1-Grande Alessandro Lopes, é um enorme prazer recebê-lo para esta troca de ideias. Você é apontado como um palestrante inspirador e que tem movido verdadeiras transformações por onde passa. Sendo você uma figura de renome, tida em elevado conceito no mercado, respeitado e referência, quais suas dicas para que um líder em determinada empresa siga seu exemplo e se torne um profissional capaz de influenciar positivamente a equipe, contribuindo para que cada um dos membros se sinta valorizado e assim, atue em alta performance, trazendo melhores resultados e maior produtividade?
Claro que toda minha história de liderança e mediação está relacionada a toda vivência profissional e familiar, e hoje na maturidade, acredito serem reflexo da pessoa e profissional que sou, mas também acredito que alguns pilares são fundamentais para essa performance, e entre eles destaco:
Trazer segurança para a equipe: os líderes que são mais bem-sucedidos encorajam os outros a expressarem suas opiniões. Incentivar a equipe é um papel fundamental para criar um ambiente seguro em que todos tenham confiança em expor seus pontos de vista.
O Fazer acontecer: Concentrar o diálogo entre os membros da equipe para chegar a uma conclusão estratégica. Como parte de um processo natural do trabalho, estão aplicados em “fazer acontecer” a todo o momento.
Dar exemplo: Nem todos praticam o que pregam e poucos têm consciência de suas ações. E essa postura é uma das que mais impactam as pessoas. O líder é o mais visado da equipe, deve ser um exemplo de excelência e verdades.
Saber aproveitar talentos da equipe: Conhecer o talento da equipe é um ponto, mas saber como usá-lo é ser um líder nato. Os especialistas no assunto conseguem utilizar a habilidade única de cada funcionário de acordo com situações específicas.
Criar positividade ao ambiente: Um líder inspirador sabe criar uma cultura de trabalho positiva. Simpático, respeitado e obstinado, ele compreende bem o tom para motivar os funcionários. A atmosfera agradável aumenta a força de vontade.
E claro, ser bom professor: O líder é um mestre que nunca para de ensinar, porque está sempre motivado a aprender. como citado na frase “Grandes líderes não são aqueles que impõem sua autoridade, mas sim os que influenciam pelo exemplo.” – John C. Maxwell.
2- Falando em produtividade, você tem uma palestra chamada Building Information Modeling (BIM), City Information Modeling (CIM), Gêmeos Digitais, onde você aborda projetos e métodos utilizados na construção civil para otimização dos trabalhos e entregáveis. Pode traçar um paralelo entre cada um dos termos da palestra e os benefícios que eles promovem no sentido de melhorar a produtividade na construção civil?
Agradeço a pergunta e a oportunidade de falar sobre esse paralelo. Claro que utilizar a tecnologia como instrumentos de apoio para otimizar e mitigar os erros de execução, mas o que mais impacta é a questão da apropriação do uso da metodologia. Pois a metodologia BIM, organiza os departamentos sobre cada demanda de projeto de forma horizontal, quebrando e modificando os paradigmas do que atualmente é praticado na construção civil. Vou deixar mais didático, como o BIM é uma simulação real por meio do computador sobre o projeto que será executado, acionando na momento inicial da fase de projetos todos os envolvidos, desde projetistas e supervisores, jurídico e rh, pois afinal estamos fazendo a obra de forma virtual e todos os questionamentos e decisões devem ocorrer neste momento, sendo assim a cada fase um será o líder responsável por questionar e detectar possíveis soluções para dificuldades encontradas. Diante disso, acredito que você tenha percebido a mágica acontecendo, o projeto gastará mais tempo de planejamento e soluções no escritório, para que a obra em si apenas tenha a preocupação de executar com o mínimo de questionamentos e dúvidas.
Quanto ao CIM, o processo é o mesmo, porém em âmbito de urbanismo e infraestrutura urbana e políticas públicas, onde com a cidade mapeada totalmente ou parcialmente podemos simular eventos diversos, desde causas naturais como deslizamentos e outros, até correções de sistemas de abastecimentos , circulação de veículos , gabaritos enfim…poder vivenciar e explorar uma informação mais assertiva sobre as cidade por meio de simulações computacionais, sensores e algoritmos.
3-Fale sobre a importância de se abordar a pauta ESG, a necessidade de uma empresa investir nela, os problemas de negligenciar e quais os primeiros passos para que uma empresa defina quais ações e metodologias implementar e implantar políticas de meio-ambiente, responsabilidade social e governança.
Atualmente é a nossa nova sigla da moda, para auxiliar a atrair melhores condutas de sustentabilidade, pois consumidores que se importam e se preocupam com o meio ambiente, adotar uma agenda ESG é uma boa forma de acompanhar as práticas de governança e sustentabilidade de uma empresa, verificando se os valores que ela defende e pratica correspondem aos seus. porém é necessário responsabilidade, transparência e planejamento para uma implementação segura e viável no ambiente organizacional. Um ponto desafiador nessa transformação é, justamente, o alto custo para implementação de ações ESG, bem como a mudança de mentalidade, e neste ponto voltamos ao que falei acima, a importância de uma liderança influenciadora e de exemplo, bem como colaborativa. De modo geral, o ESG mostra o quanto um negócio está buscando maneiras de minimizar os seus impactos no meio ambiente, de construir um mundo mais justo e responsável e de manter os melhores processos de administração. Desta forma negligenciar essas ações e práticas, independente de obter uma certificação ou selo, já deveria ser considerada para que muitos dos hábitos praticados pela empresa pudessem ser repensados e otimizados, auxiliando a reduzir impactos e adquirindo um modo de trabalho mais sincronizado com a questão ambiental.
4-Dentre as diversas visões sobre “smartcities”, desde aquelas com abordagem mais humana, até as mais tecnológicas, quais mais te chamam a atenção e que você destacaria?
Uma smart city é uma cidade eficiente, conectada e sustentável. Por meio de inovações tecnológicas, os projetos dessas cidades buscam proporcionar um ambiente urbano que promova o desenvolvimento humano, use os recursos naturais de forma sustentável e impulsione a economia local. Todo esse discurso funciona, sensibiliza e provoca, mas acredito que a reflexão é um pouco mais profunda, pois a terminologia foi criada na década de 90, com foco principalmente nas novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) que estavam sendo incorporadas na infraestrutura urbana. As cidades inteligentes evoluem na direção de uma forte integração de todas dimensões da inteligência: humana, coletiva e artificial, porém com o passar dos anos e muito debate sobre o que se trata de inteligência das cidades, bem como uma retomada do discurso dos Urbanistas Mundiais sobre a cidade para o ser humano, principalmente neste período de pandemia que o Mundo passou, reforçou a ideia e os debates em toda essa transformação e como ela deve ocorrer. Eu embora tenha dissertado, utilizando o termo abrasileirado, ou americanizado, trago a reflexão; – Existem cidades burras?, claro que não, podemos sim ter soluções questionáveis, estratégias controversas, tecnologias obsoletas ou incompletas, áreas periféricas distantes da realidade se saneamento básico, quiçá de tecnologias e acessos digitais, portanto a inteligência de uma cidade será proporcional à inteligência de seus habitantes, dirigentes ou moradores. Em tempos de avanços tecnológicos sem limites, resta pensar e repensar o modo de vida que poderemos ter assimilando esses desenvolvimentos em nossas vidas.
5-Sobre o termo cidades inteligentes, há uma definição de que se tratam de sistemas e pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida. Você concorda com esta visão? Cite alguns exemplos de cidades inteligentes e os impactos positivos que elas revelaram, sobretudo na esfera econômica e dos negócios. E finalmente, as “smartcities”, ao seu ver, são o futuro ou o presente?
Sim, porém com as devidas ressalvas, afinal o primeiro passo é a cidade definir que tipo de inteligência que ela precisa, e qual ela pretende chegar, com essa reflexão todo o processo de estratégia fica mais fácil, pois existem cidades altamente tecnológicas, mas com um desequilíbrio nas relações humanas, outras altamente humanas e com pouco investimento em tecnologia, e dentro da proposta todas são consideradas inteligentes.
Eu defendo muito que existem cidades que já atendem a muitos dos critérios que definem uma cidade inteligente e consciente, e não se enxergam assim, pois o termo Inteligente está muito enraizado nas mentes dos gestores como alta performance tecnológica, e isso por muitas vezes assusta, pois o discurso sempre será de o que é mais importante uma rede 5G e 6G de investimento ou melhoria das Escolas, Hospitais, ou uma mobilidade melhor?
Saneamento nas áreas periféricas ou conjuntos habitacionais para baixa renda ou investir em Monitoramento de áreas, desta forma digo que uma reflexão, orientada por uma anamnese, vai contribuir para os gestores entenderem onde estão e o que falta para se tornarem uma cidade inteligente.
exemplos temos vários no Brasil e no Mundo , de todos os tipos de Cidades Inteligentes, das que foram concebidas para assim serem como Songdo a qual nasceu com uma filosofia clássica: é uma cidade verde, tecnológica, zona franca e internacional.(2013 a 2015, período da concepção a inauguração), mas temos exemplos como Barcelona onde a cidade tem cerca de 100km de extensão e cerca de 50% do total são de espaços públicos. Tudo isso faz com que a cidade tenha uma dependência muito menor, nos prédios e estruturas privativas, de oferecer esses equipamentos, já que a área de convivência pública é muito boa e oferece segurança. Isso faz com que as pessoas vivam a cidade e se apaixonem por ela.
Desta forma posso concluir que uma Cidade Inteligente independente de seu investimento em altíssima tecnologia, sempre será aquela que o cidadão se sente pertencente e que os serviços públicos básicos, tenham respostas rápidas aos seus usuários. porém para que tudo isso ocorra de forma natural, precisamos aprender a viver em uma cidade como Cidadãos Inteligentes ou smart citizen é também aquele ser social, engajado e participativo, que acompanha as decisões que afetam o seu dia-a-dia junto ao poder legislativo e executivo local. Ele tem capacidade de construir sua própria opinião com base no que acessa, não se prende a uma única fonte e, sobretudo, é aquele que tem um elevado grau de empatia. pois por definição – Uma cidade inteligente é aquela onde a participação cidadã está presente em todos os momentos de tomada de decisão, apoiando-se nos processos e nas tecnologias mais adequadas e eficientes ao seu alcance.
6-Considerando sua expertise em gestão de pessoas, como incentivar a formação de equipes mais colaborativas e inovadoras nos setores de arquitetura e design?
Gerir pessoas e motivar os colaboradores, garantir uma comunicação interna eficiente, entrosamento e trabalho em equipe, a partir de competências e incentivar o treinamento e desenvolvimento constante dos profissionais, desta forma acredito que a melhor resposta será por meio de alguns pilares como exemplos de uma colaboração eficaz no ambiente de trabalho.
Debate de ideias em grupo: um exemplo perfeito de colaboração eficaz é a boa e velha sessão de brainstorming. Esta prática permite que todos da equipe contribuam com suas ideias e favoreçam o projeto com soluções inovadoras para problemas complexos.
Porém para que essa atitude tenha bons resultados será necessário que essa pessoa que está a frente do processo seja o líder ou escolhido para já tenha esse perfil de otimizador de ideias, sendo a pessoa responsável por filtrar e buscar encaixe de todo esse quebra cabeça de ideias.
Equipes diversificadas: cada membro da sua equipe é diferente e contribui de forma singular. A construção de uma equipe inclusiva com diversidade de talentos, níveis de habilidade e trajetórias pessoais e profissionais fortalece a colaboração na sua equipe.
Para que uma equipe multidisciplinar funcione como uma engrenagem perfeita, necessita de uma pessoa ou líder que realmente tenha um perfil mais sistêmico e curioso, a fim de compreender um pouco de cada segmento. O bom desse processo é que você começa a alocar as pessoas não só pelo que sabem e sim pelo que gostam de fazer, e a chance de seus resultados aumentarem é muito maior, pois sempre a chave da obtenção de resultados de sucesso está relacionada a satisfação pessoal e reconhecimento, pois, quando a cultura é positiva, alinhada e sólida com os objetivos da empresa, ela pode se tornar a chave para o sucesso em diversos aspectos e não só na área de pessoas.
Satisfação e produtividade
Comunicação franca e discussões abertas: para que as equipes consigam trabalhar em conjunto de maneira eficaz, precisam mostrar disposição para perguntar, aprofundar-se em pontos específicos e, até mesmo, discordar para seguir adiante. Embora a comunicação aberta e franca nem sempre seja fácil ou cômoda, ser uma equipe colaborativa implica criar em conjunto para desenvolver soluções melhores, escutar a opinião dos outros e trabalhar em união para atingir os objetivos.
”Se você não acredita em cooperação, veja o que acontece com um vagão que perde uma roda.” Napoleon Hill
7-Como a inteligência emocional se relaciona com as habilidades de liderança, especialmente em contextos de transformação digital?
A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as emoções, tanto as suas próprias quanto as dos outros. No contexto da liderança, a inteligência emocional desempenha um papel crucial, especialmente em tempos de transformação digital.
Em contextos de transformação digital, as organizações enfrentam mudanças constantes, incertezas e desafios. Nesse cenário, os líderes precisam ser capazes de lidar com essas situações de forma eficaz e inspirar suas equipes a se adaptarem e enfrentarem os desafios da transformação digital.A inteligência emocional permite que os líderes sejam conscientes de suas próprias emoções e reações diante das mudanças. Isso lhes dá a capacidade de controlar suas emoções e agir de forma calma e equilibrada, mesmo em situações estressantes. Além disso, os líderes com alta inteligência emocional são capazes de entender as emoções dos outros membros da equipe e responder a elas de maneira empática e respeitosa.
Essa habilidade de compreender as emoções dos outros é especialmente importante em contextos de transformação digital, onde pode haver resistência às mudanças ou medo do desconhecido. Os líderes com alta inteligência emocional são capazes de criar um ambiente seguro e encorajador, onde os membros da equipe se sintam à vontade para expressar suas preocupações e ideias.
Além disso, a inteligência emocional ajuda os líderes a desenvolver habilidades de comunicação eficazes. Eles são capazes de transmitir sua visão e metas de forma clara e inspiradora, motivando a equipe a se engajar e colaborar no processo de transformação digital. Também são capazes de ouvir ativamente os membros da equipe, valorizando suas contribuições e fornecendo suporte emocional quando necessário.
Em resumo, a inteligência emocional está intrinsecamente ligada às habilidades de liderança em contextos de transformação digital. Ela permite que os líderes sejam resilientes, adaptáveis e capazes de criar um ambiente de trabalho positivo e colaborativo. Ao desenvolver a inteligência emocional, os líderes estão melhor preparados para enfrentar os desafios da transformação digital e impulsionar o sucesso organizacional.
8-Quais são os conceitos fundamentais do Building Information Modeling e como a Modelagem de Informação da Construção pode alavancar o fluxo produtivo do trabalho em equipe?
O Building Information Modeling (BIM) é um processo que envolve a criação e o uso de modelos digitais tridimensionais para representar informações detalhadas sobre um projeto de construção. Existem alguns conceitos fundamentais do BIM que são essenciais para entender como a Modelagem de Informação da Construção pode alavancar o fluxo produtivo do trabalho em equipe.
1. Modelo 3D: O BIM utiliza modelos digitais tridimensionais para representar todas as informações relevantes de um projeto, como geometria, materiais, componentes e sistemas. Esses modelos são criados e atualizados em tempo real, permitindo que todos os membros da equipe tenham acesso às informações mais recentes.
2. Colaboração: O BIM promove a colaboração entre os diferentes profissionais envolvidos no projeto, como arquitetos, engenheiros, construtores e fornecedores. Todos têm acesso ao mesmo modelo de informação compartilhado, o que facilita a comunicação e a troca de informações entre as equipes.
3. Interoperabilidade: O BIM permite a integração de diferentes softwares e ferramentas utilizados pelos profissionais envolvidos no projeto. Isso significa que as informações podem ser transferidas facilmente entre os diferentes sistemas, evitando erros e retrabalho.
4. Informações detalhadas: O BIM não se limita apenas à geometria do projeto. Ele também incorpora informações detalhadas sobre os elementos do projeto, como custos, prazos, propriedades dos materiais e requisitos de construção. Isso permite uma melhor tomada de decisão e planejamento mais preciso.
A Modelagem de Informação da Construção pode alavancar o fluxo produtivo do trabalho em equipe de várias maneiras:
1. Comunicação eficiente: O uso do BIM facilita a comunicação entre os membros da equipe, pois todos têm acesso às mesmas informações atualizadas. Isso reduz a probabilidade de erros e mal-entendidos, economizando tempo e recursos.
2. Coordenação e detecção de conflitos: O BIM permite que os diferentes profissionais identifiquem e resolvam conflitos de projeto antes mesmo do início da construção. Isso evita retrabalho e atrasos, aumentando a eficiência do trabalho em equipe.
3. Melhor planejamento e sequenciamento: Com as informações detalhadas fornecidas pelo BIM, a equipe pode planejar e sequenciar as atividades de construção com mais precisão. Isso otimiza o fluxo de trabalho, reduzindo o tempo de construção e melhorando a produtividade.
4. Análise e simulação: O BIM permite a realização de análises e simulações virtuais, como análise estrutural, simulação energética e visualizações em realidade virtual. Isso ajuda a equipe a tomar decisões informadas e a identificar possíveis problemas antes mesmo de iniciar a construção física.
Em resumo, o BIM é um processo que utiliza modelos digitais tridimensionais para representar informações detalhadas sobre um projeto de construção. A Modelagem de Informação da Construção promove a colaboração, comunicação eficiente, detecção de conflitos precoce, melhor planejamento e análise virtual, alavancando assim o fluxo produtivo do trabalho em equipe na indústria da construção.
(Continua na parte 2…)
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