Palestras de Sucesso Entrevista Marcos Clementino

1- Lendário palestrante de sucesso, Marcos Clementino! Estamos muito felizes de tê-lo em nosso cast, gratidão por nos atender para a realização desta entrevista. Para começarmos: é possível dominar a arte de transformar obstáculos em oportunidades? Como? 

É absolutamente possível dominar esta arte. O ideal é treinar o olhar e a percepção de como enxergamos aquilo que aparece em nossos caminhos. Muitas vezes achamos que algo é negativo enquanto não é, daí com o passar do tempo nos damos conta que deixamos escapar uma oportunidade. No entanto, o cavalo passa arriado uma vez só e se não tivermos atitude e a compreensão que aquele é o momento ideal para montar, provavelmente jamais teremos uma nova chance.

E o “obstáculo” que não queremos enfrentar, é justamente aquele em que está o tesouro.

2- Se comunicar é essencial para que as pessoas possam compreender sua mensagem. Sobretudo, ao se aplicar uma boa comunicação sob o viés do marketing, otimiza-se os resultados planejados do negócio. Neste sentido, quais estratégias a empresa deve adotar, para otimizar a comunicação e torná-la assertiva, tanto entre os colaboradores, quanto com os clientes, em negociações e divulgação/campanhas da marca? 

É preciso evitar uma linguagem muito rebuscada, independentemente, de quem seja o receptor. A mensagem precisa ser simples, direta e clara. Sobretudo, honesta. 

Observo, porém, que não é a forma escolhida para comunicação o maior pecado capital das empresas. É a ausência de comunicação que gera caos, desconfiança e nasce a rádio peão. 

A Igreja Católica perdeu a credibilidade, perdeu fiéis e de certa forma contribuiu para que surgisse instituições protestantes pelo fato de não falar sobre as próprias feridas, em especial, os casos de pedofilia. 

O mesmo acontece quando as empresas se esforçam em esconder casos de assédio moral, racismo, homofobia, corrupção, demissão etc. E toda vez que esses assuntos são evitados, uma vez existente dentro da instituição, acabam minando a credibilidade com clientes e os próprios colaboradores. Ou seja, a covardia em evitar tocar em assuntos delicados e/ou a retaliação com aqueles que desejam falar é um caminho perigoso.

Não se trata só de marketing, é sobre conduta. 

Em geral, a estratégia de marketing das empresas é muito semelhante em um mundo globalizado. O que muda entre elas é o investimento em ações neste sentido e sai na frente aquela que tem o algo a mais. Que no meu ponto de vista é proporcionar um ambiente integrador aos colaboradores e uma excelente experiência aos clientes.   

3- Há um Provérbio Árabe que diz o seguinte: “Um exército de ovelhas liderado por um leão derrotaria um exército de leões liderado por uma ovelha”. O que você pensa a respeito desse provérbio e diante de sua experiência atuando no mundo corporativo, seja como empresário, seja como palestrante, qual deve ser a postura ideal para um líder gerar conexão com sua equipe e liderá-la da melhor maneira?

Eu pontuo duas características que muitas vezes soam como clichês, contudo são essenciais para liderar: servir a equipe e o próprio exemplo.

1)Servir a equipe e evitar demonstrar preferências por determinado colaborador por mais afinidade que tenha com algum em especial. Assim se evita ciúmes bobos e conflitos desnecessários. Por incrível que pareça, ainda existem empresas que promovem esse tipo de conduta com o objetivo de gerar competição em busca do aumento da performance em geral. A experiência, porém, mostra que o efeito se torna o oposto e o ambiente fica pesado. 

A questão de servir é ensinar, treinar e dar feedbacks (negativos e positivos). É permitir o holofote para quem de fato tem o mérito e trabalhar a vaidade para que não queira se apropriar do brilho de um subordinado.

Servir é ajudar o colaborador a conquistar uma promoção em outro setor, por mais que fique com uma pessoa a menos na equipe. É mais sobre o outro do que focar no próprio interesse.

2)Exemplo, isso fala mais sobre o líder do que qualquer coisa que saia da boca dele. E o líder pode até fingir um comportamento admirável por determinado tempo. Mas máscaras costumam cair e se tornam um pesadelo para ele próprio, equipe e empresa. Ser original e autêntico, inclusive com os próprios defeitos.

Não dá para cobrar pontualidade e chegar atraso, por exemplo.

5- Marcos, de que maneira um profissional que sonha em ser reconhecido e evoluir na carreira, pode obter a clareza suficiente para saber o caminho exato que deve trilhar para atingir seus objetivos?

Aprender com os erros e sucesso de pessoas que já trilharam esse caminho. Por isso, conviver com pessoas vencedoras dispostas a contribuir com o seu crescimento profissional é essencial. É preciso buscar um mentor na família ou na empresa em que trabalha. Ouvir quem de fato você admira e já deu resultado, ao mesmo tempo que é preciso evitar escutar gente demais ou quem gosta de dar palpites, mas que ainda não colocaram em ação na própria vida. Por isso, cuidado de quem você recebe orientação.

Na ausência de um mentor ideal e disponível na sua rede de relacionamentos, o caminho é pagar para ter esse tipo de orientação de um profissional gabaritado, com método testado e com pessoas as quais já tiveram resultado com ele.

Indico ainda ler biografias de sucesso, assistir a filmes e palestras inspiradoras de quem já chegou lá.

Esse é um caminho que ajuda a dar clareza de como trilhar com a experiência dos outros.

6- Você é um exemplo incrível de alguém que teve coragem de largar uma carreira muito bem-sucedida no jornalismo, para começar a empreender no mercado financeiro. Conte pra nós: o que te motivou a tomar essa decisão?  E como trilhar um caminho assertivo no mercado financeiro?

Na época de estudante, já havia tido uma experiência muito positiva com o mercado financeiro por ter trabalho em dois bancos de negócio. Daí, mesmo atuando como jornalista, sempre estive inserido neste ambiente como um estudioso e na manutenção das relações com antigos colegas de trabalho. Virava e mexia eu recebia um convite.

Depois dos atentados em Paris em 2015, repensei a carreira. O risco da profissão e a distância da família pesaram bastante. E o fator financeiro contribuiu também. Tudo aquilo que eu sonhava como jornalista já havia conquistado, viajei 32 países e fiz coberturas incríveis. Acredito que a vida é feita de ciclos, eu enxergava um declínio muito acentuado na profissão com a chegada de smartphones e as redes sociais, o que mostrava que o poder da imagem e o lugar de fala já não era algo exclusivo das emissoras de TV. E embora tenha trabalhado como empregado por muito tempo, sempre tive um perfil empreendedor e futurista, o que me ajudou a estudar o mercado em que estou hoje com calma (fiz isso ao longo de 2 anos) para fazer uma transição mais acertada possível. 

Como ser assertivo no mercado financeiro? Com o mesmo método que dá certo em todos os segmentos: paixão, sacrifício e dedicação.

Minha experiência como jornalista ajuda demais na relação com os clientes. Fazemos uma entrevista para entender a necessidade deles e depois entregamos um planejamento sob medida.

Essa fórmula deu certo e mais rápido do que eu esperava, inclusive com reconhecimentos internacionais dos quais eu desconhecia quando decidi migrar para este setor.

7- Atuando como repórter, você entrevistou várias personalidades marcantes, das quais nos chamou muito a atenção, o fato de você entrevistar dois dos maiores nomes do esporte mundial de todos os tempos: o Rei Pelé e o astro da NBA, Kobe Bryant. A história deles pode ser usada como inspiração pra motivar o trabalho em equipe nas empresas? Quais características você destacaria de cada um? E claro, comenta como foi essa experiência e o valor dela para sua carreira e vida.

Pelé foi um sonho de criança realizado depois de adulto. Tive a oportunidade de entrevistá-lo por três vezes. A simpatia acompanhada de uma simplicidade genuína do Rei do Futebol foi marcante nesses encontros. A lição que fica é que tem gente que conquista tão pouco e acha que é melhor que os outros, enquanto o maior jogador de todos os tempos é gente como a gente. E apesar de Edson Arantes do Nascimento ter feito o que fez no esporte depois que se tornou Pelé, ele não é unanimidade e tão pouco tem o prestígio que deveria ter no próprio país em que nasceu.

Já com o Kobe foi diferente. Virei fã depois que o entrevistei. Foi acessível, brincalhão e humilde no trato. E comecei a me aprofundar na história dessa lenda da NBA. A repetição, o esforço e a quantidade de treinos maior do que qualquer outro competidor fez dele um grande esportista. 

Pelé é uma divindade, já Kobe construiu o próprio destino a partir da falta de talento que ele tinha quando ainda criança.  

8- Um dos temas mais comentados quando falamos em carreira, negócios e gestão, é inteligência emocional, considerada por muitos como uma das soft skills do momento. Contudo, muitos empresários, líderes e colaboradores, nutrem a falsa ideia de que inteligência emocional é apenas ficar em silêncio diante de uma diálogo complicado e conflitos. O que você pensa a respeito e como a inteligência emocional influencia sua carreira e negócios?

É um tema na moda. Tem muitos especialistas e diversos praticantes. A teoria é linda, a realidade a ser aplicada é outra. 

Não se aprende a dominar a inteligência emocional apenas com a leitura de um livro ou um curso de fim de semana. O próprio amadurecimento do indivíduo ao longo da vida traz um discernimento melhor. É algo que compreendemos com a literatura e treinamento sim, mas que aprendemos de forma mais eficaz com a experiência da própria vida como perdas, prejuízos, frustrações, desilusões e conflitos no geral. O ferro só é moldado em temperaturas elevadíssimas. Se ilude quem ignora esse fato.

Agora, quem domina a inteligência emocional sai na frente no mercado, pois esse tipo de competência é mais valiosa nos dias atuais do que a própria competência curricular acadêmica tão apreciada em décadas anteriores. Ainda mais pós pandemia, em que o número gigantesco de pessoas com patologias como ansiedade e depressão, com o aumento do número de suicídios. Encontrar um profissional saudável mentalmente e, sobretudo, com uma boa gestão emocional vale ouro para as empresas.

Por isso vale se desenvolver e viver experiências que vão exigir o máximo dessa inteligência, bem como moldá-la.

9- Você confessou que é um amante da sétima arte e destacou alguns dos filmes.Pode comentar sobre qual a principal lição de cada um deles e como essas lições podem contribuir com o mundo corporativo?

A Procura da Felicidade

Uma lição que os perrengues valem a pena, quanto mais você tiver, mais fortalecido vai ficar. Quanto mais você tiver, mais próximo de encontrar a felicidade tão procurada.

Homens de Honra

Ser único, ser o primeiro (no caso do personagem interpretado pelo ator Cuba Jr, o primeiro mergulhador negro dos Estados Unidos). Buscar aquilo que ninguém ainda conquistou e transformar inimigos que te perseguiram ao longo da sua jornada em pessoas que vão te ajudar em algum momento da vida.

Unbroken

Ser inquebrável por mais que você apanhe na vida. Não importa o peso da cruz que carrega, o universo só entrega o peso para quem é mais forte e vai conseguir suportar. Apanhe até não sentir mais dor, apanhe até o inimigo cansar de te bater. Só não mude a sua rota porque estão te batendo.

O Milagre da Cela 7

O milagre é concedido por Deus, mas muitas vezes ele utiliza pessoas as quais não são dignas de respeito da sociedade para te ajudar. O amor salva!

Até O Último Homem, Lion – uma jornada para casa.

Ser obcecado pela própria origem, mesmo que esse seja um ambiente perigoso e desconhecido. Ter orgulho de onde veio e manter as raízes mesmo que isso custe atravessar o mundo para fazer uma rápida visita. Isso vai ajudar no autoconhecimento, a encontrar o próprio propósito de vida.

E por mais que você passe anos buscando o caminho sem qualquer esperança, não deixe de perseguir o seu objetivo, porque uma hora você alcança. 

10- As crises surgem de tempos em tempos, e a história está aí para não nos deixar mentir. A mais recente delas, acarretou em uma série de empresas fechando, enquanto outras se seguraram firmes e até mesmo, alavancaram os negócios. Diante deste contexto, Marcos, revela pros nossos leitores: como suportar o sacudir das ondas sem afundar? 

Não tem receita de bolo para resiliência. Temos que aprender a levar pancadas com naturalidade, entender que isso faz parte do processo da vida. E não porque você foi um injustiçado ou tem mais azar que outras pessoas.

Tem momento que para suportar o sacudir das ondas é preciso atravessá-las, outras vezes se segurar firme onde está. Dependente do contexto. O que não deve é se permitir afundar em qualquer uma dessas circunstâncias. É por isso que precisamos ser valentes e jamais perder a esperança seja em qualquer cenário.

Inclusive, em primeira mão, nunca falei publicamente. Fiz minha primeira (e única) tatuagem na pandemia no braço direito. E a frase é justamente essa em latim “Fluctuat Nec Mergitur” (É sacudido pelas ondas, mas não afunda). 

11-Você é embaixador dos projetos Cine Casarão e Mãos Solidárias. Pode nos contar um pouco sobre no que consiste e qual a importância deles?

Os dois projetos são tocados por amigos de adolescência moradores do bairro em que nasci, no Campo Limpo, na comunidade do Casarão.

O Cine Casarão tem o objetivo de levar o ambiente de uma sala de cinema para as crianças carentes da região, com um projetor instalado em uma sala anexa ao campo de futebol em que eu jogava quando criança. Também tem cachorro-quente, algodão doce e pipoca. 

O Mãos Solidárias é mais recente, começou durante a pandemia e já ganhou corpo de uma forma dinâmica e muito bem estruturada. Com a doação de alimentos dos comércios locais e outros parceiros, os voluntários cozinham e montam marmitas para entregar para moradores em situação de rua e famílias desfavorecidas. 

Como se trata de um trabalho que exige muita dedicação e regularidade, não consigo ser presente nas ações por uma questão de agenda. Daí, a minha contribuição é mais no sentido de construir pontes através do meu networking, seja para levar mídia para esses projetos no sentido de deixá-los mais conhecidos a fim de atrair incentivos por meio de reportagens de veículos de imprensa ou parceria com outras instituições.

Além de conhecer as pessoas à frente, a condição sine qua non para eu aceitar os convites é que os projetos não estivessem envolvidos com política ou que eu tivesse que fazer arrecadações de doações. 

12- O que é preciso fazer para descobrir a missão e encontrar o propósito, temas tão relevantes na vida das pessoas, mas que muitas vezes, são deixados de lado?

Eu vejo que essa é uma dificuldade muito comum entre as pessoas. O propósito sempre está relacionado em contribuir de alguma forma com o mundo e sua existência de vida. É utilizar o dom, o talento natural, para ajudar o próximo. 

Tem facilidade em princípio religiosos, precisa levar os ensinamentos para quem precisa.

Ama animais e entende dos cuidados que eles precisam, pode ajudar no bem-estar daqueles que são abandonados por seus donos.

Domina determinado esporte, pode ensinar crianças que não tem acesso aquela modalidade.

E assim por diante. É algo que já existe em você, que você ama fazer e tem facilidade com isso, mas que precisa retribuir como forma de gratidão ao universo em ajuda.

Muitas vezes está relacionado a experiências que passou pela vida. Uma pessoa que viveu o drama de um tratamento de câncer, pode ajudar outras na mesma situação. Assim vale para casos como alcoolismo e dependência química, abuso sexual etc.

Já o meu propósito é ajudar as pessoas a saírem do ZERO para alcançar dignidade financeira e social.

13- Você é um entusiasta da leitura, certo? Conta pra gente 5 insights que teve com os últimos 5 livros que leu, e claro, quais livros são hehehe.

Especialista em pessoas, Tiago Brunet

Insight: existem amigos e “amigos” e somos nós determinamos a importância de cada um deles em nossas vidas

As cinco linguagens do amor, Gary Chapman

Insight: só existe divórcio porque ainda somos ignorantes no amor, na linguagem diferente daquilo que o outro espera receber e vice-versa.

Faça o tempo enriquecer você, Tathiane Deândhela

Insight: o tempo pode ser nosso aliado e também nosso inimigo, isso depende da forma como o tratamos

As 16 leis do triunfo, Napoleon Hill

Insight: pouca gente lê no mundo e quem lê pouco prática, porque se as pessoas conhecessem essas leis do triunfo, a Terra seria um lugar mais próspero para todos.

Extracampo na ótica do cárcere, Ângelo Canuto

Insight: todos nós podemos dar a voltar por cima mesmo depois de um erro na vida

14- Saúde mental e qualidade de vida são temas em alta no mundo atual. De que maneira um gestor, empresário e líder pode trabalhar essas questões, não somente em relação aos seus funcionários, como também em si mesmos?

Este assunto ainda é um tabu nas empresas e eles não sabem como tratar a situação. E para piorar, as empresas ainda ficam com o pé atrás sem saber se de fato é um diagnóstico real ou se trata de alguma fraude para se obter licença médica como acontece com muita frequência nas instituições.

Aí sempre paira no ar aquela dúvida, uma desconfiança que pode se tornar um julgamento: “será que não está fingindo?”

E por essa saia justa é que a pessoa doente acaba também escondendo o problema com receio de ser rotulada e acaba por não procurar ajuda, o que tende a piorar o problema.

As empresas promovem happy hours para os funcionários que costumam consumir álcool e outras drogas como forma de aliviar o estresse. A empresa precisa fazer uma conscientização forte em algo que para muitos pode parecer banal, todavia é a cultura implementada pela empresa que é seguida pelos funcionários.  

E por isso proporcionar um ambiente agradável e integrador, incentivar o colaborador a prática de atividade física e ter pausas adequadas ao longo do dia de trabalho já é uma grande mudança. Trazer a prática da meditação e outras ações que ajudem a prevenir a incidência de problemas de saúde mental.

É preciso prevenir, identificar caso haja indícios de problemas de saúde com algum colaborador e estender a mão caso seja necessário.

Já no caso do líder, a carga de responsabilidade costuma ser maior e como agravante existe a vergonha em assumir para si um problema como a depressão como se fosse uma fraqueza qualquer. Ou seja, é necessário antes de qualquer sinal de patologia que a pessoa procure terapia afim de prevenir problemas futuros e não só quando a doença já se agravou.

15- Uma carência muito encontrada no trabalho em equipe e na esfera corporativa em geral, é a o nível de motivação baixo, bem como a comunicação deficiente nos mais variados níveis da empresa. O que pode ser feito para atenuar tais dores ou mesmo resolver essas problemáticas?

Alinhar as expectativas com o funcionário e jamais fazer falsas promessas seja na contratação ou como forma de motivá-la no dia a dia. Porque se promete uma promoção que já sabe que não vai acontecer, a pessoa cria expectativa e depois percebe que foi enganada. Acredite, isso é muito comum. 

Ser honesto com o colaborador, ser humano com o colaborador. Ser decente e respeitoso em uma eventual demissão, porque se alguém deixar a empresa de forma injusta ou com desprezo, os demais vão se sentir ameaçados de forma indireta e isso também desmotiva.

As principais queixas das pessoas desmotivadas são insatisfação com o salário, falta de reconhecimento e falta de expectativa de crescimento. Desta forma, a empresa precisa criar um programa de compensação conforme a contribuição de cada um, isso costuma acontecer geralmente na área comercial e que é deixado de lado em outros setores. Mas é factível criar um plano geral nesse sentido. Ganha o funcionário, ganha a empresa.

16- É cada vez mais frequente, notarmos que grandes personalidades, pessoas bem-sucedidas e que se destacam no mundo dos negócios, investem em mentorias.  Você atua como mentor, certo? Quais fatores uma pessoa deve levar em consideração, antes de investir em uma mentoria? Quais resultados ela deve esperar e quais critérios deve considerar antes de escolher um mentor?

Existe no mercado muito especialista em conteúdo, mas que pouco teve sucesso na própria vida. Daí é como contratar um personal trainner com sobrepeso para te ajudar a emagrecer.

A pessoa enriqueceu porque aprendeu a vender curso ou porque está replicando aquele método que utilizou na própria trajetória?

Ter um coach ou mentor é essencial. Pesquisar sobre o profissional é uma responsabilidade tão grande como buscar informações sobre um político a quem você quer eleger. Existe muito curso de final de semana em que a pessoa vai pra casa com o diploma de Coaching, o que acabou prostituindo a profissão.

Por isso meu lema é não ouvir conselhos de pessoas que nada construíram, quem tem muita teoria e nada praticaram.

Pegue referência de outras pessoas que já foram mentoradas por este profissional, pesquise a sua credibilidade na mídia, quanto tempo está na área, a quanto tempo vem fazendo sucesso.

17- Há uma frase de Barack Obama, que diz: “A mudança não virá se esperarmos por outra pessoa ou se esperarmos outra hora. Nós somos aqueles pelos quais esperamos. Nós somos a mudança que procuramos.”  Como ter forças ou coragem para mudar? 

A força e a coragem aparecem apenas em quem está extremamente incomodado com a situação atual. Se dói, mas não dói tanto a pessoa prefere ficar onde está. Então não é apenas querer, tem que estar doendo muito para despertar força e coragem.

18- O mundo das vendas é muitas vezes repleto de perrengues. Quais dicas você daria para um vendedor ou equipe de vendas que se encontra em crise? 

Attitude is everything – atitude é tudo. O vendedor experiente que oscilou, precisa voltar para o básico. O novato que ainda não deu resultado, precisa persistir e se preparar mais. Em todos os casos que vi uma equipe em crise, a culpa sempre é do líder. Mas casos pontuais, e oscilações entre um profissional e outro é comum da atividade.

Está ruim, aumenta o plantio. Só não pode deixar de semear. Uma hora a colheita vem.

Novamente volto no exemplo. Se o líder foi um bom vendedor, é a hora de dobrar as mangas e suar a camisa indo pra campo com os seus funcionários e demonstrando na prática como faz. Treinamento e troca de experiência entre os profissionais deve ser constante. Assim como o jogador de futebol treina todas as semanas ao longo da carreira, assim tem que ser o profissional de venda. Os treinamentos precisam ser repetitivos, porque as falhas também são repetitivas.

E contratar uma palestra “Olho vivo, faro fino” comigo que dou um jeito (risos).  

19- Uma matéria do Portal Tecmundo, diz que:“Quando a “inovação” é só nova, sem nenhum impacto prático na vida das pessoas, ela se torna algo reluzente, mas que chama a atenção apenas por alguns segundos. Assim que as pessoas entendem que aquilo é apenas isso — chamativo, mas sem utilidade —, elas dão as costas. E assim as empresas morrem. ”Você concorda com essa afirmação? Como é possível inovar no mercado atual, gerando impacto no dia a dia das pessoas?

A inovação sempre vem por uma necessidade de mudança, por alguma dor atual. Criar por criar não muda nada. Inovar é resolver, solucionar problemas existentes. E quando se segue essa premissa o impacto na sociedade é garantido. A definição de inovação em sua origem “é o motor do crescimento econômico”, segundo o cientista político austríaco Joseph Shumpeter, que na minha modesta opinião é importante sim, mas não é só é a economia que impacta no dia a dia das pessoas. Por isso, a inovação precisa ser mais que apenas um instrumento de fomento econômico.

20- Superação e resiliência são temas marcantes em sua trajetória de vida, não é mesmo? O  filósofo Sócrates, já dizia: “Transforme as pedras que você tropeça nas pedras de sua escada.” Para você, Marcos Clementino, lendário profissional bem-sucedido, este é o segredo do sucesso? 

A citação de Sócrates é basicamente a arte de transformar obstáculos em oportunidades que é o ponto principal da minha palestra. No entanto, este não é o único segredo, é um dos.

21- Qual dica você daria para que liderança e colaboradores se alinhem e atuem rumo ao mesmo objetivo comum: o sucesso da corporação? 

Alinhar expectativa, objetivos em comum, além de respeito e admiração mútua.

22- Do Marcos Menino que vendia picolés e ajudava o pai, ao Marcos que hoje tem uma foto em grafite na principal avenida do bairro em que cresceu, qual sentimento define essa jornada de vida tão extraordinária e inspiradora?  

Ainda não é um sentimento de dever cumprido porque tem muita estrada pela frente. Eu diria que este fato confirma que acertei mais do que errei e que estou no caminho certo. O sentimento é de vitória e muita emoção, o sentimento é de fome para conquistar cada vez mais e compartilhar com outras pessoas para chegarem tão longe quanto ou até mais longe do que eu cheguei.

23- Obrigado pela gentileza e generosidade de compartilhar seus conhecimentos e ensinamentos. O espaço a seguir é seu para deixar uma mensagem especial aos leitores do blog da Palestras de Sucesso.

Caro leitor, em um mundo tão competitivo – de tantas comparações – nós acabamos por esquecer o que de fato realmente queremos e começamos a perseguir até de forma automática aquilo que outros dizem ser bacana. Triunfar é possível, quando você começa a competir com você, comparar os seus resultados apenas com seus próprios resultados e descobrir o que você quer para sua vida e não o que outros querem para você.

Aprenda, na vida ou você tem uma estratégia definida ou vai fazer parte da estratégia de alguém. A parte boa é que você é quem decide isso.

Sucesso a todos. Olho vivo, faro fino!

 

Marcos Clementino

O palestrante que toca diretamente no coração e na alma das pessoas

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