Cialdini  dentre tantos outros, livros que somam 20 anos de pesquisas, experiências, que eu passei até meses lendo, e numa imersão de algumas horas as pessoas passam a ter acesso a conhecimentos que podem ser verdadeiras chaves para virar o jogo e elevar seus níveis de performance, para sempre. Pense aí.

8-Comente um pouco sobre as melhores estratégias para alinhar a equipe com o propósito da empresa.

Não há nada mais importante que a clareza do líder ao transmitir a “visão” do propósito e dos objetivos de curto e longo prazo da organização pautados nos valores que a orientam.

O próximo passo é alinhar e engajar equipes com a cultura organizacional, objetivos e propósitos em alguns pilares que envolvem os interesses e expectativas de ambas os lados.

E para isso é interessante trazer à tona a realidade e fazer dinâmicas que envolvem autoconhecimento, perfil comportamental, discursos com menos ruídos, senso de colaboração, forças de caráter e principalmente amparar nos pilares indispensáveis: educar, acompanhar, corrigir e dar feedbacks certeiros.

9-Gerar conexão com as pessoas é uma atitude capaz de trazer ótimos resultados. No trabalho em equipe, quais fatores o líder deve considerar para conquistar essa conexão com seu time e otimizar assim o alinhamento da equipe e a produtividade?

Ouvir, entender, conhecer e se importar como pessoas antes de profissionais, e assim criar relacionamentos de verdade. 

E não estamos falando só de escuta ativa ou de empatia, mas de desenvolvimento de inteligência interpessoal, por isso muitas vezes falo que líderes e gestores precisam se desapegar do ego para olhar além de si mesmo e de suas necessidades e olhar o outro de verdade. Mais uma vez, isso é aprendizado. 

10 – Dentre as Soft Skills, quais são as 3 principais, que você destacaria por realmente garantirem um crescimento exponencial ao profissional de elite?

Costumo chamar as soft skills de “smart skills”, habilidades inteligentes e chaves que podem levar realmente os profissionais para um outro nível de sucesso, então todas são muitos importantes e potencializam umas às outras.

As 3 principais de acordo com minha experiência e mais uma vez com o relatório emitido das habilidades mais valoradas no profissional nos próximos cinco anos, fruto do encontro dos maiores empreendedores de sucesso do mundo, o Fórum de Davos agora em 2023, são lideranças, tomada de decisão, (que numa visão ampla abarca pensamento estratégico, crítico e analítico e solução de problemas), agilidade mental e emocional, todas amparadas na mega skill que é atitude mental de crescimento.

(Continua…)

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