Palestras de Sucesso Entrevista Cris Porto – Parte 2

14. Seu trabalho como mentora de CEOs e conselheira de boards é fascinante. Qual é o desafio mais comum que esses líderes enfrentam e como você os ajuda a superá-lo?

Meu grande desafio e objetivo é conseguir manter a personalidade efervescente de um CEO, com seu olhar visionário, inovador, capaz de enxergar onde muitos não enxergam e colocar isso tudo em equilíbrio com uma comunicação não violenta, efetiva, sem ser baseada no modelo de comando e controle. 

O grande desafio desses CEOs é serem capazes de “guardarem” seus egos e perceberem que muitas vezes erram a mão nas relações e absolutamente ficam cegos e incapazes de perceber que os resultados que tanto preconizam vem através das pessoas. E, para conseguir alta performance, precisarão entender de relações humanas e comunicação, espetacularmente, efetiva.

15. Sua experiência internacional, especialmente os dois meses em Portugal, ampliou sua visão sobre liderança e atendimento ao cliente. Quais foram as principais diferenças que você observou em relação ao cenário brasileiro?

Muito estudo e pesquisa de ponta para buscar compreender que profissionais precisaremos ser no mundo digital e conduzido pela IA. Estamos olhando para o profissional do futuro e tentando entender quais serão as competências essenciais baseadas em modelos do presente e do passado. Precisamos imaginar o cenário do futuro, pois os desafios e postos de trabalho serão completamente diferentes. 

Da mesma forma no que tange ao atendimento ao cliente. Lá fora, temos um padrão de serviço muito mais elevado. Nós brasileiros somos muito pouco exigentes com o nível de serviço e nos contentamos com muito pouco. Ainda temos uma longa caminhada para alcançar níveis de excelência e isso é consequência de educação, cultura e experiências vividas. 

16. A palestra “Liderança na Era Digital” é revolucionária. Você poderia compartilhar uma ferramenta ou conceito de People Analytics que é essencial para os líderes atuais?

Eu costumo usar o PDA para entender um pouco do perfil comportamental dos meus clientes e mentorados. Na minha experiência, uma ferramenta de alta assertividade e identificação com aqueles que já tive a oportunidade de utilizar.

O DIlemas de Gestão também é um assessment muito importante para avaliar o julgamento gerencial do profissional, focado em pessoas em posições de liderança ou que estão sendo preparadas para tal. 

Ambas, ferramentas internacionais.

17. “Conversas Difíceis” é um tema crucial em qualquer ambiente. Qual é a chave para manter a vulnerabilidade enquanto se engaja nessas conversas?

Primeiro de tudo, conquistar a confiança do interlocutor. 

Você precisa de muita escuta e empatia – lembrando que o conceito de empatia está fundamentado em três pilares: olhar sobre a perspectiva do outro e não a sua; não emitir julgamentos e preconceitos e se conectar emocionalmente com o outro. 

Somente com essa base, você conseguirá que o outro mostre suas vulnerabilidades.

18. O conceito por trás de “Não É Nossa Culpa” é intrigante. Como as empresas podem iniciar essa transformação interna para refletir a excelência no serviço?

O conceito de não é nossa culpa está pautado na conclusão após anos de experiência de que o atendimento não é responsabilidade da equipe de contato que está na linha de frente. A excelência do serviço se dá da porta pra dentro das empresas e, absolutamente, todas as áreas devem ser treinadas e preparadas para saber qual o seu papel na gestão do serviço.

E, por fim, concluir que, apesar de não ser nossa culpa, é sim nosso problema.

19. “Mudar Não Dói” aborda a resistência à mudança. Você tem alguma estratégia específica para ajudar as pessoas a abraçarem a mudança com confiança?

A principal estratégia é buscar uma reflexão com a platéia de por que razão criamos esse conceito ou verdade, tantas vezes repetido em nossas vidas, uma vez que vai de encontro a tudo o que vivemos e viveremos cada vez com mais rapidez. 

A mudança é uma constante em nossas vidas e, na verdade, ela quase nunca dói. O que dói é a incerteza, a falta de orientação e clareza para onde estamos indo, os pontos de status, as celebrações de pequenas conquistas, etc. A mudança, em sua grande maioria, é positiva, mas já criamos um preconceito de que mudar é sofrido.

20. Em “Onde a Estratégia Vira Pó”, você fala sobre cultura organizacional. Pode nos dar um exemplo prático de como alinhar os elementos subterrâneos da cultura com os objetivos estratégicos?

A única maneira de alinhar a estratégia à cultura é tendo valores genuínos, praticados no dia a dia e não negociáveis. 

Se você tiver uma cultura de “quadro na parede” e outra que acontece no dia a dia, sua estratégia desmorona. 

O primeiro passo é a cultura vem “de cima para baixo”, através do exemplo e da inspiração das lideranças da empresa, permeia toda a organização, até o nível mais operacional, sendo que todos sabem como aplicar aqueles conceitos, que estão no site em palavras bonitas, para seu trabalho no dia a dia. 

Depois disso, a estratégia deverá ser definida alinhada com suas crenças.

21. A palestra sobre “A Dor e a Beleza de Ser Quem Se É” toca em aspectos profundos do empreendedorismo feminino. Qual seria sua principal dica para mulheres empreendedoras enfrentando desafios no mercado atual?

Tenha certeza de que você está disposta a atravessar o fosso para chegar no castelo. É preciso muitas horas de dedicação, especialmente, se você começar um voo solo. Você será o financeiro, marketing, produção, etc. 

Tenha um foco muito claro de qual é sua oferta. Os clientes querem saber exatamente o que você faz, qual problema você resolve, por que ele deve te contratar.

22. “Fora da Casa” compartilha experiências sobre trabalhar e viver fora do Brasil. Quais são as maiores lições aprendidas que você acredita serem valiosas para quem deseja seguir esse caminho?

Estar disposto a viver e entender outra cultura. Vejo muitos brasileiros lá fora comparando o seu País com o local que está vivendo “ah, mas nossas praias são melhores”, “nossa comida é ótima”, “nós somos mais alegres”. Uma vez que você optou em conhecer outra cultura, seja ADAPTÁVEL e respeite o País, o povo e a cultura anfitriã.

Aproveite cada momento e ensinamento. A oportunidade de viver uma realidade e uma cultura diferente da sua é um aprendizado sem tamanho, sobre o mundo e sobre você mesmo, seus limites e angústias. 

Represente bem seu País e você mesmo, sendo um profissional que as pessoas admirem nas suas conexões e interlocuções. Eleve o nosso padrão.

23. Em relação à Administração, quais são as principais tendências que você acredita que irão moldar o futuro das organizações e como os líderes podem se preparar para elas?

Penso que viveremos a dicotomia do humano x tecnologia. Por um lado, teremos cada vez mais times híbridos compostos por seres humanos, robôs e humanóides, então será inevitável conhecer cada vez mais a tecnologia e seus meios e, cada vez mais rápido. 

Mas, nunca precisamos tanto entender a alma e a mente humana em contrapartida. Estamos doentes, intransigentes, ansiosos e precisamos tratar cada vez mais dos aspectos de autoconhecimento e inteligência emocional.

Essas serão as duas faces de uma moeda que estará nas mãos dos líderes do futuro.

24. O Autoconhecimento é fundamental na liderança. Você poderia compartilhar uma prática de autoconhecimento que líderes podem adotar para melhorar sua eficácia e conexão com suas equipes?

Uma técnica bastante simples, mas muito efetiva é a autocrítica. A capacidade de se analisar nas situações do dia a dia. Precisamos lembrar que o autoconhecimento é apenas a primeira dimensão das quatro que compõem a inteligência emocional. 

Então, sempre sugiro aos meus mentorados que façam o simples exercício com três passos:

  1. Como me comportei em determinada situação?
  2. Como gostaria/deveria ter me comportado?
  3. O que faltou?

25. No contexto de Comunicação Não Violenta (CNV), qual estratégia você sugere para empresas e profissionais melhorarem sua comunicação interna e externa, promovendo um ambiente de trabalho mais harmonioso?

Por vezes a pessoa que pratica a comunicação violenta ou pouco assertiva não percebe que o faz, então, a mentoria é um apoio importante, assim como cursos de CNV, de preferência muito práticos, que coloquem o profissional em situações que desafiem sua comunicação, que seja exposto a esses desafios. 

Contar com um “anjo” ou “padrinho” no dia a dia também pode ajudar a enxergar sua caminhada e apontar melhorias.

26. Cris, sua trajetória e contribuições são verdadeiramente inspiradoras. Como mensagem final, o que você diria para as empresas e indivíduos que buscam a excelência mas ainda estão hesitantes em iniciar essa transformação?

Especialmente, a caminhada de desenvolvimento humano que passa pelo autoconhecimento, é árdua, mas quando você decide por começar esse trabalho com o suporte de um profissional que confia e consegue trazer à tona o que você tem de melhor, o resultado é gratificante, para ambos os lados.

Não existe outro caminho para ser uma liderança efetiva e inspiradora que não o do autoconhecimento. Ram Charam nos diz “descubra quem você é, defina quem você quer ser e, trabalhe duro para isso.” 

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