Como não confundir fatos com interpretações? – Por Patricia Capeluto

Será que você aí do outro lado da telinha, costuma confundir fatos com interpretações?

Temos o hábito de não separar o que são fatos do que são julgamentos, acusações e interpretações. 

Sabe qual o resultado de toda essa bagunça na nossa mente? Mal entendidos e mágoas nas interações cotidianas. 

No artigo de hoje, a palestrante Patricia Capeluto, grande referência no tema, nos traz alguns exemplos sobre como escapar dessa armadilha e construir  diálogos com mais clareza, gentileza e assertividade com as outras pessoas. Acompanhe. 

Confundir fatos com interpretações = problemas nas interações cotidianas

Você sabe o que são fatos? Tem certeza? Pergunto isso pois, muitas vezes, confundimos fatos com interpretações e julgamentos.

Um exemplo simples. Estou eu no meu escritório, sentada na minha cadeira. Você chega, me vê, e diz: 

“A Patricia está sentada numa cadeira.” 

Isso é um fato. Qualquer pessoa pode olhar e descrever a mesma cena, correto? Porém, se você chega e diz: 

“A Patricia está cansada”, isso é uma interpretação, não um fato, concorda? Uma outra pessoa pode notar a mesma cena e dizer que “A Patricia está com preguiça”, por exemplo.O que é isso? Um julgamento, não um fato.

Quando estamos numa conversa difícil, temos a tendência de misturar as emoções 

É muito comum não sermos objetivos sobre o que estamos vendo, diante de uma conversa difícil. Isso pelo motivo de que costumamos misturar as emoções. Daí aquele monte de acusações, como por exemplo:

  • “Você é desorganizado!”;
  • “Você é controlador!”
  • “Você é agressivo!”

Notou que numa situação dessa, não estamos descrevendo nenhum fato? São acusações que estimulam o questionamento, a discordância, e claro, incentivam a pessoa a ficar na defensiva. Tudo isso é combustível para uma conversa difícil pegar fogo!

Comece um diálogo descrevendo os fatos 

Fatos são mais persuasivos. Portanto, fale sobre fatos, ao invés de emitir suas conclusões e dizer o que você acha do outro. Caso contrário, as pessoas não entenderão como você chegou à elas. E não entendendo, certamente não gostarão de ser enquadradas em sua “verdade absoluta”.

Os fatos são menos ofensivos. Se você disser que a outra pessoa vive cansada, ela pode ficar magoada. Mas, se você disser que observou que ela está sentada na cadeira e que ela não entregou o trabalho, estará descrevendo fatos.

Como fazer isso na prática? 

Lembre-se que fatos são ações ou situações em que todos irão descrever exatamente a mesma coisa.

Dividimos a mensagem em duas partes:

  • O fato;
  • A sua interpretação do fato.

Vamos a um exemplo:

“Patricia, você está há horas sentada na cadeira e não me entregou o trabalho. Me parece que você está cansada, é isso?”

Ou então:

“Patricia, desde segunda-feira que as suas roupas estão em cima da cadeira. Me parece que você está meio desorganizada, é isso?”

Percebeu que usei o “me parece”? 

O uso do “me parece” é uma interpretação, e o outro entenderá isso. Eu sei que no auge da emoção, seu desejo é dizer que o outro é mesmo desorganizado, bagunceiro, egoísta, dentre outros termos.

Mas, reflita: tais afirmações não te ajudarão a evoluir no diálogo, não é mesmo?

Você tem a escolha de transformar as conversas difíceis, em conversas mais fáceis. 

Lembre-se: como qualquer novo hábito, isso exige treinamento. Ponha em prática! Precisa de ajuda? Conte comigo! 

Quero a Patricia Capeluto em meu evento!

Patricia Capeluto

TedX Speaker que já ajudou mais de 2.000 pessoas a se comunicarem e se relacionarem melhor nas empresas.

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