Palestras de Sucesso Entrevista Adriana Preto Rutzen – Parte 2

8- Líderes que estão constantemente sob pressão muitas vezes perdem a conexão consigo mesmos. Quais práticas você recomenda para que eles possam se reconectar com seus valores e propósito?

As técnicas de mindfulness e os processo de Coaching, Mentoring e Psicoterapia ajudam bastante nessa reconexão consigo mesmo, em clarear seus processos internos, valores, necessidades psicológicas, propósito.

Compreender seu próprio funcionamento, o que faz sentido para si e o que se precisa ajustar e fazer para construir uma vida e carreira com mais sentido, saúde e realização.

Nos meus atendimentos individuais com os líderes, eu crio um espaço seguro para trabalhar todas estas questões. Ensino técnicas de meditação e investigação de valores centrais e propósito.

Ter um profissional treinado, especializado e experiente para ajudar o líder nesse processo faz toda a diferença. E, para deixar uma dica prática para os líderes, eu diria: aprenda a meditar.

Meditar ajuda a desenvolver diversas competências de Inteligência Emocional. E também se pergunte: O que é mais importante para mim em minha vida? Esta pergunta ajuda a explicitar seus valores centrais.

Analise sua resposta e reflita se os seus valores centrais estão contemplados na vida que você leva ou se você tem ajustes a fazer para encontrar mais sentido!

9- Como as competências de inteligência emocional e sistêmica que você ensina podem preparar os líderes para os desafios futuros em um mundo cada vez mais volátil e incerto?

Ótima pergunta! E a resposta é de muitas formas! Toda a incerteza e mudança gera estresse, nos tira da zona de conforto e nos coloca em alerta.

Sem Inteligência Emocional, esse estresse pode acabar desgastando muito as pessoas e os relacionamentos, porque as pessoas reagem no seu piloto automático, por instinto de sobrevivência.

E, em situações onde não há perigo real de sobrevivência, nas quais precisamos que nosso córtex pré-frontal interaja com nosso sistema límbico, fazendo a leitura das nossas emoções, regulando sua duração, intensidade e, sobretudo, nossa resposta a elas, uma resposta automática, pode nos prejudicar.

A Inteligência Emocional nos ajuda a usar as emoções como fonte importante de informação para tomada de decisão, nos permitindo escolher a melhor forma de agir a cada momento. Ela permite que possamos navegar pelos desafios da vida com mais habilidade, sem nos prejudicar, exaurir, adoecer. 

Já a Inteligência Sistêmica, em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo, nos permite enxergar mais claramente essa complexidade, ler os cenários, compreender os papéis, as consequências, as relações entre os elementos que compõem os sistemas nos quais estamos inseridos.

Nos permite perceber como estamos influenciando e sendo influenciados. Qual é a nossa parte na manutenção do problema e o que está a nosso alcance fazer para a construção dos resultados que queremos.

Essa leitura da complexidade e responsabilização pela parte que nos cabe na construção do todo é muito importante. Isso gera o poder de promover mudanças conscientes e de navegar com mais consciência pelas mudanças e cenários que nos influenciam.

10- O mindfulness tem sido uma ferramenta poderosa para melhorar o foco e a clareza mental. Como os líderes podem integrar o mindfulness em suas rotinas para melhorar o engajamento e a eficácia das equipes?

As técnicas de mindfulness são, realmente, poderosas e eficazes para gerar melhor foco, clareza mental, tomada de decisão, empatia, autocompaixão, autorregulação emocional, compaixão, resiliência, muitas competências importantes de Inteligência Emocional e liderança.

Todos estes resultados são fruto de se estar mais inteiro e presente momento a momento, em cada situação. Essa presença nos traz poder de escolha.

A capacidade de, ao invés de sair reagindo no piloto automático enquanto nossa mente está ocupada com outra coisa, observar o que se passa dentro e fora de nós e escolher como agir naquela situação.

Em um mundo no qual passamos em torno de 50% do nosso tempo distraídos (mente que vaga), uma mente focada no que se está vivendo no presente é um super poder!

Os líderes que cultivam sua atenção plena e incentivam isso nas suas equipes, certamente criam times mais conectados, engajados e eficazes.

E isso não se faz somente meditando, mas também estabelecendo uma cultura de atenção plena através do seu exemplo. Meditar é muito importante para treinar a mente para conseguir ficar presente.

Mas não adianta nada se você não levar essa atitude para o seu dia-a-dia e a sua interação com as pessoas. Portanto, ao ouvir as pessoas com atenção plena e empatia o líder está dando este exemplo.

Ao não pegar o celular e fazer outra coisa enquanto alguém está falando com ele, o líder está dando este exemplo.

Ao entrar com a câmera aberta em todas as reuniões. Ao incentivar que as pessoas deixem o celular no modo silencioso nas reuniões e prestem atenção em quem está falando para que todos se sintam respeitados.

Ao incentivar um minuto de atenção focada na respiração, notando como se está chegando e qual sua intenção para aquele encontro. Todas essas são formas de integrar o mindfulness no dia-a- dia que podem ajudar muito as pessoas a se reconectarem consigo mesmas e umas com as outras, melhorando o engajamento e os resultados.

11- A segurança psicológica é fundamental para a inovação e o desempenho. Quais são as práticas que os líderes podem adotar para criar um ambiente onde os colaboradores se sintam seguros para expressar suas ideias e preocupações?

Penso que fomentar um ambiente de acolhimento, respeito e apoio mútuo, de humanidade compartilhada, onde todos entendam que tem seus pontos fortes e a desenvolver e a possibilidade de errar tentando acertar, seja o fundamental.

Neste sentido, o líder precisa saber abrir e conduzir diálogos onde todos se sintam bem-vindos para se colocar, compartilhar ideias, sugestões, dificuldades, acertos, erros, problemas, soluções e ter opiniões divergentes.

Diálogos nos quais, a partir da atitude de respeito, empatia e atenção plena do líder, as pessoas possam estabelecer trocas mais genuínas, sem tantas máscaras, sem medo de serem rejeitadas, cortadas, menosprezadas, punidas ou, zombadas.

O líder tem o poder e a responsabilidade de estabelecer esse clima de segurança psicológica, onde há respeito, empatia, compaixão e colaboração a partir de seu exemplo, a partir de como ele mesmo trata as pessoas e conduz as reuniões de equipe e os feedbacks individuais. 

Dentro disso, outro ponto fundamental é não punir erros bem intencionados e não intencionais. Aqueles cometidos sem a intenção e na tentativa de acertar.

Quando o indivíduo e a equipe estão se esforçando, dando o seu melhor e, mesmo assim, falham. É importante que se trate desses erros bem intencionados como oportunidades de aprendizagem, porque eles realmente o são.

Todo o processo tem uma curva de aprendizagem. Ajustes necessários até tudo ficar “redondo”. E toda a mudança e inovação ocorrem fora da zona de conforto, em território desconhecido, onde erros acontecem até que o terreno se torne conhecido.

Esse processo de aprendizagem precisa ser encarado com naturalidade para que flua de forma mais leve e contínua. Assim, as pessoas se sentem seguras para experimentar, tentar, evoluir e aprender.

12- Na era digital, a comunicação e a educação estão se tornando cada vez mais mediadas por tecnologias. Como podemos garantir que a empatia e a inteligência emocional não sejam perdidas nesse processo?

A tecnologia pode e tem facilitado muito nossas vidas, com certeza! Durante a pandemia, por exemplo, a tecnologia nos “salvou” com a possibilidade de educação e trabalho remotos e vivenciamos uma revolução nos modelos de trabalho.

Hoje, a educação a distância e o trabalho totalmente remoto e híbrido, continuam sendo uma realidade que veio para ficar, flexibilizar e proporcionar que talentos de diferentes partes do mundo possam colaborar nos mesmos projetos e empresas mais facilmente.

Estes novos modelos de trabalho exigem, contudo, que se saiba estar presente, dando sua atenção plena ao outro.

Exercendo uma escuta ativa e não julgadora e mantendo a flexibilidade e a abertura para aprender com as trocas e lidar com as diferenças culturais e pessoais.

Para isso, o contato olho no olho, com câmera aberta e conversas ao vivo, contribuem muito para uma conexão humana mais genuína e com menos falhas de comunicação.

Visto que, a comunicação ao vivo nos possibilita integrar todos os elementos da comunicação e traz a possibilidade de clarear, na hora, dúvidas e quaisquer mensagens não compreendidas.

Neste sentido, reuniões presenciais realizadas sempre que possível, podem ajudar bastante na integração das equipes também. Desde que, as pessoas estejam realmente presentes,não apenas de corpo e, sim, dando sua plena atenção a quem está à sua frente. Não utilizando a tecnologia para se dispersar.

Dessa forma, dando o presente da nossa plena atenção ao outro, olhando nos olhos, observando as expressões faciais, palavras, gestos, tom de voz, postura corporal, atitudes, emoções e necessidades psicológicas uns dos outros.

Procurando ouvir sem julgar, se colocando no lugar do outro para melhor compreendê-lo e colaborar, estaremos exercitando nossa Inteligência Emocional. E, naturalmente, a empatia, que faz parte deste conjunto de competências que chamamos Inteligência Emocional. 

13- Com a diversidade geracional crescendo nas empresas, como a inteligência emocional pode ser usada para integrar diferentes gerações e promover uma colaboração eficaz?

A Inteligência Emocional nos ajuda a não reagirmos no piloto automático, a sermos melhores observadores de nós mesmos e dos outros, a julgarmos menos, a termos mais empatia, a praticarmos mais o apoio mútuo, agindo com compaixão.

Nos ajuda a lidar melhor com nossas emoções e as dos outros, a ter uma comunicação mais eficaz e um relacionamento mais saudável com as pessoas à nossa volta.

Sendo assim, a Inteligência Emocional pode ser uma grande aliada na integração de diferentes perfis geracionais, de personalidade, de talentos e de comunicação.

Tornando a diversidade uma fortaleza, um ponto forte da empresa, na medida em que todas as gerações e perfis de talentos são complementares, tendo muito a aprender umas com as outras e a contribuírem trabalhando juntas. 

Experiência, perseverança, visão sistêmica, paciência e maturidade, por exemplo, são competências muito valiosas. Ambição, flexibilidade, abertura ao novo e inovação também.

Podemos desenvolver e demonstrar estas competências em qualquer idade, se tivermos empatia para ouvir o outro sem julgar, humildade para aprender e compaixão para ensinar, compartilhando o que sabemos. 

14- Qual é a importância do autoconhecimento para líderes que buscam desenvolver suas equipes e como você orienta os líderes a explorarem esse aspecto?

  O autoconhecimento é simplesmente fundamental. É a base de todas as competências de Inteligência Emocional e Sistêmica. Sem autoconhecimento o líder não vai conseguir se autogerir bem e, por consequência, não vai conseguir gerenciar e liderar da melhor forma possível sua equipe!

Não há liderança eficaz sem Inteligência Emocional e Sistêmica e elas se constroem sobre o autoconhecimento. 

Um bom começo possível, seria fazer o teste de personalidade, comunicação e liderança do Processo Communication Model, ter sua devolutiva em e trabalhar os desenvolvimento dos pontos que aparecem em um Processo de Coaching ou Mentoring.

Somado a isso, participar de um programa de desenvolvimento de Lideranças com os treinamentos completos de Processo Communication Model, Mindfulness, Inteligência Emocional e Sistêmica seria o ideal.

15 – Para encerrar, Adriana, qual é a principal mensagem que você gostaria de deixar para aqueles que estão buscando integrar a inteligência emocional e sistêmica em suas vidas e carreiras?

Comece! Sempre é tempo de se desenvolver e evoluir! Sempre temos o que aprender e melhorar e as Inteligências Emocional e Sistêmica geram um impacto positivo de mais saúde integral, melhores relacionamentos e resultados em todas as áreas da vida.

Vale muito a pena desenvolvê-las! Procure um profissional qualificado, com forte embasamento científico e da sua confiança, alguém com quem você sinta conexão e comece!

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Adriana Preto Rutzen

Adriana Preto Rutzen: onde ciência, empatia e liderança se encontram para criar transformações profundas!

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