Aldo Bizzocchi é um dos grandes estudiosos e conhecedores da Língua Portuguesa no Brasil, sendo referência no âmbito acadêmico.
Além de Doutor em Linguística pela USP com pós-doutorados pela USP e UERJ e pesquisador do NEHiLP-USP – Núcleo de Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo, é um prestigiado autor. Dentre suas principais publicações, destacam-se:
- Léxico e ideologia na Europa ocidental (Editora Annablume);
- Anatomia da cultura (Editora Palas Athena).
Lançou ainda o DVD O indo-europeu e as origens da linguística (A&E Produções), além de ter participado de outros oito livros. Entre 2006 e 2015, foi colunista da extinta revista Língua Portuguesa (Editora Segmento).
Com mais de 300 artigos publicados, tanto em periódicos científicos nacionais e estrangeiros quanto em revistas de divulgação, Bizzocchi foi premiado com o Diploma de Honra ao Mérito Paulo Freire por relevantes serviços prestados à Educação, concedido pela Câmara Municipal de Taboão da Serra, SP, em 2004.
O início da carreira de palestrante veio em 1995, após o doutorado. Aldo é, antes de mais nada, um divulgador científico inspirado por cientistas, intelectuais e pensadores como Marcelo Gleiser, Carl Sagan, Stephen Hawking, Richard Dawkins, Steven Pinker, David Crystal, Atila Iamarino, Pedro Loos, Leandro Karnal, Luiz Felipe Pondé, Gabriel Perissé, Sérgio Rodrigues, entre outros.
Pesquisador da USP, blogueiro e youtuber, Aldo Bizzocchi é um profissional multifacetado e antenado com o seu tempo, capaz de promover a disseminação e a produção do conhecimento por onde passa.
Estilo das palestras e cursos de Aldo Bizzocchi
As palestras de Aldo Bizzocchi têm caráter predominantemente cultural. Dessa forma, veiculam conhecimento científico/filosófico com o intuito de satisfazer a curiosidade das pessoas, ampliar seus horizontes de visão e fazê-las pensar.
Com uma didática dinâmica, muitas de suas palestras também funcionam como introdução para os cursos do palestrante. O estilo destes cursos tem um caráter mais prático e aplicativo e focam sobretudo em gramática e redação de maneira inovadora e com método próprio, diferente dos cursos tradicionais que existem no mercado.
Público-alvo
Basicamente, o palestrante visa atender desde o segmento acadêmico, sempre em busca de conhecimento técnico-científico e reflexão, ao público em geral que tem interesse em divulgação científica na área de Ciências Humanas. A esfera corporativa também está no foco do palestrante. Sendo assim, profissionais da linguagem, professores, linguistas, estudantes, jovens, mulheres, escritores, profissionais das Letras, Ciências Sociais e Comunicação, produtores de conteúdo, estudiosos da língua e profissionais que precisem escrever bem.
Palestras e cursos de Aldo Bizzocchi
Além dos temas a seguir, o contratante também poderá solicitar palestras ou cursos sobre outros assuntos ligados à(s) língua(s) e às ciências da linguagem que estejam dentro do domínio de conhecimento do palestrante:
CIÊNCIA, CULTURA E SOCIEDADE
A ciência não é propriedade exclusiva dos próprios cientistas. Como membros de sociedades democráticas, só podemos ter plena cidadania se tivermos acesso à informação. E no mundo em que vivemos, informação inclui o chamado conhecimento científico, tanto das ciências naturais quanto das humanas.
Porém, mais do que isso, a amplitude de visão, o sentimento de reverência e de satisfação da curiosidade que a posse do conhecimento nos dá é uma forma de prazer comparável ao proporcionado pelas artes e os esportes. Além disso, o saber é uma forma de libertação contra a tirania dos governos, a ganância das grandes corporações e o obscurantismo das religiões fundamentalistas.
Esta palestra discute a necessidade de uma educação científica, tanto formal quanto informal, bem como mostra por que é importante divulgar a ciência. O objetivo é instigar a plateia a refletir sobre seu papel como indivíduos e cidadãos em face da obrigação que temos de exercer nosso atributo mais humano, que é a capacidade de pensar.
AS FERRAMENTAS E OS BRINQUEDOS: como a dor e o prazer fundaram a civilização
O que é cultura? O que as ciências, as humanidades, as religiões, as artes e os esportes têm em comum que ao mesmo tempo não partilham com as demais práticas humanas? Que papel a dor e o prazer têm na sua constituição? Respondemos a essas e outras questões, mostrando fundamentalmente que todas as práticas humanas são motivadas ou pela necessidade ou pela vontade.
Partindo da oposição fuga da dor x busca do prazer para distinguir a cultura, como conhecimento e interpretação do mundo, da técnica, que busca soluções para os problemas práticos do homem, bem como do entretenimento puro e simples, apresentamos uma teoria original, revelando a lógica por trás da imensa atividade humana.
ARQUEOLOGIA LINGUÍSTICA
A espécie humana existe há aproximadamente 200 mil anos e se expressa simbolicamente – por desenhos, esculturas e, sobretudo, palavras – há pelo menos 40 mil anos. No entanto, a escrita foi inventada há apenas 6 mil anos. Por isso, nenhuma língua anterior a essa época deixou registros diretos. Mesmo assim, é possível, por meio de técnicas de reconstrução linguística, recuar no tempo e conhecer, em alguns casos com bastante precisão, como eram as línguas ancestrais do ser humano e como elas evoluíram até chegar aos dias de hoje.
Nesta palestra, mostraremos como a linguística, auxiliada por ciências como a arqueologia e a paleontologia, é capaz de fazer essa viagem a um passado distante e misterioso.
O DARWINISMO DA LINGUAGEM
“As línguas são organismos que nascem, se desenvolvem, se reproduzem e morrem.” Desde sua origem, em princípios do século XIX, a linguística histórica vem demonstrando grande similaridade de métodos e resultados com a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin. Os mecanismos da evolução das línguas, as mutações que ocorrem na fala, se transmitem de um falante a outro e modificam o sistema linguístico, as pressões da seleção cultural, a construção de árvores genealógicas das famílias linguísticas, os “fósseis” e a “clonagem” de idiomas, a extinção em massa de línguas e a perda da diversidade linguística – em tudo é possível notar a semelhança entre as ciências biológicas e as ciências da linguagem.
A HISTÓRIA DAS IDEIAS LINGUÍSTICAS: da Antiguidade aos dias de hoje
Embora o estudo científico da linguagem já tenha completado duzentos anos, as ciências da linguagem – a linguística, a semiótica e a filologia – ainda são pouco conhecidas e por vezes confundidas com a gramática tradicional, normativa e não investigativa.
Vamos traçar um panorama histórico sobre os estudos da linguagem humana e das línguas naturais, desde a Índia e a Grécia antigas, passando pela Idade Média, Renascença e Idade Moderna, até chegar aos nossos dias, enfatizando os diferentes pontos de vista (das ciências da linguagem, da gramática, da filosofia da linguagem e do senso comum) sobre o assunto.
A ARQUITETURA DO DISCURSO: da palavra ao texto
Um princípio universal rege todos os níveis da linguagem humana, desde suas unidades mínimas (os fonemas), passando pelas sílabas, palavras, orações, frases e parágrafos, até chegar aos textos. Esse princípio comanda não só a linguagem mas toda a natureza. E seu conhecimento pode trazer muitos benefícios à compreensão da lógica por trás da gramática e ao desenvolvimento de técnicas de planejamento e produção textual.
UMA BREVE HISTÓRIA DAS PALAVRAS: como as línguas criam seu vocabulário
Como se formou e se transforma com o tempo o vocabulário das línguas de cultura, em especial o português. Como é possível detectar a ideologia presente nos processos de criação e incorporação de novas palavras. Quais as aplicações práticas desse conhecimento no ensino e aprendizado de línguas, na elaboração de dicionários e na normatização terminológica, dentre outras.
A AVENTURA DA LINGUAGEM
Por que o homem fala? Como e quando surgiu a linguagem, e como ela permitiu a organização do pensamento lógico e abstrato? Qual a língua mais antiga do mundo? Como e por que as línguas evoluem? Como surgiu a escrita e o alfabeto? Como a língua se estrutura e como funciona? Como e por que as línguas morrem? Esta palestra multimídia mostra um pouco da história, anatomia, fisiologia, ecologia e ideologia das línguas.
LÍNGUA PORTUGUESA: a última flor do Lácio
Como e quando surgiu a língua portuguesa? Como ela se transformou até chegar a ser o que é hoje? De um pequeno dialeto surgido no noroeste da Península Ibérica a língua falada por mais de 250 milhões de pessoas em todos os continentes. Nesta palestra, vamos viajar através da história e da geografia para conhecer melhor a língua que falamos.
COMO PENSAMOS O MUNDO
O que significa conhecer? Como nossa mente processa as informações vindas do meio e as transforma em linguagem simbólica? Como é possível, a partir de um número finito de elementos simbólicos, dar conta de um número infinito de vivências? O que são as línguas artificiais e qual é a sua utilidade? Podemos chegar um dia a uma língua universal?
Procuramos responder a essas e outras perguntas e discutir as relações entre a filosofia, as ciências da linguagem e as ciências cognitivas na busca de desvendar a natureza primeira da linguagem humana.
O QUE É A REALIDADE?
O que a língua que falamos tem a ver com o modo como vemos o mundo? Podemos pensar sem a linguagem? A realidade existe em si ou é produto da língua? As línguas fracassam em descrever o mundo objetivamente, mas nos oferecem a oportunidade de conhecer tantos mundos quantos são os idiomas. A maioria das pessoas tem a impressão intuitiva de que a realidade é algo que existe objetivamente e que, além disso, nós a vemos exatamente como ela é. Nada mais falso. Embora a física já tenha demonstrado o quão enganoso é o mito da realidade objetiva, o próprio estudo da linguagem pode revelar aspectos interessantes da relatividade de nosso conhecimento sobre o mundo. Combinam-se a filosofia grega, a linguística, a semiótica e as ciências cognitivas para mostrar as relações entre o funcionamento da mente, o pensamento simbólico, a língua, a cultura e a sociedade.
FALO, LOGO EXISTO
A ciência tem indagado sobre três questões fundamentais: a origem do universo, a origem da vida e a origem da consciência. Esta palestra procura mostrar que a questão da origem da consciência se reduz em grande parte à questão da origem da linguagem. Seja o nascimento da consciência no bebê que aprende a falar, seja o surgimento do raciocínio inteligente em nossos ancestrais quando desenvolveram a linguagem articulada, vamos mostrar que esse “salto evolutivo” – a capacidade de estabelecer relações mentais entre coisas distintas, inclusive coisas ausentes, futuras ou hipotéticas – foi o que permitiu ao homem dominar o planeta e sobretudo formular perguntas sobre a origem do universo, da vida, de si mesmo e de sua consciência.
A LINGUÍSTICA, O ROMANTISMO ALEMÃO E AS ORIGENS DO NAZISMO
Nenhuma ideologia está tão ligada à ideia de maldade quanto o nazismo. O que poucos sabem é que a doutrina nazista resulta sobretudo da convergência de duas correntes de pensamento do século 19: a tradição artística conhecida como o Romantismo alemão e as pesquisas sobre a história das línguas realizadas pela Linguística. A palestra visa responder às seguintes perguntas:
- Qual a relação entre o Romantismo, a Teoria da Evolução, a Linguística Histórico-Comparativa e a ideologia nazista?
- De que maneira teorias científicas mal compreendidas ou propositalmente deturpadas podem levar a uma tragédia?
Cursos/Oficinas
COMPREENDENDO A GRAMÁTICA: sintaxe estrutural x análise sintática tradicional
Com o estudo da chamada sintaxe estrutural, é possível tomar consciência da estrutura gramatical subjacente às frases da língua e assim compreender com facilidade a análise sintática tradicional.
ANÁLISE E PLANEJAMENTO DE TEXTOS
Como elaborar textos em prosa por meio de técnicas de redação que vão desde a concepção inicial até a finalização. Como analisar e reconhecer a estrutura de um texto, sendo capaz de desvendar como ele foi construído. A maioria dos cursos de redação enfatiza aspectos superficiais do texto, como vocabulário e gramática, deixando de lado a sua estrutura profunda, isto é, os alicerces que o sustentam. É como construir uma casa sem uma planta, preocupando-se mais com o acabamento do que com o projeto. Este curso ensina a elaborar textos em prosa de qualquer gênero e extensão por meio de técnicas que vão desde a concepção inicial (definição do tema e público-alvo), passando pela seleção e organização das ideias, argumentos e tópicos, para chegar à montagem da estrutura e à finalização. Ensina também a analisar e reconhecer a estrutura de um texto pronto, permitindo desvendar como ele foi construído.
O LUGAR DA LITERATURA NO ÂMBITO DA CULTURA
Este curso, ideal para professores de literatura e aspirantes a escritor, aborda a clássica questão de como a literatura se insere no processo maior da cultura, partindo, de um lado, de uma concepção ampla de literatura, que se apoia nas dicotomias ficcional/não ficcional e utilitária/distrativa, e, de outro, na teoria da cultura de linha hedonista-funcionalista. Objetiva-se demonstrar como as categorias literatura ficcional distrativa (romance, conto, poesia), literatura ficcional utilitária (mitologia, religião, literatura infantil), literatura não ficcional distrativa (ensaio filosófico, estético ou crítico, divulgação científica, biografia, romance-reportagem), literatura não ficcional utilitária (livros técnicos, científicos, jurídicos, didáticos, especializados, manuais, autoajuda), bem como as formas resultantes de hibridismo dessas categorias, podem ser descritas por meio das funções pragmática e hedônica das práticas sociais e de seus subtipos e se articulam aos conceitos de cultura em sentido amplo (conjunto de tudo o que é criado ou modificado pelo homem e, portanto, se opõe ao domínio da natureza) e cultura em sentido estrito (conjunto dos atos de comunicação social com função predominantemente distrativa, cuja produção e veiculação exigem aptidão técnica).
Veja alguns vídeos de Aldo Bizzocchi