Palestras de Sucesso Entrevista Marcio Magliano

1- Obrigado pela gentileza em nos atender, Tetracampeão e palestrante! Lendário Marcio Magliano, qual a sensação de alcançar o topo do mundo em um esporte coletivo e quais lições podemos tirar do Beach Handball, tanto para o mundo corporativo quanto para o trabalho em equipe e a liderança na empresa?

A sensação é a melhor possível, é um sentimento de coroação pelo esforço de toda uma vida. Uma das lições mais importantes que se pode tirar é que o sucesso não chega pelo esforço de uma temporada ou de um ciclo olímpico, mas pela busca interminável pela perfeição.

O esporte nos ensina muito. O esporte coletivo nos ensina algo muito valioso: a trabalhar por algo maior do que nós mesmos. Você se dedica, se esforça, se compromete por algo que vai muito além de você, e é nessa hora que o senso de propósito vem forte.

Sobretudo em um esporte amador, como o Beach Handball, o que se deve compreender para atingir resultados tão importantes é que devemos aprender a abrir mão daquilo que queremos agora por aquilo que realmente queremos. Eu explico: no esporte amador você não recebe salário adequado, você precisa correr atrás de estrutura para se manter naquilo, precisa de outro emprego e ainda assim precisa encontrar energia e entusiasmo para fazer um trabalho de alto rendimento que exige muito física e mentalmente.

2- Nunca se falou tanto sobre resiliência e superação. Mais do que temas, digamos “da moda”, temos aqui duas habilidades cruciais para quem quer seguir uma carreira bem-sucedida. Você é um profissional referência no Brasil quando pensamos nessas soft skills. Dessa maneira, compartilhe conosco: de que forma um profissional que almeja o sucesso, seja empreendendo seu respectivo negócio, seja atuando na liderança de uma equipe, pode desenvolver a aprimorar sua resiliência, com como fortalecer sua capacidade de superação?

Eu gosto muito de uma frase, que costumo repetir para as equipes com as quais eu trabalho que diz mais ou menos assim “Nós não treinamos para vencer. Nós treinamos até vencer”.

Para mim essa frase vem carregada de significado porque trata justamente da resiliência. Entender que os “fracassos” não são opostos ao sucesso, mas sim etapas necessárias para chegar até ele é fundamental.

A pessoa que almeja sucesso não pode ter medo de perder, de errar, de fracassar. Na verdade esses são os momentos em que devemos agir rápido para ajustar a rota.

Muitas vezes, durante um campeonato mundial, perdemos jogos que nos fizeram entender grandes falhas e corrigi-las rápido para sermos campeões lá na frente. Assim é no mundo dos negócios.

3- É comum notarmos que uma boa parte das pessoas, espera a ocasião perfeita para colocar em prática um projeto, e mesmo para dar o primeiro passo rumo a concretização de um sonho. Quando se dá conta, o tempo passou e ela nada fez por si mesma, pela sua realização. O fator motivação, altamente relevante na esfera corporativa, também surge neste contexto. Há pessoas com ótimas ideias, cheias de planos, mas que esperam algo como uma força divina a qual nomeiam “motivação”. O mais catastrófico é que assim como o momento perfeito, essa motivação nunca dá as caras. O que você diria, do alto de sua experiência, para essas pessoas? Qual seria o primeiro passo para sair dessa bolha e se tornar uma pessoa protagonista, que assume a direção, e não uma mera coadjuvante passiva a tudo e todos? 

Eu costumo dizer que nenhuma ideia, nem nenhum projeto nasce pronto. Os motivos que te paralisam hoje não são os mesmos que vão te paralisar depois que der o primeiro passo. Sabe por quê?

Porque quando você dá o primeiro passo você muda. Quando você muda, a sua visão e perspectiva sobre os problemas também mudam. Boa parte das pessoas tenta pensar nas próximas dezenas de passos quando, na verdade, isso nem faz sentido.

Você pega uma estrada à noite e tudo que você enxerga é aquilo que o farol do carro consegue te mostrar, mais alguns poucos metros, certo? Mas você sabe que se continuar na estrada vai chegar ao destino, não é? Para mim é a mesma coisa. O caminho está ali, mesmo que você ainda não esteja enxergando. Tudo que você precisa é enxergar o próximo passo.

4- Sua história é inspiradora. No auge você teve que recalcular a rota. Como você administrou o fato de se ver obrigado a não mais ser atleta?  Como foi esse período de transição para técnico e em que momento você sentiu que nessa nova posição você tinha tudo para ir ainda mais longe e seguir, deixando um legado inquestionável para as novas gerações do handebol de praia? 

Eu não acredito em “mente blindada”. Ser obrigado a parar de jogar foi um grande choque para mim e precisei de um tempo para processar.

No dia em que recebi a notícia foi um dia muito triste, mas também foi o dia em que uma chave muito forte virou para mim. 

A partir daquele momento eu só tinha duas opções: me afastar do esporte ao qual me dediquei toda uma vida ou investir ainda mais na carreira de treinador que eu havia começado, mas que não levava tão a sério.

Eu conhecia muito bem o esporte e sabia que havia uma lacuna, um espaço a ser preenchido por treinadores que levassem o esporte verdadeiramente a sério. Mesmo em um ambiente completamente amador, decidi que me comportaria de maneira profissional.

A relação que eu faço é com aquele funcionário junior que quer ser sênior, ou com aquele sênior que quer ser gestor. Primeiro é preciso trabalhar como tal, para depois merecer o cargo.

E assim eu fiz. Trabalhei por anos de maneira amadora, mas me comportando como profissional e as oportunidades foram aparecendo. Hoje, 14 anos depois, já tive o prazer de trabalhar com 5 seleções mundo afora.

5- Você cita Simon Sinek e Bernardinho como referências e inspirações em sua carreira, não é mesmo? Compartilha com os nossos leitores uma frase especial de cada um deles e os principais ensinamentos que você adquiriu deles e que fizeram a diferença em sua trajetória. 

Simon Sinek é, para mim, a maior autoridade quando falamos em liderança corporativa na atualidade. Assim como eu, ele acredita em uma liderança por inspiração e não por medo. Uma das suas frases mais famosas e das minhas preferidas é a seguinte:

“100% dos seus clientes são pessoas, 100% dos seus funcionários são pessoas. Se você não entende de pessoas, você não entende de negócios”.

Já o Bernardinho é a minha maior referência em busca pela excelência e resultados. Como treinador, compartilho de muitos valores como o  time vem primeiro, integridade e preparação extrema.

Uma vez vendo uma entrevista sua, ri muito por me identificar com a resposta que ele deu ao jornalista: “ Um treinador só tem 1 estado mental. Preocupado. Muito preocupado ou pouco preocupado”. Ao falar isso, logo após um grande título mundial ou olímpico, ele deixa claro que a busca pela excelência é constante. 

6- Ao seu ver, o que é necessário para transformar vidas e escrever histórias de sucesso?

Hoje fala-se muito em encontrar o seu propósito, como se o propósito fosse um tesouro que alguns sortudos conseguem encontrá-lo e outros não. Eu não compartilho dessa ideia. Acredito que devemos, nós mesmos, escolher nosso propósito. 

Nem sempre é fácil entender como fomos parar em um trabalho que detestamos, ou numa posição na empresa que nos deixa desmotivados, não é verdade?

Uma coisa eu aprendi nessa vida: saber o que não quer fazer já é um grande passo. Se você está em uma posição da qual não gosta, onde está o seu plano para sair dessa situação? Prepare-se e saia.

Ninguém faz nada extraordinário com medo. Ninguém chega ao sucesso sem correr riscos.

Escolha algo que te parece interessante, que faz sentido para você e invista nisso. Você pode não acertar de primeira, é verdade, mas vai saber que não se contentou com a mediocridade e que está na busca por aquilo que acredita.

7-Comenta pra gente como tem sido a recepção e o impacto causado pela sua palestra “Construindo Equipes Vencedoras”.

 A ideia da palestra é fazer com que as pessoas compreendam que o trabalho em equipe é uma construção coletiva, bem como fazer com que reflitam sobre a sua atuação quando seja como líderes ou como colaboradores. 

Os feedbacks e avaliações tem sido realmente muito bons e eu fico imensamente feliz com tudo isso. Para mim é um grande prazer poder compartilhar toda experiência obtida no mundo do esporte e saber que, através dela, podemos impactar as corporações, seus resultados e a qualidade de vida de seus funcionários.

8- Afinal, como podemos encontrar um propósito?

Como falei anteriormente, eu acredito em criarmos nosso próprio propósito. Entendo que essa busca por um propósito pode ser muito frustrante para muitas pessoas, então por que não criar o seu?

Junte algo que você faz bem com aquilo que você gosta de fazer e que gere algum impacto positivo na sociedade, que resolva algum problema. Esse já é um bom começo.

9- Quais as melhores estratégias para otimizar o trabalho em equipe e aumentar a produtividade?

O time trabalha melhor e tem mais produtividade quando cada um entende o seu papel dentro dele. Esse papel precisa ser relevante, precisa ter algum grau de importância.

Portanto é muito importante que o treinador (ou o líder) sejam capazes de colocar as pessoas no lugar certo. Cada membro do time precisa ter designadas atividades que estejam de acordo com a sua capacidade, mas que também sejam desafiadoras de alguma maneira.

Outro fator fundamental é dar ao time poder de decisão. Ninguém gosta de simplesmente seguir ordens de maneira cega. Para que as pessoas se sintam parte e se mantenham motivadas elas precisam de algum grau de autonomia.

No fundo o sucesso do time é baseado na capacidade de cada membro dar o seu melhor.

10- Conflitos são comuns na esfera corporativa e também no encantador universo dos esportes. Qual paralelo você pode traçar entre os conflitos em equipes no esporte e na empresa? Quando o conflito pode ser visto como positivo e produtivo? Quando ele é nocivo e demanda a intervenção da liderança? E, finalmente, como um líder deve agir mediante conflitos para administrá-los de maneira assertiva?

Quando existe uma rivalidade saudável, dentro dos limites éticos, pode ser super positiva para fazer com que ambos cheguem mais longe.

Entretanto conflitos nocivos sempre vão existir e precisam ser resolvidos muito rápido. Todo problema entre pessoas tende a crescer com o tempo, por isso a intervenção precisa ser rápida e imparcial.

A conciliação é a primeira coisa a ser tentada. Ouvir os dois lados e compreender se houve erro na intenção. Erros podem acontecer, mas erros na intenção não. Se alguém agiu com a intenção de ferir ou prejudicar alguém, o líder precisa agir de maneira imediata.

Infelizmente, nem todos conflitos têm solução e nem toda pessoa deve continuar no time.

11- O efeito turnover é uma realidade em boa parte das empresas. Quais ações a empresa pode adotar, no sentido de reter seus melhores  talentos e minimizar a alta rotatividade de funcionários?

Eu falo bastante disso na palestra, sobre como manter as pessoas motivadas. Os motivos que levam alguém a estar contigo vão muito além do dinheiro: senso de pertencimento, autonomia, possibilidade de progresso e desenvolvimento, liberdade de tempo, liberdade geográfica, são tantos fatores que fazem as pessoas mais ou menos tendenciosas a sair de uma empresa que vale a pena investir bastante tempo em compreender seus colaboradores.

As empresas precisam entender e cuidar de cada funcionário de maneira individual. Saber que ali tem uma pessoa com seus anseios e sonhos. A empresa deve ser capaz de contribuir de alguma maneira na jornada de cada um.

 É difícil? Muito. Mas se queremos construir equipes vencedoras e queremos resultados extraordinários, quem falou que seria fácil, não é mesmo?

12- Como formar uma equipe campeã e que traga os melhores resultados para o negócio? 

Você já reparou que a maioria das pessoas é contratada por critérios técnicos, mas é demitida por comportamento? Eu acredito que devemos investir muito mais tempo na escolha das pessoas. Escolher muito bem as pessoas que queremos que venham trabalhar conosco e também as que não queremos que permaneçam conosco.

No esporte isso é muito evidente. Se trouxermos um craque para a seleção, mas que não tem o espírito de equipe, ele vai destruir todo o trabalho e o resultado será terrível.

Precisamos entender que é muito fácil ensinar alguém a usar o excel, a fazer uma pizza ou a atender um cliente. Difícil é ensinar a ser honesto, a ser ético.

No fundo, é tudo sobre pessoas.

13- Quais seus 5 conselhos para um profissional atuar em alta performance? 

– Faça sempre mais do que aquilo pelo que você é pago.
– O trabalho supera o talento.
– Entenda que todos são importantes. Todos.
– Conheça as pessoas com quem trabalha e saiba o que as move.
– Aprenda a se comunicar. A maioria dos problemas não existiria se todos se comunicassem com clareza.

14- Compartilha conosco os 7 hábitos comuns em líderes de sucesso. 

O líder de sucesso:
– Planeja sua semana, seu mês, seu ano.
– Preocupa-se com a gestão do tempo.
– Forma novos líderes abaixo dele.
– Está sempre aprendendo (autodesenvolvimento).
– Delega funções
– É otimista
– Foge do óbvio.

15-  Há uma frase que diz: 

“A liderança é como uma âncora. Nos momentos ruins, ela precisa garantir a estabilidade, demonstrando à equipe que todos serão capazes de superar as adversidades e se reerguer.” Você concorda com ela? O que acrescentaria?

Interessante… mas eu gosto de pensar no líder como um termostato. É quem mede e regula as variações de temperatura do time.
Quando o time está frio, cansado, desmotivado, inerte é o líder quem precisa aquecê-los, motivá-los e empurrá-los para cima. Por outro lado, quando o time está muito quente, arrogante, exaltado, é também papel do líder acalmar os ânimos e trazê-los para o equilíbrio.

16- O que é mais importante: o destino ou a caminhada? 

Sem dúvida a caminhada. Na verdade, ninguém que ama o destino vai conseguir chegar mais longe do que aquele que ama a jornada.Para chegar ao sucesso, é preciso se apaixonar pela caminhada.

17- Uma de suas frases nas redes sociais diz: 

“Quanto melhor você for naquilo que você se propõe a fazer, maiores serão as suas chances de ter sucesso. A verdade que eu queria te contar é: se você não está avançando, se desenvolvendo, é porque não quer.”

Essa linha de raciocínio está bem alinhada ao lifelong learning, soft skill que encontra enorme demanda no mercado atual.  Conta pra gente quais estratégias um líder ou gestor pode adotar na empresa, para estimular essa habilidade e comportamento em seus funcionários.

Essa é uma provocação que eu faço. Tentar fazer com que as pessoas entendam que praticamente tudo que elas não têm ou não estão fazendo no momento é por falta de prioridade, e não por falta de recursos, é um desafio grande.

Lifelong Learning é um conceito pelo qual sou apaixonado. Não há como pensar em um profissional, seja qual for, que não se mantenha em desenvolvimento constante durante toda a sua vida profissional. Mais que uma filosofia, é uma imposição do mercado.

Os gestores precisam compreender que a implantação de um modelo de desenvolvimento constante se traduz em funcionários mais motivados, mais qualificados e mais criativos, que irão trazer novas soluções, entender melhor o seu papel na empresa e se tornar os próximos líderes de maneira muito mais natural.A implementação é relativamente simples. Através de palestras, congressos, webinários, cursos e treinamentos as empresas conseguem obter todos os benefícios e implantar a filosofia do lifelong learning.

18- Diante de um cenário, onde nossos olhares se voltam ao caos, como ter uma visão além do alcance, se motivar e identificar oportunidades? 

É muito fácil ser atraído pelo caos. Pensar fora da caixa, achar oportunidades onde todos só veem problemas é algo treinável. É um exercício que precisa ser feito com frequência. O líder é a pessoa que precisa ter a mente serena quando todos estão na tensão.

19- Da zona de conforto à zona de realização: quais os principais desafios a se superar durante o caminho?

Entender o que é a famosa zona de conforto é fundamental para crescermos. Você está na zona de conforto quando não sente medo, ansiedade, desconforto naquilo que está fazendo. Eu prefiro chamá-la de zona de estagnação. É o momento de vida em que você não se desafia, mas também não avança.

A verdade é que ninguém chega muito longe sem algum grau de desafio, de risco. Ninguém cresce sem fazer algo pela primeira vez. Aproveito para deixar a pergunta para nossos leitores: Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?

20- Protagonismo: qual o primeiro passo para a pessoa parar de se vitimizar e de culpar os outros?

Primeiro passo é entender que o mundo não está ligando para os seus problemas. É você quem precisa entrar em ação para resolvê-los. Todos eles.

A partir daí as coisas começam a clarear. Você passa a compreender que o acontece contigo é menos importante do que como você reage a o que acontece. Ficar se lamentando, sofrendo, se colocando numa posição de pequenez diante dos dissabores da vida não vai te ajudar em nada.

Para mudar, só mesmo assumindo o controle e, esteja onde estiver, começar a agir.

 

21- Saúde mental e qualidade de vida são temas em alta e que foram alavancados com a questão da pandemia, home office, queda da economia e crise mundial. Esses impactos foram sentidos pelas pessoas nos 4 cantos do mundo, sobretudo quando pensamos no bem-estar físico e mental. De que maneira um gestor, empresário e líder pode trabalhar essas questões, não somente em relação aos seus funcionários, como também em si mesmos? 

Eu acredito que os líderes possuem papel fundamental na readaptação das pessoas ao mercado de trabalho. Nos últimos anos vivemos uma transformação muito acelerada na maneira como nos relacionamos com o trabalho. Presencial, Remoto ou Híbrido? Qual a melhor solução?

Ainda não existem todas as respostas para essas perguntas e também entendo que depende do ramo de atividade de cada empresa. Mas uma coisa é certa: um ambiente de trabalho ruim pode ser incrivelmente tóxico na vida de alguém.

Falo com propriedade pois trabalhei 10 anos no ramo bancário, um mercado altamente tóxico no qual, para muitos, o resultado é a única coisa que importa. Nesse mercado tive líderes maravilhosos que tornaram a jornada muito mais agradável e tive líderes terríveis que faziam da vida das pessoas um verdadeiro inferno. A maioria das pessoas pede demissão por causa do chefe imediato, e não necessariamente da empresa.

É importante lutar contra uma Liderança distante, a falta de reconhecimento, a cobrança excessiva, a liderança pela ameaça, a falta de treinamento, a falta de feedback e um número incontável de reuniões improdutivas e que roubam todo o tempo da equipe.

As pessoas trabalham para viver e não vivem para trabalhar. O mundo precisa de lideranças que compreendam essa dinâmica e que saibam que é possível obter resultados incríveis respeitando o ser humano que está ali.

22- Você certamente é entusiasta da leitura, correto? Conta pra gente 5 insights que teve com os últimos 5 livros que leu, e claro, quais são os livros que estão em sua companhia no momento.

Sem dúvida a leitura é muito importante na minha trajetória. Atualmente estou lendo novamente o livro Algoritmo da Vitória, uma obra incrível do José Salib Neto e da Adriana Salles Gomes. São insights de liderança extraídos de alguns dos maiores expoentes do esporte mundial. Vale muito a pena a leitura.

Vou compartilhar com vocês 5 insights que considero importantes:

Livro: Legado, James Kerr
A missão mais importante de qualquer jogador é deixar a camisa do time em um ponto mais alto do que ele encontrou.

Livro: Drive, Daniel Pink.
O sistema de motivação por punição e recompensa funciona perfeitamente bem para atividades meramente repetitivas, que não requerem algum grau de cognição, pensamento crítico ou análise.

Livro: Transforando Suor em Ouro, Bernardinho.
Deve-se exigir mais de quem tem mais a dar. Conheça as pessoas.

Livro:  Bo’s Lasting Lessons, Bo Schembechler
Quando o assunto é pessoas, haja na hora. Não durma sobre o problema.

Livro:  Ponto de Inflexão, Flávio Augusto.
O sucesso chega para quem está disposto a correr riscos.

23- Qual a sua visão sobre o empoderamento feminino e a participação cada vez maior das mulheres em cargos de liderança?

Durante a maior parte da minha carreira eu trabalhei com mulheres no esporte. Uma das minhas principais preocupações sempre foi mostrar a todos que o jogo feminino é o mesmo jogo do masculino. É algo que podemos trazer diretamente para o mercado de trabalho.

Ressalvados alguns atributos físicos, é absolutamente incompreensível alguém pensar que as mulheres não devem ter as mesmas oportunidades que os homens, seja na área que for.

O que não quer dizer que homens e mulheres sejam iguais. São diferentes e complementares. Justamente por essa complementariedade que acredito ser importantíssimo que um quadro de liderança tenha equilíbrio entre homens e mulheres.

24-O autoconhecimento é um poderoso processo capaz de alavancar a vida pessoal e profissional, contudo, ele pode ser doloroso. O que você pode nos revelar sobre o seu processo neste sentido, e de que maneira as pessoas podem buscá-lo e assim, usufruir de seus benefícios?

O processo foi realmente muito doloroso. Reconhecer falhas graves, pedir desculpas, olhar para dentro novamente com um olhar de aprendiz. Refletir sobre “certezas” que eu tinha e que desapareceram na frente dos meus olhos.

Mas poder olhar para trás e ver o quanto mudei e o quanto avancei é maravilhoso. Eu costumo dizer que “A gente demora muito para ser quem a gente quer ser” e o primeiro passo é entender em qual estágio da evolução você está agora.

Não tenha pressa de construir a pessoa que você quer ser. Mais importante do que a velocidade é a direção. Se para você é muito difícil ler por 1 hora, leia 1 página. Se você é mais visual, há muitos filmes que podem ajudar. Se curte escutar, hoje existe uma infinidade de podcasts que são uma verdadeira riqueza de conhecimento.

Uma coisa é certa, daqui a um tempo você vai olhar para trás e ter certeza de que vale a pena começar o processo de autoconhecimento. 

25 Marcio Magliano, obrigado pela aula. Deixe um recado para nossos leitores.

Nós não somos os animais mais fortes da natureza, nem os mais rápidos. Nós chegamos onde chegamos, no topo da cadeia, pela nossa capacidade de trabalhar em equipe.

Nós somos seres essencialmente sociais. Tudo que fazemos é em equipe, é dependendo e confiando uns nos outros. Não somos capazes de fazer nada extraordinário sozinho.

Por isso considero tão importante entender os princípios que fazem times funcionarem melhores que outros. No fundo é tudo sobre pessoas.

Um grande abraço a todos.

Marcio Magliano

4 vezes campeão mundial, exemplifica de forma magistral, o verdadeiro significado de termos como resiliência e superação.

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