1- Agradecemos profundamente sua presença, Rosani. Iniciando nossa conversa, como você relaciona a comunicação visual com o desenvolvimento de uma liderança eficaz no ambiente corporativo?
A comunicação Visual é muito mais antiga em nossa civilização do que a verbal! Desde as primeiras civilizações os gestos, posicionamento e principalmente as expressões faciais tem uma finalidade, conectar pessoas, pois somos gregários por natureza. Cerca de 55% da nossa comunicação é visual, 38% é através da entonação de voz e somente 7% por palavras. Meu trabalho com a liderança é, refinar o seu olhar, de modo a interpretarem o que os corpos falam e a boca não conta.Tanto do que a sua equipe transmite para o público alvo, quanto o que cada componente da equipe conta sobre as suas emoções e engajamento com a empresa, por exemplo. Para então buscar estratégias de alinhamento na comunicação e minimizar ruídos, que dificultam a comunicação assertiva e a compreensão.
2 – O autoconhecimento é uma base para o desenvolvimento pessoal e profissional. Pode compartilhar como esse processo impacta na construção de uma carreira de sucesso?
O autoconhecimento é a jornada mais importante da nossa vida, para obter mais autoconsciência sobre crenças, valores, padrões neurais, comportamentais, fortalezas, vulnerabilidades e então desenvolver habilidades e gerenciá-las. Para construir uma carreira de sucesso, é necessário saber sobre si mesmo, assim pode-se potencializar as competências, administrar deficiências, ter maior equilíbrio emocional e social, criar uma identidade autêntica, uma autoimagem positiva, reforçar a autoconfiança, autoestima e consequentemente o posicionamento profissional.
3 – A neuroliderança tem ganhado destaque nos últimos anos. De que maneira esse conhecimento pode ser aplicado na gestão de pessoas para melhorar o desempenho de equipes?
Através da neurogestão, exploramos mecanismos intelectuais e emocionais, na gestão de pessoas e na organização. Aprimoramos a visão de negócio, através da inteligência emocional e organizacional, desenvolvendo habilidades na liderança, tomada de decisão, seleção de pessoas, estímulo da criatividade e inovação, podendo ser decisiva na criação e melhoramento de produtos e serviços, bem como na relação dos seus líderes e funcionários e em como otimiza-las.
4 – Comente sobre algumas técnicas de contoterapia e princípios de homeostase que podemos utilizar para transcender barreiras inconscientes e padrões limitantes que sabotam nossa imagem e fale sobre como essas abordagens ajudam na jornada de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
Através dos contos, podemos conduzir o indivíduo a enxergar as suas crenças ou limitações, sob uma nova perspectiva, sem olhar diretamente para elas, pois transcendemos a barreira do racional, por usarmos o intangível. A contoterapia é uma ponte entre a realidade e a imaginação, girando chaves e acessando mundos inexplorados, podendo chegar às emoções ou padrões neurais, em um ambiente seguro, com a intenção de buscar soluções ou ressignificar aspectos que dificultam a evolução ou o desenvolvimento do indivíduo. Homeostase ou alostase é a habilidade de manter o meio interno em um equilíbrio, independentemente das alterações que ocorram no ambiente externo. Exercícios de respiração para prevenção ou diante de agentes estressores são ótimas ferramentas para fortalecer a racionalidade, melhor tomada de decisão e atitude assertiva. Também podemos trabalhar o mindfulness para o exercício da consciência plena, mente saudável, foco, equilíbrio emocional e felicidade.
5 – A autoimagem positiva é crucial em muitos aspectos da vida. Como você acredita que ela influencia o desempenho profissional e o desenvolvimento de carreira?
Uma autoimagem é como o indivíduo percebe-se e está relacionada à autoestima e à Imagem pessoal. Uma autoimagem positiva traz mais autoconfiança, posicionamento, autopercepção, autocuidado e muda positivamente a forma como nos apresentamos aos demais. Está relacionada a como interpretamos a realidade e as emoções. Sendo assim, ligada às relações interpessoais, tomada de decisão, comportamento e desenvolvimento pessoal e de carreira. Se me observo com autocompaixão, autoaceitação, consigo entender fortalezas, vulnerabilidades, como administrá-las, encontrar a autenticidade e assertividade no comportamento, posicionamento e escolhas.
6 – No contexto de prosperidade e imagem, como o branding pessoal pode ser um diferencial competitivo no mundo corporativo?
O Branding Pessoal é a marca e valor de um ser, que reflete a sua promessa, sua visão de mundo, sua história ou trajetória, transmitida através da sua comunicação visual e verbal, criando presença e autoridade.
E será a base para a sua percepção, experiência e conexão dentro do mundo corporativo. Logo é a estratégia adequada para diferenciar-se, criar autoridade, agregar valor e prosperar profissionalmente.
7 – Você pode explicar como a emoção influencia a tomada de decisão no ambiente de trabalho e quais técnicas podem ser utilizadas para gerir essas emoções de forma eficaz?
Embora pensemos que o ser humano é racional, a neurociência elucida, pelas pesquisas e descobertas, que somos emocionais. As emoções influenciam, memória, aprendizado, cognição e por isso, tomada de decisão. Elas são sentimentos que envolvem avaliação subjetiva, processos psicológicos e crenças cognitivas. Elas influenciam no nosso julgamento e decisões. Emoções positivas como alegria, podem influenciar na motivação e em tomadas de decisões espontâneas ou aventureiras e emoções negativas como medo, podem levar a preconceitos, ou a não decisão por evitar riscos. Para o gerenciamento das emoções e maior racionalidade, a consciência, autoconhecimento e a inteligência emocional, são excelentes ferramentas. Assim, pode-se reconhecer, compreender e gerenciar as emoções, para tomadas de decisões mais racionais.
8 – A gestão de pessoas é um desafio constante para líderes. Como a neuroliderança pode auxiliar no entendimento e na motivação de equipes diversas?
Com o conhecimento de como funciona o cérebro humano a liderança pode entender porque e como, cada ser humano está agindo, reagindo e interagindo no contexto organizacional. Este conhecimento fornece insights e ferramentas para tornar processos pessoais e o ambiente de trabalho mais amigáveis ao cérebro. Melhora a efetividade da liderança, pela forma como resolvem problemas, tomam decisões, colaboram, influenciam e facilitam as mudanças. Em um mundo globalizado e digital, as mudanças são rápidas, esta capacidade de adaptação, flexibilização, aceitação e gerenciamento da diversidade, delegar, ouvir e comunicar-se, oferecer suporte e abertura para que os funcionários encontrem alternativas para chegar à metas, construir parcerias, mostra uma gestão mais descentralizada e participativa, motivando por ser um mentor e facilitador, mais que um “chefe”.
Cada pessoa é única, sistêmica, com personalidade, habilidades, conhecimentos e atitudes diferentes, buscar desenvolver e aproveitar cada integrante da equipe, envolvê-los na participação, solução e decisão, traz sentimento de valorização, pertencimento e motivação a cada membro da organização.
9 – Considerando o desenvolvimento feminino, quais barreiras você percebe que ainda precisam ser superadas no ambiente corporativo?
No ambiente corporativo, principalmente em cargos de liderança as mulheres ainda são minoria, muitos fatores podem influenciar neste aspecto. Inclusive a cultura, até inconsciente da fragilidade feminina, do medo da interferência da maternidade ou demandas familiares no trabalho, preocupação com o estilo de liderança, reflexos dos estereótipos de gênero e resistência a uma liderança feminina. Inclusive cabe frisar que a dificuldade de posicionamento e autoconfiança é comum entre as próprias mulheres, por medo da rejeição. O fortalecimento através do autoconhecimento, autoestima, inteligência emocional e potencialidade de suas competências, poderia tornar este quadro mais igualitário.
10 – No que tange ao desenvolvimento pessoal e profissional, que conselho você daria para alguém que está buscando redefinir sua carreira?
Primeiramente fazer uma pesquisa de mercado ou carreira de interesse, segundo avaliar riscos, verificar se o que deseja fazer é compatível com os seus valores, fortalezas e competências, invista em autoconhecimento, fazer um planejamento estratégico para o desenvolvimento pessoal/profissional, preparar-se financeiramente, buscar ajuda de mentoria especializada, intencionar a comunicação visual adequada ao público ou empresa, que deseja se conquistar, relacionar ou abranger.
11 – Em sua experiência, quais são as principais qualidades de uma liderança eficaz e como essas qualidades podem ser desenvolvidas?
Visão sistêmica, liberar o potencial de cada indivíduo, incentivar as pessoas para o autodesenvolvimento, ouvir e ensinar, compartilhar responsabilidades, orientar as pessoas, saber reter talentos. Inteligência emocional e social, inovação e intuição
A nova liderança liberta-se da ideia de controlar pessoas, para focar no desenvolvimento recíproco, o líder se desenvolve e treina pessoas com visão no funcionamento cerebral e inteligência emocional.
O líder pode desenvolver estas qualidades através de treinamento em neuroliderança.
(Continua na parte 2…)
Gostou do artigo? Imagine ter este palestrante em seu evento ou empresa! Clique no botão e peça uma cotação!