Palestras de Sucesso Entrevista Rafael Granella – Parte 1

1- Grande Rafael Granella, é uma grande honra recebê-lo em nosso time e um grande prazer contar com sua vasta experiência e generosidade em compartilhar seus ensinamentos ao nosso público por meio desta entrevista. Gratidão! Pra começar, conta pra gente, como o autoconhecimento pode nos ajudar, no sentido de desenvolver competências como habilidades sociais, autogestão e autoconsciência? 

Quando ampliamos a visão sobre nós mesmos, podemos começar a respeitar quem somos, para assim aceitar as diferenças nos outros. E as habilidades sociais só funcionam quando respeitamos essas diferenças, e opiniões, ou seja, quando buscamos entender a verdade do outro pela ótica deste. Isso é ter empatia. Ao meu ver, sem empatia dificilmente se constrói um bom relacionamento. 

Além disso, o autoconhecimento amplia a visão sobre si mesmo, essa autoconsciência tira a pessoa da alienação e permite que ela aumente sua capacidade de autopercepção, que na minha opinião é o principal pilar da inteligência emocional. Sem isso é impossível ter a capacidade de perceber e tomar consciência de todos comportamentos sabotadores. 

2- De que forma a inteligência emocional contribui com:

  • A construção de relações na esfera profissional e dos negócios?

Quando temos a inteligência emocional desenvolvida, somos menos afetados emocionalmente pelos erros dos outros, assumimos mais nossas responsabilidades e nos destacamos da maioria. Isso por si só já favorece o processo de empatia, o que consequentemente colabora para as relações profissionais. 

  • A tomada de decisão?

Quando se tem falta de clareza sobre os próprios desejos e emoções a tomada de decisão pode ser lenta ou levar a um grande fracasso, pois ela pode ser influenciada pelas próprias carências e ou pelos próprios medos. A falta de inteligência emocional e de clareza sobre o que se sente através dessas emoções influencia diretamente as decisões. 

Portanto o aumento da inteligência emocional trás ao individuo mais agilidade e tranquilidade ao tomar decisões. Além de mais segurança e decisões mais certeiras. 

  • Mentalidade de desenvolvimento contínuo? 

Quanto mais aumentamos a inteligência emocional e mais nos aprofundamos em nós mesmos, mais desejamos nos manter em desenvolvimento. Vejo nos meus clientes que esse processo se torna um “vicio”. 

3- Quais são as habilidades de comunicação cruciais para a liderança e como é possível desenvolvê-las para que o líder construa uma gestão mais assertiva do time no dia a dia dentro da empresa? 

Capacidade de ouvir, se expressar, dicção, oratória, confiança, e principalmente atenção a comunicação não verbal, ela precisa ser congruente, segura e persuasiva. 

4- Palestrante Rafael Granella, quais você considera as melhores ferramentas e metodologias para feedback e de que maneira aplicá-las? Fale também sobre a importância do feedback e como ele pode impactar, tanto positivamente, quando bem executado, quanto negativamente, quando deixa a desejar. 

Feedback é necessário todo dia! Sem feedback a equipe fica perdida, desmotivada, e distante. Eu gosto muito da ferramenta que trabalha o Continuar, Parar, Começar (comportamentos, funções e ou ações). Porém construí uma metodologia que ajuda o líder a extrair o potencial do liderado e ainda construir uma jornada de progresso juntos. O método se chama 3PAV. E se resume em: construir alinhamento Equipe-líder-liderado-empresa, criação de autonomia, progresso e desenvolvimento individual.

Levo comigo em minhas equipes: feedback positivo sempre com o grupo, feedback negativo sempre individualmente. 

Já vi casos de líderes dando feedbacks negativos individuais na frente de todo time e isso foi péssimo, e de uma desmotivação generalizada. 

5- Quais são as características e soft skills que obrigatoriamente compõem um estilo de liderança humanizada? Quais são as maiores dificuldades que você tem notado, em empresas que te procuram com o intuito de migrarem para esse tipo de liderança?  

Empatia, capacidade de ouvir e de comunicar, cobrar e motivar. A falta de inteligência emocional dos líderes e principalmente de gerir suas ansiedades tem impedido a capacidade dos líderes de escutarem seus liderados. Saber gerar inclusão, olhar para equipe e para o indivíduo, isso tudo tem sido a principal carência.

A maior dificuldade tem sido a retenção, que acontece justamente por essa falta de habilidade dos líderes de olharem para seus liderados, é muita preocupação com seus resultados individuais e pouca preocupação com o resultado da equipe. Essa falta de olhar para o liderado e de ajudá-los a ampliar a consciência sobre suas próprias vidas tem mantido essas pessoas perdidas. 

6- Vamos falar um pouco sobre vendas. Quais ações estratégicas a equipe de vendas deve considerar e aplicar, no sentido de criar o cenário mais amigável para que a negociação, de fato, aconteça? 

Eu sempre digo que a venda de valor começa acontecer quando inicia pela criação de um bom relacionamento, e ao longo do processo a criação de valor acontece com base no levantamento das dores e dos critérios de decisão. Entregar valor e construir soluções junto ao cliente é a principal estratégia que usamos dentro dos meus negócios para que a negociação aconteça de forma amigável. 

7-Liderar implica em uma série de desafios. Negociar, motivar, delegar e principalmente engajar a equipe, são alguns deles. Para o líder atuar em alta performance em todas essas facetas, compartilhe algumas das suas dicas sobre:

  • Negociação: entender bem a realidade, força, fraqueza, e limitação de cada liderado, bem como seus interesses e desejos.
  • Motivação: dar feedbacks frequentemente e ajudar individualmente em seus progressos individuais a nível de crescimento pessoal e profissional, aprendizagem, e conquistas. 
  • Delegar tarefas: sempre que for delegar definir claramente os prazos e validar entendimento do que foi passado. 
  • Engajar a equipe: reconhecimento, recompensas, trabalhar endomarketing, iniciativas, encontros, metas claras, dar autonomia, e principalmente ser aberto e vulnerável.

8- Exemplifique como as técnicas e abordagens de PNL podem contribuir para o sucesso nos negócios.

Ajuda principalmente na comunicação e entendimento das pessoas, no engajamento da equipe, e no progresso dos liderados. Além do desenvolvimento da autoconfiança, automotivação e autocontrole.

9- Diante da sua experiência no ambiente corporativo, o que é mais comum? Encontramos profissionais que assumem a responsabilidade pela evolução da sua carreira, ou que passivamente ficam na dependência apenas da empresa ou do seu chefe em relação ao seu desenvolvimento profissional? Quais os maiores perigos de não adotar uma postura de protagonista neste sentido e qual o primeiro passo para sair do papel da espera e partir para o protagonismo?  

Profissionais que esperam e não fazem mais do que são pagos pra fazer é o mais comum. Ficam na dependência de seus chefes, ou líderes. E eu vejo isso como culpa do próprio líder. Nem todo mundo tem a orientação e entende a importância do desenvolvimento. Muitas vezes porque não enxergam. 

Ao contrário disso, todo mundo quer ganhar mais, ou crescer de alguma forma. Todo mundo gosta de aprender, porém nem todo mundo gosta de estudar (talvez por falta de autodescoberta). 

Os perigos são ter uma empresa parada e com pouca iniciativa e inovação. 

O Primeiro passo é começar pelo líder, que é líder de fato, olha para o seu liderado e procura entender os objetivos e motivações de tal, ele pode ajudá-lo a construir esse desenvolvimento, orientar, ajudar a destravar, e colocar ele no centro certo. 

10- Você é um grande incentivador e inspirador de pessoas. Um dos temas de suas palestras diz respeito à transição de carreira. Muitos profissionais simplesmente não conseguem sair da chamada zona de conforto e algumas vezes, passam a vida toda restritos em um cargo ou posição, infelizes, quando poderiam superar as barreiras e alçar voos mais elevados. Explica pra gente quais são as maiores questões que envolvem a transição de carreira, especialmente para profissionais autônomos. 

Acredito que o maior desafio esteja no se vender. Grande parte desses profissionais possuem crenças e travas relacionadas a vendas. Quase como uma vergonha. Quanto mais técnico a pessoa é, mais bloqueios ela possui. 

Além disso, a falta de inteligência emocional e resiliência impedem que a pessoa passe pelos problemas e adversidades que essa transição coloca. Por isso é tão difícil sair da zona de conforto. A imaginação criada pelo inconsciente será sempre maior que a vontade, portanto se lá de dentro da imaginação vier pensamentos limitantes ou negativos, irá disparar o medo e com isso a insegurança de sair dessa zona de conforto. 

(Continua…)

Rafael Granella

Uma grande referência em desenvolvimento profissional, inteligência emocional e liderança.

Assinar no LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  • Tags

  • Categorias

  • Arquivos