Palestras de Sucesso Entrevista Frederico Thompson – Parte 2

9- Quais são suas recomendações para gestores lidarem de maneira eficaz com conflitos internos nas empresas?

Minhas recomendações para os gestores são: 

– Empenhe-se para conhecer melhor suas virtudes, seus pontos fracos e sua equipe.

– Quando for corrigir, coloque o erro da pessoa dentro da perspectiva da tentativa e erro, e não realçando o erro. 

– Ao mencionar algum erro, diga o que faltou em relação ao objetivo, não algo que você esperava enquanto atitude. Se for criticar uma atitude, não deixe de colocar o objetivo como alcançável pela pessoa.

-Elogie em público, corrija em particular.

Uma das principais estratégias que eu proponho é gerenciar partes conflitantes em perspectiva do que são capazes de fazer dentro de suas possibilidades, colocar as probabilidades de sucesso de forma organizada em um espectro aceitável de tentativa e erro e colocar o erro com uma perspectiva passível de falha que cada um vai tentar individualmente conformando suas expectativas e teorias com as melhores capacidades do outro, da equipe, clientes, e afins.   

Uma dica que eu dou é esta: entenda e elogie as principais capacidades de cada um, e quando for solicitar algo de alguém, comece por trazer à tona o melhor dele seja com bom humor, seja com um exemplo concreto da habilidade que você realmente observou  ( deve ser algo real ). Só depois coloque o objetivo que almeja diante disso e proponha o que quer assertivamente.

10- Você pode compartilhar algumas técnicas que utiliza para ajudar seus pacientes a superar a depressão?

Antes de mais nada, faço uma diferenciação da depressão profunda, que deve ser gerenciada através de remédios, dos estados depressivos, provenientes das dificuldades que a pessoa está enfrentando na vida.

A maior parte das pessoas que começa a pensar que tem depressão está mais precisando entender as coisas que não está conseguindo dar conta. Muito frequentemente mulheres, que assumem muito da parte emocional e “compram” muito os problemas dos familiares, e precisam carregar um pouco menos o fardo emocional dos outros.

Isso porque os desejos, necessidades e vontades próprias devem ter conquistas e objetivos próprios, todo ser humano precisa ser ouvido em sua essência, ser reconhecido e atender ao seu propósito.

Quando, por qualquer motivo, bom ou nem tanto, acaba-se ignorando ou anulando-se pelo outro por muito tempo, seu prazer em lidar com a realidade gradativamente vai sendo solapado por um sentimento de vazio. E isso é a anatomia de um estado depressivo.

A cura é um cuidadoso e bem formulado mapeamento da vida do indivíduo. Ela deve ser terapêutica (não medicamentosa) através de uma análise de quantas formas a pessoa espera ser reconhecida, mesmo que ela tenha desejos e necessidades não lineares ou não  entendidas pelos seus semelhantes, que são apenas uma pequena amostra da sociedade, por um dos grupos, por todos. 

11- Como suas palestras abordam o empoderamento feminino, especialmente no contexto de relacionamentos?

O empoderamento feminino é um dos temas mais abordados enquanto causa  primeira, e mais “facilmente” proposto como resolvido com pouca necessidade de ação por parte da mulher para atingir algum resultado.

Detalhar lugar, necessidade, que ferramentas usar, graus de dificuldade na formação, qualidade do ensino que vai adquirir, estabelecer etapas e entender o processo são muito mais custosos do que dizer que a pessoa por ser mulher já conquistou mais do que homem. 

No quesito psicológico, as interações homem / mulher no âmbito familiar ( inclusive regredindo à ancestralidade ) conformam a mentalidade feminina de tal forma que como cada elemento performou cada papel, dentro de sua história moldará o como ela espera que a realidade se mostrará para ela.

Quando se entende que o cérebro mostra para você a  realidade que você identifica de acordo com suas referências pessoais, isso quer dizer que a forma como vivenciou a família vai ser a estrutura que a mente vai usar para lhe mostrar da realidade, de uma forma limitada, e muitas vezes não identificando seus aspectos pessoais próprios no processo.

Ao perceber seus desejos, necessidades e vontades, esses sentimentos já  estarão  “editados” 

Assim, excesso de referências que não tem a mulher no centro, dificultam o empoderamento. Conforme você avalia e discrimina cada influência desconexa, e a coloca de lado, mais livre a mulher se sente para escolher!

12- Quais são as principais estratégias que você sugere para manter os executivos de nível C motivados e produtivos?

Para os C-levels, entender como cada perfil comportamental é personificado em cada área de uma empresa tem uma transcendência maior do que para os funcionários, mas conforme ele transmite como cada área da empresa, se for assimilada em sua essência por todos os funcionários, mais um passo ele dará para ter o poder criativo e ativo dos mesmos em mais do que somente a função de cada um.

Uma questão essencial é o entendimento de que cada empresa tem uma forma de vender arquetípica que segue a forma de manifestar-se de um fundador. Quando um diretor ou presidente entende essa forma, tem mais chances de se relacionar com o mercado, 

Outra coisa que me chama muito a atenção é a quantidade de mulheres C-levels que se interessa pelos perfis comportamentais.

Quando você explica para uma mulher quatro coisas sobre o ser humano, ela faz dezesseis coisas com aquilo. O homem talvez faça uma ou outra intensamente. É diferente, mas é um grande prazer ver o conhecimento ser bem aproveitado.   

13- Como o pensamento crítico pode ser um motor para a inovação em startups e empresas consolidadas?

O pensamento crítico é importante em todas as etapas do processo empresarial. Mas, é claro, cada empresa tem o seu momento e a sua capacidade de atuação, que muda, de acordo com o seu desenvolvimento, sua atuação, com as necessidades do mercado e mudanças tecnológicas.

Em uma start-up, a dominância de um perfil, o perfil do fundador vai moldar como a empresa vai se comportar, no tempo e no espaço. E isso é real mesmo se tudo der certo e a empresa crescer muito.

Entender melhor suas forças, para confiar nela, tendo resultados muito acima com menos esforço, entender suas fraquezas para delegar a quem é forte naquilo, encontrar parceiros, fornecedores ou sócios que encarnam suas dificuldades, se esforçando o máximo para encontrar quem intuitivamente personifica suas dificuldades, o que não é simples de conseguir. 

Apenas o entendimento de dominância, colocado de forma sinótica, relacionando duas variáveis ao mesmo tempo com o princípio de Pareto pode trazer esse tipo de análise. 

Como vai lançar seus produtos, como vai se comportar. O pensamento crítico vai separar o que o empreendedor quer, do que pode esperar, como vai fazer isso, porque, em que circunstâncias. Vai diminuir os seus esforços de tentativa e erro para potencializar seus resultados! 

Em uma empresa grande, o mais provável de estar acontecendo é o excesso de pensamento crítico. A criatividade e capacidade de realização pessoal como diferencial para questões importantes acaba sendo reduzido diante do todo, e nesses casos, um entendimento de como funciona a equipe, a parte do todo, e suas especificidades, pormenores que sejam, ganham um destaque maior para serem analisadas. 

Cada setor, cada segmento acaba funcionando como uma pequena start-up, quando se observa em uma lupa, a atuação de cada um. Conforme uma grande empresa segmenta a micro visão, missão e valores de cada segmento, mais adequa aos seus macro elementos. Quanto mais o indivíduo segmenta seus microcosmos individuais dentro de seu segmento, melhor exercerá suas funções. Conforme entende na sua vida como cada segmento da empresa tem uma atuação que lhe pode trazer resultados, mais vai trabalhar de forma integrada e intuitiva.  

14- Quais práticas você recomenda para promover a saúde mental no ambiente de trabalho?

A saúde mental no ambiente de trabalho é uma tarefa de integração, mais do que apenas atingir resultados. Uma equipe que se conhece, que conversa mais, traz mais questões difíceis de responder à tona no momento do cafezinho, do que nas mais extensas reuniões.

Jack Welsh sempre dizia que uma equipe funciona melhor quanto maior sua prática em celebrar resultados, e ao mesmo tempo, muitas empresas fazem mais reuniões do que deveriam, e acabam sendo menos produtivas por causa disso. 

Esses dois fatos aparentemente desconexos têm em comum serem resultados da ausência de uma prática muito produtiva: a escuta ativa no ambiente de trabalho. Aquela escuta produtiva, de quem vai ouvir outras possibilidades de chegar a um resultado difícil com mais de uma possibilidade. Apenas de estar na presença de pessoas que têm o trabalho em comum, mas diferentes históricos de vida e outros perfis, em uma aberta e leve conversação sobre possibilidades, já facilita enormemente a saúde mental do funcionário, e melhora seu rendimento.

A maior integração entre funcionários, quanto mais se conhecem e conhecem cada setor da empresa, maior seu repertório de referências de atuação. Nestes prospectos que o conhecimento sobre relações, cultura pessoal, empresarial e geral, além de aplicações e dinâmica de desejos, necessidades e vontades se fazem tão importantes.

15- Comente sobre como a estética trabalha no inconsciente através do cinema.

Quando vinte pessoas vão a uma sala de cinema, e você pergunta a todas o que elas acharam, e o que é importante para cada um, é provável que você pense que assistiram a vinte filmes diferentes. Sendo que era o mesmo filme!

A estética, enquanto forma é a nossa primeira impressão sobre as coisas, através dos sentidos. “Aprendemos o mundo através dos sentidos” como diz Aristóteles. 

Temos uma percepção de passado, presente e uma projeção de futuro baseada nos dois primeiros, em síntese. Pessoas exercem papéis em nossa vida, como em uma história. Conforme vamos vivendo, nosso cérebro vai registrando emoções desde a família de sangue, durante o processo de escolha de parceiro / profissão / lugar no mundo através do processo de individuação.

Emoções relacionadas e experiências ruins tendem a ser arquivadas, pois o sistema de alerta interno logo diz: “tira isso daí que não deu bom!”. E essa experiência, ou conjunto de experiências ruins vira um complexo, e é enviado ao inconsciente. A pessoa não vai mais querer viver aquilo ou experimentar de novo qualquer coisa relacionada ao fato.

Ninguém gosta de falar sobre coisas difíceis. Mas em uma projeção, em uma mimetização da realidade com personagens encarnando suas emoções, saindo de um ponto A para um ponto B, sua mente gera uma nova forma de resolver questões que a realidade dificultou. Esse é o papel da cultura, e a estética é a forma que a introjetamos em nós.

Dependendo de que personagem nos identificamos, nosso cérebro “conforma” sua dificuldade com a solução apresentada no filme, pois esse é o papel dele, achar soluções.

E quando você pergunta a uma pessoa que papel ela mais se identificou, e com qual solução, na resposta, esta pessoa estará falando, de forma sintética e figurada,  o que mais lhe incomoda e como sair da situação de uma forma sintética e figurada.

Decodificando essa informação através de técnicas psicológicas, você consegue elaborar melhor um plano de ação e atuação baseado no que a própria pessoa te passou como sendo dela. E a eficácia deste conselho acaba sendo muito maior!

16- De que forma a integração das metas empresariais com os aspectos anímicos dos colaboradores pode melhorar o desempenho organizacional?

Uma empresa é uma construção metafísica de ações multidimensionais pré-concebidas para atender uma necessidade, ou conjunto de necessidades através de produtos ou serviços. 

Os setores de uma empresa são baseados em modelos cerebrais, pois foram constituídos por pessoas, e seguem padrões quantitativos de significados projetados no tempo e no espaço em forma de resultados da troca de ações do conjunto de esforços da empresa com a agradabilidade da resposta do outro que detém a necessidade, o cliente.

A  “alma” e o “cérebro” de cada um tem demandas diferentes. Traumas que afetam a alma prejudicam o entendimento, e consequentemente, os esforços de cada um em favor do objetivo.   

Complexos são traumas armazenados, que atrapalham a sua alma. São gerados por conflitos, entre temperamentos ou não. Temperamentos podem ter a conformação de arquétipos, aquelas macro formas que a sociedade produz, e se não forem conformadas pelo perfil através da razão, os arquétipos também podem atrapalhar o indivíduo.

Conforme uma pessoa pesquisa e identifica seus complexos em consonância com o seu perfil, e faz o árduo trabalho de ver sua sombra sob a ótica do seu melhor, deixa de se cobrar por questões relacionadas ao outro, seja esse outro cliente, subordinado, chefe ou parente e fica com uma carga emocional mais leve para aprender a dosar a carga do trabalho de maneira mais eficaz.

Frederico, agradecemos profundamente sua participação e os valiosos insights compartilhados. Estamos certos de que suas palavras inspiraram muitos de nossos leitores a buscar crescimento e transformação em suas vidas.

Por fim, que mensagem você gostaria de deixar para nossos leitores que acompanharam a entrevista até o final? 

Antes de mais nada, obrigado pela paciência!!

O autoconhecimento e o autocuidado são conceitos que melhoram a vida do indivíduo. Quanto mais ele estuda quem ele é, melhores escolhas ele faz. Quanto mais se cuida, melhor sua vida vai ser.

A cultura e a ciência, parafraseando o papa / poeta, para identificar dois arquétipos de sabedoria, são como duas asas que elevam o homem do seu potencial às suas melhores realizações. 

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Frederico De Souza Queiroz Thompson

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