Com César Cielo
Muita gente acha que pra ser campeão, você precisa estar sempre motivado. Sempre com vontade. Sempre no clima.
Deixa eu te contar uma verdade que poucos têm coragem de assumir:
você não precisa querer. Não precisa gostar. Nem sentir vontade.
Você só precisa fazer.
A maioria dos meus treinos, eu fiz sem vontade nenhuma.
Só com disciplina. Só com foco. Só com decisão.
Essa é uma das lições mais importantes que aprendi como atleta olímpico.
E que serve não só pra piscina. Mas pra vida.
A diferença entre o atleta bom e o campeão
Todos nós temos medo.
Todos nós temos inseguranças.
O que nos separa não é o tamanho do medo. É o que fazemos apesar dele.
Na final dos 50 metros livres, olhei pros lados e vi dois monstros.
Maiores, mais fortes, mais cotados.
E a voz na minha cabeça dizia: “Será que eu consigo?”
E sabe o que eu respondi pra essa voz?
“Cala a boca. Vai. Faz.”
Alta performance é esforço, não perfeição
Tem gente que confunde excelência com constância absoluta.
Mas nenhum atleta performa em alto nível o tempo inteiro.
A gente erra. A gente cansa. A gente sente dor.
A diferença é que a gente não espera as condições ideais pra agir.
A gente age com o que tem.
Alta performance não é sobre nunca falhar.
É sobre seguir mesmo quando não tá perfeito.
É sobre treinar doente. Treinar cansado.
Fazer o que precisa ser feito, mesmo quando o corpo quer parar.
Você não é o que sente. Você é o que faz.
Tem dias em que o seu corpo vai gritar pra você desistir.
Que sua mente vai inventar desculpas convincentes.
Que tudo parece mais difícil do que realmente é.
Nesse momento, você tem uma escolha:
Ou você ouve o medo. Ou você se move com ele.
Você pode estar indo pra uma entrevista, uma reunião importante,
uma apresentação que pode mudar sua carreira.
Vai deixar o medo travar? Ou vai bater forte, como se fosse sua última chance?
A lição mais importante: foque no que você controla
Na final olímpica, eu não podia controlar os adversários.
Nem o tempo. Nem o barulho da torcida.
Mas eu podia controlar a minha respiração. A minha largada. O meu ritmo.
E foi isso que eu fiz.
Enquanto os outros olhavam pra medalha…
Eu olhava pros meus 50 metros. Só isso.
“Tudo o que eu podia fazer era nadar os 50 metros da melhor forma possível.
O resto, não tava nas minhas mãos.”
E você? Tem focado no que está no seu controle ou está se perdendo no que não pode mudar?
Crie seus próprios rituais de alta performance
Todo atleta tem um ritual. O meu era me bater — no peito, nos braços.
Parecia estranho, mas era minha forma de espantar os pensamentos ruins.
De avisar pro meu corpo: “Agora é pra valer.”
Você não precisa se bater como eu.
Mas precisa descobrir o que te coloca no estado certo.
Pode ser uma música. Uma respiração. Um mantra. Uma oração.
Crie o seu. E use toda vez que precisar entregar o seu melhor.
Pra encerrar, um lembrete pra sua vida (e não só pro esporte):
Alta performance não é sobre parecer confiante.
É sobre fazer mesmo com medo.
É sobre levantar quando não tem vontade.
Sobre manter o foco quando todo o resto quer te distrair.
Sobre nadar os seus 50 metros, com entrega, com garra, com verdade.
Se você fizer isso, pode não ser medalha olímpica.
Mas será a sua melhor versão. E isso já é ouro.
📌 Se essa mensagem te tocou, compartilhe com quem anda esperando “a vontade” aparecer.
Às vezes, tudo que falta é alguém dizendo: você não precisa querer. Você só precisa fazer.
🎥 Assista à palestra completa aqui:
